21 de out. de 2024

Israel envia ajuda humanitária para Gasa por via aérea, assim dribla as apreensões do grupo terrorista Hamas


Este é o mais recente de mais de 10.000 pacotes, incluindo alimentos e suprimentos médicos, que foram lançados de avião nos últimos meses por meio de 141 missões de lançamento aéreo em Gaza.

As operações de lançamento aéreo foram concluídas graças à cooperação produtiva com países ao redor do mundo, incluindo: França, Jordânia, Egito, Emirados Árabes Unidos, EUA, Reino Unido, Alemanha e outros.


Endividamento do governo cria oportunidades na renda fixa; títulos privados já pagam IPCA+9%

Entre os títulos públicos, as taxas passam de IPCA+6,5%. Veja a diferença que juros fora da curva fazem no longo prazo

Ouroboros, a cobra que se auto-consome – igual o governo com a dívida pública


Por Alexandre Versignassi - Quando Lula subiu a rampa do Planalto para começar seu terceiro mandato, em janeiro de 2023, a dívida do governo estava em R$ 7,2 trilhões. Hoje, ela soma R$ 8,9 trilhões, um salto de 23,6%. Mais detalhes adiante, porque a ideia aqui não é discutir macroeconomia a fundo. É mostrar o que uma dívida pública rampante significa para a sua vida financeira.

Ponto número um: quem tem dinheiro em títulos do tipo IPCA+ (ou em fundos carregados desses papeis, como planos de aposentadoria) está vendo sua renda fixa virar a chave para o modo perda fixa, já que a situação fiscal, a dos gastos públicos, está reduzindo o valor desses papeis.

Só nesta semana, até quinta-feira, quem tem IPCA+2045 viu o saldo cair 3,46%. Em meros dois meses, desde meados de agosto, a perda é de 9,35% – algo que soaria alarmante até no mundo da renda variável. No ano, já são 11,45% no vermelho.

Isso acontece porque os juros dos títulos estão subindo. E quando os juros sobem, o valor de mercado desses papeis vai pelo caminho contrário. Cai.   

O que determina o juro de um título do tipo IPCA+ é o preço que você paga por ele – porque o valor final de cada um no vencimento é sempre o mesmo (R$ 4,3 mil corrigidos pela inflação). Se o valor de mercado um título IPCA+ cai, por exemplo, de R$ 1,33 mil a unidade para R$ 1,18 mil, significa que o juro dele subiu de 5,5% para 6,6% – foi o que aconteceu entre janeiro e outubro deste ano.

Mas esse copo tem um lado meio cheio. Quem tem bala para investir no IPCA+ neste momento, encontra oportunidades completamente fora da curva. 

Para dar uma ideia: boa parte dos fundos de aposentadoria têm como objetivo fazer IPCA+4% no longo prazo. Não é pouco. Se você colocar o dinheiro equivalente a um Hyundai HB20 (R$ 100 mil) e deixar até 2045 sob um rendimento assim vai tirar uma quantidade de dinheiro que hoje compraria um Jeep Compass (R$ 225 mil – corrigidos por 21 anos de inflação, naturalmente). 

Isso com IPCA+4%. Só que agora o título com vencimento em 2045 está pagando IPCA+6,6% – no momento em que este texto é escrito, mais precisamente, 6,57%.

Debaixo de uma saraivada de juros desse porte, tudo muda de figura. O HB20 se transforma numa BMW X1 (R$ 367 mil corrigidos); ou seja lá qual carro for o carro equivalente a esse na realidade de 2045.  

É isso: entrar em IPCA+ a 6,57% significa trocar um Compass por um X1 – na comparação com quem entra a 4%.  

Não é só isso. No mundo dos títulos privados, que pagam o juro dos públicos mais um prêmio, já tem empresas pagando IPCA+9%. É o caso de debêntures da Vamos e da Movida disponíveis na plataforma da XP – com vencimentos em 2031 e 2032.

E agora fica a pergunta: porque tudo isso está acontecendo? 


O preço de controlar a inflação

Começa com o seguinte: os gastos públicos jogam mais dinheiro na economia. Mas… se a quantidade de dinheiro em circulação cresce mais rápido que geração de produtos e serviços a serem comprados com esse dinheiro, temos inflação. 

Ela só está sob controle (em 4,4%, ainda abaixo do teto da meta) por conta da taxa de juros. Uma Selic lá no alto torna o dinheiro mais caro no mercado de crédito. Aí menos empresas e menos pessoas pegam empréstimos. Isso enxuga dinheiro da economia, e segura as altas nos preços.

Com os gastos públicos em modo sem freio, porém, esse aspirador de dinheiro chamado Selic precisa ficar ligado a toda. Por isso o Banco Central voltou a aumentá-la – para 10,75%; e com viés de alta. 

Com a inflação em 4,4%, o que temos aí é um juro real, acima do IPCA, em seis e poucos por cento – com  o mercado prevendo que ele deve ficar nessa faixa por anos. É por isso que os títulos IPCA+ passaram a pagar mais de 6%. 

Ao pressionar o valor de mercado dos títulos de inflação, a Selic obriga o governo a pagar juros mais altos nos títulos novos que lança no mercado. Isso encarece a rolagem da dívida pública. Não só isso – porque a dívida brasileira tem uma característica especialmente tóxica, que vamos ver a seguir.


Ouroboros fiscal 

O governo faz dívida de três maneiras: com títulos prefixados, que pagam uma porcentagem definida e mais nada; com títulos de inflação, que rendem o IPCA mais um choro (ou seja, são parcialmente prefixados), e com os títulos Tesouro Selic, que pagam… a Selic, oras. Esses são os pós-fixados. 

Em tempos de juros em alta, quanto maior a parcela de juros pós-fixados, pior para o governo, porque a cada subida na Selic a dívida cresce automaticamente. O governo sabe disso. Então, historicamente, evitou ter uma parte grande demais de sua dívida atrelada à taxa básica da economia.

Em 2014, por exemplo, só 10% da dívida era de Tesouro Selic. Agora, são 47% – em grande parte porque o mercado passou a duvidar dos prefixados. Um prefixado que pague 10% ao ano vira lixo se a inflação ou a Selic passarem disso. Um IPCA+3% ou +4%, idem. O Tesouro Selic não tem esse problema. Se a inflação chegar, digamos, a 10%, a Selic provavelmente acabará elevada acima disso. Esse título, então, é o mais seguro para quem investe.

E o mais perigoso para quem emite. Com metade da dívida pública atrelada à taxa básica, cada 1 ponto percentual a mais na Selic significa um gasto extra de R$ 50 bilhões por ano para o governo – o cálculo é do Banco Central. 

O que temos aí, então, é um Ouroboros fiscal. Ouroboros é a cobra da mitologia grega que come o próprio rabo (o próprio corpo, no caso). Por um lado, o animal se nutre. Por outro, vai deixando de existir.

É que o governo amplia os gastos sem contar com terreno para ampliar a receita. Na outra ponta, não apresenta planos sólidos para cortes de despesas. Nesta semana, Lula deixou claro que pretende ampliar a faixa de isenção do IR sobre salário – dos atuais R$ 2,8 mil para R$ 5 mil. 

A medida é bem-vinda do ponto de vista social, mas inflacionária; e corta uma fonte de renda de um governo que só vê sua dívida aumentar. Ela começou 2023 em 73,5% do PIB. Agora, está em 78,5%. Há 10 anos, eram 56% – considera-se até 60% um patamar saudável. O Brasil está no caminho oposto, como se vê. O FMI prevê 93% para 2029. 

E qual o problema? O problema é que começa a surgir uma desconfiança quanto à capacidade de solvência do governo. É aí que a cobra vai se consumindo. Quanto mais dívida, mais juros para atrair investidores ressabiados. E quanto mais juros, mais dívida.

Não significa que o governo vá dar calote um dia – porque existe o último recurso, que é o de imprimir dinheiro para pagar a dívida.

Só que seria exatamente igual a dar um calote. Emitir trilhões de reais para fechar as contas causaria uma hiperinflação.

E isso o Brasil conhece bem. A inflação acumulada entre 1953 e 1995, o primeiro ano cheio do real, foi de 19.509.846.374.237.060%. Dezenove milhões de bilhões por cento. 

Num cenário assim, a própria moeda decai para a irrelevância – como era nos anos 1980, quando investir era guardar dólares em casa. E aí mesmo os generosos IPCA+ de hoje iriam perder para qualquer investimento em moeda forte.  

Esse é o risco. Improvável, pois o amadorismo econômico do século passado não existe mais. Mas não impossível.  

Boa sorte para todos nós.

Embraer celebra 20 anos da certificação do primeiro avião Ipanema movido a etanol

Aeronave agrícola é pioneira no uso de biocombustível e na redução do impacto ambiental 

Líder no mercado de aviação agrícola do Brasil, Embraer detém aproximadamente 60% de participação do setor 


A Embraer (NYSE: ERJ; B3: EMB3), líder global na indústria aeroespacial, comemora os 20 anos da certificação do avião agrícola Ipanema EMB-202A movido a etanol, a primeira e única aeronave do mundo produzida em série a voar com biocombustível. Hoje, o modelo, que passou por uma evolução tecnológica, é comercializado sobre a designação EMB-203.  

Desde a sua certificação, em 19 de outubro de 2004, o Ipanema já evitou a emissão de mais de 28 milhões de toneladas de CO2, uma média de 1.4 milhão de toneladas por ano. Com produção nacional, a aeronave teve seu desempenho melhorado graças a utilização da fonte de energia renovável. 

“Já foram comercializadas mais de 570 Ipanemas movidos a etanol e mais de 210 aeronaves de versões anteriores que tiveram seus motores convertidos de gasolina para o biocombustível nestes 20 anos, o que exalta a altíssima confiança dos nossos operadores. Sinônimo de eficiência e baixo custo operacional, o Ipanema é a solução perfeita para quem busca aumentar a produtividade por hectare e contribuí para a sustentabilidade do setor agrícola”, ressalta Sany Onofre, líder da Aviação Agrícola da Embraer.  

Com alta tecnologia e tradição, o Ipanema aumenta a produtividade por hectare em até 30% e diminui o custo operacional em até 57% se comparado com outros equipamentos ao flexibilizar a operação, além de evitar perdas por amassamento na cultura, comuns ao se utilizar outras soluções de pulverização.  

O Ipanema está em constante evolução para atender aos mais rigorosos requisitos de segurança e eficiência. Prova disso é a nova estrutura das asas que aumentam a eficiência, economia e produtividade, cabine mais alta, com novo conceito ergonômico, conectividade USB, novo sistema de ar-condicionado, cinto de segurança com airbag e alavancas que proporcionam uma pilotagem com movimentos mais suaves 

Utilizado para pulverização de produtos sólidos ou líquidos, a aeronave também tem realizado uma série de testes para homologar a primeira metodologia de aplicação aérea de defensivos biológicos do Brasil. O projeto pioneiro para promover a sustentabilidade no agronegócio nacional é coordenado pela Koppert, líder global no desenvolvimento e produção de bioinsumos para agricultura.

Produtores de Acrelândia tem capacitação sobre implantação, manejo e custos dos cafés robustos


Por Wanglézio Braga - Produtores de café de Acrelândia participaram de um importante evento de capacitação sobre a implantação, manejo, custos e rentabilidade dos cafés robustas amazônicos. O encontro, realizado nesta semana, reuniu mais de 40 membros da Associação dos Produtores Rurais do Ramal Campo Novo (APRURACAN), técnicos agrícolas da Secretaria Estadual de Agricultura (SEAGRI) e convidados da Prefeitura de Acrelândia e de Rio Branco.

As atividades foram organizadas por pesquisadores da Embrapa-Acre e um professor do Instituto Federal do Acre (IFAC), além de contar com a presença especial de um representante da Embrapa de Rondônia, que contribuiu com sua experiência e conhecimento no cultivo de café robusta.


O agrônomo Daniel Lambertucci, um dos responsáveis pela dinâmica do Dia de Campo, explicou a estrutura do evento: “Dividimos os grupos em uma propriedade e lá eles vão receber, por 30 minutos em média, as palestras dos pesquisadores. Em seguida, os grupos poderão questionar e tirar dúvidas. Nós trouxemos um material ilustrativo vasto para apresentar aos participantes”, destacou.

Durante o evento, os produtores receberam orientações sobre adubação, controle de doenças e pragas que afetam os cafés robustas, além de uma explicação detalhada sobre os custos e a rentabilidade das plantações utilizando o sistema de fertirrigação em Acrelândia. Os participantes também tiveram a oportunidade de trocar experiências e discutir dúvidas comuns a respeito da produção. Após as palestras, foi oferecido um almoço para todos os presentes, proporcionando um momento de confraternização.

Jercy de Souza, presidente da Apruracan, ressaltou a importância do evento para o desenvolvimento da região. “A nossa comunidade tem crescido muito com a produção de café. Só neste ano, queremos plantar mais de 20 mil mudas de café. Ou seja, nós precisamos desse suporte para ter uma boa colheita”, comentou.

A Apruracan, que conta com 78 associados e atende mais de 400 famílias no assentamento Porto Luiz, zona rural do município, possui uma sede estruturada que serve tanto como ponto de encontro dos produtores quanto como espaço de produção.

20 de out. de 2024

Ministro de Energia e Minas do Peru divulgou ter interesse em colocar energia nuclear em Iquitos, Amazônia Peruana

Segundo o ministro, a intenção é reforçar a segurança energética do país

Ministro Rómulo Mucho no centro à esquerda

Reginaldo Palazzo - O Ministro Rómulo Mucho da Energia e Minas do Peru, reuniu-se com Issam A. Abousleiman, diretor do Banco Mundial para a Bolívia, Chile, Equador e Peru, para ratificar o apoio da entidade de crédito ao desenvolvimento de projetos que permitam avançar na eletrificação da Amazônia peruana.

O diretor, acompanhado por Janina Franco, especialista sênior em energia do Banco Mundial, levantou a possibilidade de desenvolver tecnologia subterrânea de transmissão elétrica para levar energia para cidades, aldeias e comunidades na selva.


O ministro Rómulo Mucho manifestou o seu interesse em conhecer os estudos e estimativas deste projeto e reafirmou o seu interesse em promover estudos para a aplicação da energia nuclear, com o objetivo de reforçar a segurança energética no Peru.


Acompanharam o titular do MINEM o vice-ministro da Eletricidade, Victor Carlos Estrella, e o diretor-geral da Eletrificação Rural, Waldir Ayasta Muchán.

Quando nem seus assessores aguentam tanta estupidez em uma entrevista

 

Reginaldo Palazzo - Quem entende o mínimo de inglês viu o quão desastrosa foi essa entrevista para as intenções eleitorais de Kamala.

No estilo "Vou responder o que me der na veneta", Kamala respondia o que nada, simplesmente nada, tinha a ver com a pergunta.

E pior, sempre apontava o dedo para Trump, esquecendo que assim, ficavam 3 dedos apontando para ela.

Pra finalizar, uma entrevista que era para ter demorado 25 minutos durou apenas 15.

Os Assessores devem ter gritado nos bastidores. "ACABA PELO AMOR DE DEUS".


18 de out. de 2024

Por favor plantem flores


 

Licitação para construção da ponte binacional entre Brasil e Bolívia é suspensa



O Ministério dos Transportes suspendeu o processo licitatório para a construção da Ponte Internacional que ligaria Guajará-Mirim (RO) à cidade boliviana de Guayaramerin. Previsão de entrega da ponte era para 2027.

A medida foi tomada após questionamentos sobre a “atestação de capacidade técnica” das duas empresas. Processo de licitação foi publicado no Diário da União em novembro de 2023.

Segundo o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), a medida foi tomada após questionamentos sobre a “atestação de capacidade técnica” das duas empresas melhor colocadas na fase inicial do processo. Os questionamentos foram enviados ao Tribunal de Contas da União (TCU).

A licitação, que foi publicada no Diário Oficial da União em novembro de 2023, prevê a elaboração dos projetos básico e executivo, além da execução da obra, construção dos acessos e do complexo de fronteira.

O Dnit ainda não se pronunciou oficialmente sobre os impactos no cronograma de construção da ponte. A autarquia disse que segue as decisões do TCU.

Polo Agroindustrial da Agricultura Familiar começa a ganhar forma em Rio Branco


Por Wanglézio Braga - O tão aguardado Polo Agroindustrial da Agricultura Familiar, o primeiro da capital acreana, começa a se materializar. O prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom (PL), compartilhou recentemente um vídeo nas redes sociais, onde é possível ver o avanço das obras que prometem transformar a produção agrícola da região. O canteiro de obras está a pleno vapor.

A ordem de serviço para o início da construção foi assinada em julho deste ano, durante uma solenidade. O Polo Agroindustrial será composto por três galpões, cada um com uma função estratégica para impulsionar a produção e o processamento de grãos na região.

O primeiro galpão abrigará uma oficina mecânica e garagem de veículos, garantindo a manutenção de equipamentos essenciais para a operação das atividades agrícolas. O segundo será destinado ao armazenamento, proporcionando condições adequadas para a conservação de grãos e outros produtos da agricultura familiar. Já o terceiro galpão será dedicado à indústria de beneficiamento de arroz, feijão e milho, com uma estrutura completa que inclui uma selecionadora, duas empacotadoras, uma agrupadora e duas máquinas secadoras.

No vídeo publicado por Bocalom, é possível ver as primeiras construções do Polo Agroindustrial ganhando forma. O prefeito, que tem defendido a agricultura familiar como uma das prioridades de sua gestão, ressaltou a importância dessa obra para a economia local e a geração de emprego e renda. 

Ventura em Cortes [OFICIAL]: Por que existe o antissemitismo? Sobrevivente do holocausto - Ricardo Ventura

 

Alan Rick garante recurso e MP ganhará mais uma sede própria no interior


Assessoria - Na manhã desta sexta-feira, 18, em Xapuri, o senador Alan Rick (União Brasil) participou do lançamento da pedra fundamental da sede própria do Ministério Público do Estado (MPAC) no município. O novo prédio será construído com emenda de R$ 700 mil que o parlamentar destinou ainda quando deputado federal e contrapartida do MP, em terreno cedido pelo governo do estado. A área fica localizada na Rodovia AC 485, bairro CAGEACRE, distante apenas cerca de 1 km da área central.

“Estou muito feliz em participar deste momento. Esse é mais um dos investimentos do nosso mandato com o objetivo de garantir que o MPAC tenha a estrutura adequada para cumprir sua missão na defesa do direito e na promoção da justiça. Já inauguramos a sede em Assis Brasil e já há recursos garantidos para as unidades de Tarauacá e Capixaba. Ainda trabalharemos para a implementação do laboratório cibernético do MP e na estruturação da nova sede em Rio Branco.” - disse o senador Alan Rick. 

O procurador-geral de Justiça, Danilo Lovisaro, ressaltou que o “novo prédio de Xapuri priorizará a acessibilidade e a sustentabilidade, incluindo sistema para o aproveitamento e direcionamento de águas pluviais”. Segundo ele, também está prevista a construção de um viveiro na parte posterior do prédio, que será utilizado para abastecer o paisagismo de outras unidades ministeriais. O projeto ainda inclui um gabinete, uma sala para assessoria, uma sala para arquivo, um auditório com capacidade para 60 pessoas, entre outros espaços. A obra deve durar 6 meses. 

Durante o discurso, o procurador agradeceu ao senador pela destinação da emenda. “Nosso muito obrigado ao senador pelo apoio ao Ministério Público e por reconhecer a importância do nosso trabalho. Sua contribuição tem sido essencial para que possamos seguir avançando em nossa missão de defender os direitos de todos os cidadãos.”- disse.

Alternativa ao Dólar: BRICS Lança Sistema Global de Pagamentos

A aliança BRICS revelou a demonstração da sua aguardada plataforma de pagamento, BRICS Pay, enquanto se prepara para a cúpula pós-expansão em Kazan, Rússia, que ocorrerá de 22 a 24 de outubro. Sob a presidência da Rússia, o grupo busca alternativas às estruturas financeiras dominadas pelo Ocidente. Anton Siluanov, Ministro das Finanças da Rússia, destacou a necessidade de uma alternativa ao Fundo Monetário Internacional (FMI), criticando a influência política dos EUA sobre a instituição. Com os BRICS representando 37% da economia global, o BRICS Pay visa reduzir a dependência do dólar americano.

O BRICS Pay é apresentado como um sistema essencial para os países que buscam independência financeira. Autoridades chinesas também destacaram seu potencial para facilitar transações entre as nações membros, promovendo relações econômicas mais fortes e reduzindo a necessidade do dólar. A plataforma, que é descentralizada, também serve como alternativa à rede SWIFT, predominante na Europa. O conceito de um sistema de pagamento unificado pelos BRICS vem sendo trabalhado desde 2019. Para isso, o Grupo de Trabalho de Pagamentos dos BRICS foi criado em 2020, com o objetivo de desenvolver uma plataforma que atenda às necessidades financeiras específicas dos países membros.



No Fórum Empresarial dos BRICS, realizado no Centro Internacional de Comércio de Moscou, as capacidades da plataforma foram reveladas. O evento mostrou as tecnologias que suportam o BRICS Pay, que visa facilitar transações como remessas e pagamentos no varejo. O BRICS Pay surge em um momento em que diversos países sancionados pelos EUA estão promovendo esforços de desdolarização, oferecendo uma nova forma de conduzir transações internacionais. A plataforma também poderá desempenhar um papel importante em iniciativas internacionais, como a Iniciativa do Cinturão e Rota da China (BRI), servindo como uma ferramenta essencial para a liquidação de transações comerciais e de investimento.

O lançamento do BRICS Pay ocorre após a recente expansão do bloco, que agora inclui Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Irã e Etiópia. Líderes como Vladimir Putin e Xi Jinping estão à frente dos esforços para reduzir a dependência global do dólar. Apesar do crescimento do BRICS Pay, o dólar americano ainda mantém sua posição dominante nas finanças globais, com cerca de 60% das reservas globais e 64% das dívidas globais denominadas em dólares. Contudo, a incerteza nas eleições presidenciais dos EUA pode aumentar a busca por alternativas ao dólar, como o BRICS Pay.

Satélites brasileiros serão lançados de Alcântara em 2025 com tecnologia nacional a bordo

Imagem: Agência Espacial Brasileira


Por Juliano Gianotto - A empresa sul-coreana Innospace, que, em março de 2023, realizou o seu primeiro lançamento a partir do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão, planeja realizar novos lançamentos em 2025. O primeiro deles já levará tecnologia brasileira a bordo. Ao longo do próximo ano estão previstas outras operações de lançamentos orbitais a partir do CLA, com carga útil da Agência Espacial Brasileira (AEB) e de outros clientes da empresa sul-coreana.

Pelo menos três artefatos feitos em parceria com a AEB voarão no Veículo Lançador Coreano previsto para ser lançado de Alcântara. Os Cubesats Golds-UFSC (Global Open Collect Data System) e o Conasat-1. Estes dois serão os primeiros satélites brasileiros na história do País a serem lançados de território brasileiro. O terceiro artefato será o Sistema de Navegação Inercial/GNSS (SNI), desenvolvido por meio de encomenda tecnológica da AEB às empresas nacionais Concert Space, do grupo Concert Technologies, Cron e Horuseye Tech.

Construído pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e com a AEB, o Cubesat Golds-UFSC é um satélite de tamanho 2U, para aplicações de coleta de dados ambientais. Já o Conasat-1, feito pelo INPE em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Norte é um Cubesat de padrão 1U. Ele também é um satélite com aplicações para coleta de dados ambientais e atuará em conjunto com o Golds-UFSC.  

Os dois Cubesats testarão, em voo, o Environmental Data Collector (EDC), construído pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). A missão do Golds-UFSC e do Conasat-1, além de qualificar o EDC, será também contribuir com o fornecimento de dados para o Sistema Brasileiro de Coleta de Dados Ambientais (SBCDA), ajudar no monitoramento e na preservação do meio ambiente e, com isso, gerar benefícios para a sociedade brasileira.

Quando os primeiros satélites da história do País a serem lançados a partir de Alcântara estiverem em órbita, o Brasil buscará aumentar a capacidade de coleta de dados de forma estável, com menor custo e maior precisão, para beneficiar o Sistema Brasileiro de Coleta de Dados Ambientais (SBCDA). São soluções modernas e econômicas para ampliar a capacidade do Brasil de coletar dados ambientais via nanossatélites, e contribuir para a modernização do monitoramento ambiental do País.

O Sistema de Navegação Inercial/GNSS (SNI), terceiro artefato, foi desenvolvido por meio de encomenda tecnológica da Agência Espacial Brasileira (AEB) à indústria nacional. Construída pelas empresas brasileiras Concert Space, do grupo Concert Technologies, Cron e Horuseye Tech, a plataforma determina, com precisão, por exemplo, dados sobre posição e velocidade de veículos diversos. O SNI também tem aplicação para internet das coisas, drones, veículos terrestres e marítimos.

Panamá adota o método Nayib Bukele de Segurança&Defesa

 

17 de out. de 2024

Rodrigo Damasceno oficializa 32 nomes para equipe de transição em Tarauacá


Por Gilson Amorim - O prefeito eleito de Tarauacá, Rodrigo Damasceno, oficializou nesta quinta-feira, 17,  32 nomes para compor sua equipe de transição, que trabalhará na preparação para seu mandato, que começa oficialmente no dia 1º de janeiro de 2025. Entre os escolhidos para o grupo, o coordenador será Francisco de Assis da Silva Souza, que terá a responsabilidade de liderar os trabalhos.

Dentre os indicados, estão nomes de destaque como a empresária Cleane Monteiro Pereira, Everton Frota, Luís Mansueto, Carlos Tadeu, Francisco Adson Leite, Enivaldo Cavalcante, Abimael Caxias, Katlen Andrade e Milton Cesar Marçal. A equipe terá a missão de garantir uma transição eficiente entre a atual gestão, da prefeita Maria Lucinéia, e o novo governo de Damasceno, que venceu as eleições municipais de 2024.


Prefeito eleito

O grupo deve atuar na análise de dados e documentos da administração atual para facilitar o planejamento do próximo governo, além de elaborar diagnósticos sobre as áreas mais urgentes a serem tratadas a partir de janeiro.

Veja os demais nomes: Antônia Daniela, Josué Martins, José Rodinei de Lima, Orlando Melo, Ítalo Fernando, João Evangelista, Carlos Gomes, Anazira Cássia, Karife Galvão, Maria Nileida, Gilcelio Acioli, João Marinho, Marcos Venicios, Luiz Carlos, Maria Eucilardes, Ilcirlândio, Irailton de Lima, Janaína Santos, Raimunda da Luz, e Francisco Assis Souza.

Jovem produtor colhe as primeiras safras de repolho e rompe barreiras em Cruzeiro do Sul

Fotos: Arquivo Pessoal

Por Wanglézio Braga - Em uma região onde a plantação de repolho não é comum, o jovem produtor Paulo Eduardo, de 23 anos, estudante de engenharia agronômica na Universidade Federal do Acre (UFAC), está quebrando barreiras e apostando em inovação. Ele é um dos responsáveis pelas produções do Sítio 4 Irmãos, localizado na região do Juruá, em Cruzeiro do Sul, onde decidiu investir em repolhos, algo pouco usual para os produtores locais.

Os testes com a cultura começaram em abril do ano passado, utilizando sementes híbridas de uma empresa japonesa, e já estão mostrando resultados positivos. “A gente teve que testar primeiro para ver se adequava às condições do clima e solo do Juruá”, explicou Paulo. E deu certo. A plantação atualmente ocupa 1 hectare de terra, um espaço ainda pequeno em comparação com o potencial do sítio, mas suficiente para iniciar a produção e planejar novos passos. “Por enquanto é pouco, pois utilizamos as outras áreas para plantar outros tipos de legumes”, acrescentou o produtor.

Nesta safra, que já começou a ser colhida, Paulo estima uma produção entre 2 e 3 mil unidades de repolho. E com a chegada das chuvas, previstas para as próximas semanas, ele pretende aumentar ainda mais essa quantidade, com alcance de outras 3 mil mudas. “A ideia é expandir”, comenta Paulo, destacando o potencial do repolho como uma cultura promissora para a região.


Mercado promissor para o repolho no Juruá

Paulo Eduardo explicou ao Portal Acre Mais que a decisão de investir nessa cultura está diretamente ligada à inovação e à busca por novos mercados. O Sítio 4 Irmãos, além de repolho, já é conhecido pela produção de hortaliças como couve, alface, cheiro-verde e rúcula, além de frutas. “O mercado do repolho na região é muito promissor. Por enquanto, estamos negociando no mercado local, mas em breve queremos expandir para Rio Branco e até Porto Velho, em Rondônia”, vislumbra o produtor.


A faixa de preço do repolho do sítio revendido ao mercado varia entre R$ 2 e R$ 4 por quilo, dependendo da qualidade do exemplar. No restante do Acre, onde não há grandes produções dessa hortaliça, os preços podem chegar nos grandes supermercados de R$ 12 ou até R$ 16 por quilo, já que a maior parte do repolho consumido na capital é trazida de regiões distantes, como Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil, pagando mais caro pelo frete.

Essa diferença de preço mostra o potencial competitivo da produção local de Paulo, que visa suprir parte da demanda acreana e, quem sabe, do mercado rondoniense.


Um desafio de pioneirismo

Apesar do entusiasmo, Paulo reconhece os desafios enfrentados pelos produtores do Juruá. “O que é muito difícil aqui é encontrar insumos e fazer escoar a produção”, afirma. A logística na região ainda é um obstáculo principalmente no período chuvoso, mas o jovem agricultor não se deixa abater.

Durante a semana, ele se dedica aos estudos de agronomia, e nos finais de semana, à lida no campo ao lado dos irmãos, sob a supervisão dos pais, que também são produtores rurais. “É muito esforço para colher e plantar, mas nós vemos que a cultura do Juruá está em expansão, como isso devemos aproveitar e pensar no presente e no futuro”.

Para Paulo, o pioneirismo é parte de sua missão, e ele espera inspirar outros produtores a também investir em novas culturas, deixando de lado velhos hábitos de que em terras acreanas a pecuária e produção de mandioca e do milho precisam se perpetuar.

“Nós, por sermos pioneiros, queremos ser inspiração para os produtores locais. Estamos na fase de testes, mas acho que podemos ir muito mais além”, finaliza o jovem, mostrando a força e a perseverança de quem aposta no desenvolvimento da agricultura familiar no Acre.

Marrocos seleciona o Embraer C-390 Millennium brasileiro para substituir a sua frota de transporte C-130 Hercules

 

Fernando Valduga  - A Força Aérea Real Marroquina assinou um acordo para a aquisição da aeronave de transporte militar KC-390 Millennium após testes bem-sucedidos conduzidos em março deste ano. Esta aquisição é uma parte crucial da estratégia contínua do Marrocos para diversificar seus equipamentos militares e fornecedores.

De acordo com o Observatório Atlântico para Defesa e Armamento, o Marrocos se junta a várias outras nações na obtenção de acordos com a fabricante aeroespacial brasileira Embraer. Espera-se que o KC-390 Millennium complemente e potencialmente substitua a frota militar marroquina de aeronaves Lockheed Martin C-130 Hercules.

Além da compra, o Marrocos está em negociações com a Embraer para explorar a possibilidade de produzir localmente o KC-390 Millennium, com o objetivo de atingir uma “taxa de integração altamente favorável”. Esta iniciativa reflete uma estratégia mais ampla para aprimorar a frota de aeronaves de transporte e reabastecimento das Forças Armadas Reais (FRA), conforme relatado anteriormente pelo diário espanhol La Razón.

Após a avaliação de um C-390 da Força Aérea Brasileira (registrado como PT-ZNG) em Rabat em março de 2024, o Marrocos aparentemente se juntou ao Grupo de Usuários do C-390, com a bandeira marroquina aparecendo em um slide do Powerpoint em uma conferência recente do grupo, ao lado das bandeiras do Brasil, Portugal, Hungria, Holanda, Áustria, Coreia do Sul, República Tcheca, Emirados Árabes Unidos e Chile. A inclusão de Marrocos, Emirados Árabes Unidos e Chile foi inesperada, pois nenhum deles teria encomendado o tipo, embora cartas de intenção tenham sido assinadas pela Argentina, Chile e Colômbia, enquanto Angola, Egito, Grécia, Índia, Ruanda, Arábia Saudita, África do Sul e Suécia também foram citados como clientes em potencial.



A conta oficial do Exército X do Reino de Marrocos respondeu, observando que o “C-390 Millennium substituirá, portanto, os modelos C-130 Hercules mais antigos em serviço com a aviação de transporte tático/logístico da Força Aérea Marroquina”.

Atualmente, o Marrocos opera quatro C-27J Spartans, 16 C-130H Hercules e seis CASA CN-235s na função de transporte, embora um Hercules opere na função SIGINT e dois sejam configurados como aviões-tanque.

O KC-390 Millennium, uma aeronave de transporte de médio porte movida por dois motores turbofan, oferece várias vantagens competitivas sobre seus rivais, incluindo a capacidade de servir como uma aeronave de reabastecimento aéreo. Esta aeronave inovadora pode transportar até 26 toneladas de carga, incluindo veículos blindados com rodas, fornecendo ao Marrocos uma solução versátil para transporte e logística.

Várias empresas contribuíram para o projeto, incluindo FAdeA, ENAER, OGMA, BAE Systems e Rockwell Collins.

Notavelmente, o KC-390 se distingue do C-130 Hercules com sua rampa traseira, que facilita o carregamento e descarregamento eficientes de grandes volumes de carga. O KC-390 também tem um preço mais competitivo, com um custo estimado de aproximadamente US$ 50 milhões — pouco mais de um terço de seus rivais, que podem exceder US$ 130 milhões.

Esta aeronave versátil pode transportar cargas úteis substanciais, com uma capacidade máxima de 26.000 kg. Pode acomodar 80 soldados, transportar 74 macas junto com 8 equipes médicas ou mobilizar 66 paraquedistas. O KC-390 ostenta uma velocidade máxima de 992 km/h e capacidades de alcance impressionantes: 2.820 km com uma carga de 23.000 kg, 3.220 km com 19.000 kg e 5.820 km com uma carga de 14.000 kg.

Acre + Pioneiro da cafeicultura no Juruá discute plantio em Tarauacá

 

A cultura do café no Vale do Juruá foi tema de destaque na programação da Tarauacá Rural Show. 

A palestra foi conduzida pelo Dr. Leonardo Tavella, produtor e pesquisador da Universidade Federal do Acre (UFAC), que apresentou um panorama sobre o mercado da cafeicultura e discutiu as condições para a implementação efetiva dessa cultura em Tarauacá e região. 

Confira mais em www.acremais.com.

‘Internet financeira’: como o Drex pode transformar boa parte da sua vida

Ele tem o potencial de destruir a burocracia e baratear o crédito. Entenda de uma vez o real digital

Drex real digital


Sérgio Tauhata - Você lembra do mundo na virada do século 20 para o 21? Não havia Netflix ou Spotify. A internet já existia, claro. Ainda engatinhava, mas a infraestrutura dela estava entre nós. E a partir desse chassi, dessa base, vários agentes criaram os serviços que deram ao mundo a cara que ele tem hoje.

O Drex, se tudo der certo, pode assumir um papel semelhante ao que a internet teve: servir de alicerce para toda uma nova gama de serviços financeiros – que hoje parecem tão distantes quanto era o streaming lá atrás, na época em que a gente comprava CDs e alugava DVDs.

O Drex começou com o nome de “real digital”. E isso causou confusão. Ficou a ideia de que o projeto, liderado pelo Banco Central, era o de uma nova moeda. Só que o Drex é mais complexo. Trata-se de uma nova infraestrutura para o sistema financeiro – que um dia pode se tornar tão essencial para certas operações quanto a internet é para quem deseja maratonar um seriado.

“Será como se, de repente, todos os carros virassem veículos autônomos, sem precisar de motoristas”, diz Ibiaçu Caetano, executivo-chefe de finanças do grupo Bitybank e integrante do conselho da Associação Brasileira de Cripto Economia (ABcripto). Agora, vamos ao principal:


O que é, afinal, o Drex?

Existe um problema no mundo de hoje, do qual basicamente ninguém se dá conta: o dinheiro “roda” num sistema próprio, o bancário. E coisas importantes que você compra com dinheiro habitam, cada uma, seu próprio sistema. O registro de carros, por exemplo, fica a cargo do Detran do seu Estado.

Para comprar um carro usado, então, você precisa operar em dois sistemas. Primeiro, no bancário, fazendo uma transferência para o dono antigo. Depois, no do Detran, transferindo o veículo para o seu nome. Ok. Não é o fim do mundo. Mas comprar CDs também não era.

A novidade que o Drex propõe para um caso assim é a seguinte: o dinheiro e os carros estariam registrados no mesmo sistema. Vamos dizer que vocês fecharam o negócio por R$ 100 mil. Grosso modo, o proprietário do carro faz o upload do registro na rede do Drex. Você sobe R$ 100 mil na mesma rede e, lá dentro, compra o registro do carro. Pronto.

O sistema vai saber que foi você quem fez a compra, e passar o veículo para o seu nome. O antigo proprietário não precisa atestar isso no cartório nem nada. É tudo automático. Num piscar de olhos, o documento novo vai para o seu celular. E você já sai dirigindo com tudo em ordem.

LEIA MAIS: Real digital vai reduzir custo de estruturação de FIDCs, aponta especialista do BC


Esse é um exemplo hipotético. Primeiro, o sistema do Drex precisa estar operante – e hoje ele está em fase de testes. Segundo, alguém terá de combinar com os Detrans. Mas trata-se de uma possibilidade concreta que o Drex abre. Vamos a outras.


Tesouro Direto 24 horas

O termo “Drex” vem da junção das iniciais de digital, real, e eletrônico. Já o “x” remeteria à ideia de conexão ou experiência. Essa infraestrutura do real digital tem como base a tecnologia de blockchain – a mesma das criptomoedas.

Qual diferença ela faz? A mais importante: permite o upload de dinheiro e de outras coisas lá dentro (como o registro de carros). As duas ficam na forma de “tokens”, objetos digitais. E passam a ser intercambiáveis. Esse registro virtual, o token, é um tipo de escrituração inviolável. Ele representa, autentica e assegura a propriedade do ativo. Os tokens podem, então, ser negociados com segurança e muita velocidade.

É por isso que o registro do carro ali em cima vai direto para o seu nome. O que aconteceu ali foi a troca de um token registrado na blockchain (um “objeto digital” representando R$ 100 mil) por outro (a posse de veículo). “Tokenize” a posse de um apartamento no Drex, e você também terá uma transferência instantânea – quando, e se, isso for possível.

Vale o mesmo para ativos financeiros. Se o Tesouro Nacional tokenizar títulos públicos, você vai poder comprá-los sem o intermédio de um banco ou de uma corretora. O que você vai fazer é subir dinheiro para o sistema do Drex. O montante será convertido em “reais digitais” – o nome mais preciso seria “reais tokenizados”, mas paciência.

Lá dentro do sistema, haverá tokens de títulos públicos. Aí é só comprar. Sem banco, sem corretora. Só você e o Tesouro na jogada. Como a blockchain é automática e trabalha 24 horas por dia, sete dias por semana, você poderá comprar e vender títulos no sábado de madrugada, se não tiver algo melhor para fazer.

LEIA MAIS: Itaú, BTG e Santander adotam blockchain para apoiar BC com Drex


Um adendo: falamos aqui em “upload de dinheiro”, mas essa é uma simplificação para facilitar o entendimento. A ideia é que o BC produza tokens de real e repasse para os bancos; só aí eles chegam ao público (veja no quadro abaixo). Ou seja: você não fará exatamente um upload no dia em que der para comprar carro com Drex. Você vai trocar “reais normais” que tem no banco por versões tokenizadas, que fluem pela blockchain.



Diagrama de fluxo do funcionamento do Drex, versão digital dos reais, com 4 etapas que vão desde a emissão pelo Banco Central até o uso por pessoas físicas, detalhado e ilustrado por ícones representativos.


Bolsa família sem bets

O Drex embute outra característica que pode moldar as aplicações financeiras do futuro. Ele se baseia no conceito de smart contracts, ou “contratos inteligentes”, com registro validado por meio da rede blockchain. Isso permite algo novo: o “dinheiro programável”.

Marco Zanini, CEO da Dinamo Networks, responsável pela seguranca do PIX e que também participa do grupo de discussões para desenvolvimento do real digital, explica que essa possibilidade poderia resolver um problema grave: o uso de recursos do Bolsa Família em plataformas de apostas online.

O dinheiro poderia simplesmente ser programado para o usuário não conseguir gastar em apostas. “Pode usar no supermercado, na padaria, na farmácia, mas não nas bets”, acrescenta Zanini.

O projeto do Drex entrou na fase final de testes que vai até o fim do primeiro semestre de 2025. O Drex deve se tornar acessível comercialmente primeiro para transações entre pessoas jurídicas, como a compra de títulos públicos por parte de bancos. Gradualmente, viriam aplicações abertas para a população.

O CEO da Dinamo cita ainda um caso prático que tem sido testado em conjunto com o Banco da Amazônia. Uma dificuldade de se captar recursos internacionais direcionados ao desenvolvimento da região vem do fato de não ser possível garantir que o dinheiro não vai ser usado sem critério.

Em um projeto piloto, o grupo de trabalho criou uma moeda digital regional amazônica programada para ser utilizada apenas em consumo na região. “Com isso, conseguimos garantir ao investidor que aquele recurso só vai ser utilizado para aquela finalidade específica.”

O especialista em tecnologia de finanças digitais e chefe de comunidade fintechs da ABFintechs, Rogério Melfi, explica que o uso do Drex vai permitir programar condições para a realização ou não de um pagamento. A simples reserva de um hotel, por exemplo, pode embutir condições como não ser efetivada se o hóspede desistir dentro do prazo limite ou ainda liberar apenas o valor de multa.


Token o seu coração e façam a revolução

Com o Drex, o setor de crédito também tende a ganhar eficiência, reduzir burocracia e custos. Isso pode baratear taxas cobradas de empréstimos. Também vai aumentar a concorrência. Melfi reforça que o Drex aumenta a competição para as instituições financeiras tradicionais, além de trazer mais eficiência para as operações. “O real digital, junto com o PIX e o open finance, vai levar a uma verdadeira digitalização da economia do país.”

Zanini, da Dinamo, cita uma situação comum nos dias atuais para exemplificar o potencial da tecnologia.

Hoje, num empréstimo em que a garantia é um veículo, se seu carro vale R$ 100 mil e você pega R$ 10 mil, o automóvel fica inteiramente alienado à instituição que concedeu o crédito até a dívida ser quitada.

Mas, e se você pudesse dividir o valor do veículo em 10 pedaços digitais (ou seja, 10 tokens na blockchain) representando R$ 10 mil cada? Seria possível usar cada um deles como garantia em várias operações. Se o carro acabar vendido antes da quitação total, o smart contract repassa o valor proporcional devido automaticamente aos credores. Além disso, seria possível surgir plataformas que conectem vários investidores interessados em fazer o financiamento.

Produtos como consórcios, financiamentos, seguros e remessas de dinheiro também podem migrar para a infraestrutura tokenizada. Serão versões turbinadas daquelas que temos atualmente, mais rápidas, eficientes e, em grande parte, instantâneas.

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O coordenador do projeto Drex no BC, Fabio Araújo, ressaltou em uma live sobre o projeto que a nova infraestrutura vai expandir a democratização dos serviços financeiros no Brasil. “As pessoas poderão fazer um empréstimo com mais facilidade ou ter uma opção de investimento mais acessível, um seguro mais fácil, a gente quer trazer esses produtos financeiros para a mão das pessoas.”

Daqui a alguns anos, talvez nem vamos nos lembrar que crédito imobiliário demorava meses para sair ou vender um carro exigia inúmeras checagens e idas e vindas entre órgãos públicos e cartórios. Com a desintermediação financeira, o instantâneo vai virar padrão e dinheiro vai funcionar como se tivesse um GPS, onde o melhor crédito nas melhores condições será a opção mais acessível.

Mas tudo dependerá de iniciativas da sociedade. O Detran se permitirá tamanha perda de poder? Os bancos toparão perder boa parte de seu papel no sistema financeiro? Não sabemos.

O Drex não é uma iniciativa única no mundo. Ele é mais um projeto de CBDC (“moeda digital de banco central”), que vários países tocam. E o fato é que todos eles ainda engatinham, em grande parte porque não faltam amarras, como as que citamos aqui.

Mas a estrada está sendo construída. E uma hora vão entrar carros nela. Como aconteceu com a internet.