8 de dez. de 2025

A lógica por trás dos movimentos de Trump

O governo americano aumenta a pressão contra a Venezuela e, ao mesmo tempo, faz afagos no Brasil. Tomara que Brasília saiba tirar proveito dessa situação. Tomara.

Arte coluna Nuno 07 dezembro 2025_versao online

Arte Paulo Márcio

nvasconcellos@igcorp.com.br


Nuno Vasconcellos - Enquanto os Estados Unidos apertam o cerco contra a Venezuela e continuam explodindo os barcos que se arriscam pelo mar do Caribe carregados de drogas, a América do Sul prende a respiração à espera dos próximos movimentos desse jogo. O presidente Donald Trump, a bem da verdade, ainda não deixou claro até onde pretende avançar em sua escalada militar contra a ditadura bolivariana. A única intenção clara, até aqui, é ver o ditador Nicolás Maduro fora do poder. E que, de preferência, ele deixe o Palácio de Miraflores caminhando com as próprias pernas, sem ter que ser arrastado para fora de lá pelos marines.

O cerco a Maduro é cada vez mais sufocante. Na semana passada, circulou a informação de que o empresário brasileiro Joesley Batista, da JBS, visitou o ditador em Caracas, supostamente para reforçar o recado de Trump para que ele saia imediatamente do poder. Resta saber se as credenciais que Batista tem como fornecedor de proteína animal para a elite venezuelana são suficientes para torná-lo portador de uma mensagem tão importante. Resta saber, também, se Joesley, como é do seu feitio, teve a coragem de gravar a conversa com Maduro para, depois, jogá-la ao vento em seu benefício...

Seja como for, o fato é que o avião de Joesley pousou em Caracas num momento em que o espaço aéreo da Venezuela já estava fechado por ordem de Trump, como parte da estratégia de isolar o ditador. É evidente, porém, que a saída por conta própria, depois de esgotadas todas as possibilidades de seguir governando, não é a única hipótese que Maduro precisa levar em conta.

Quem acompanha os movimentos desse jogo sabe que uma incursão armada pode se dar a qualquer momento com o objetivo cirúrgico de, como se diz na gíria das operações militares, “extrair” o ditador Nicolás Maduro do Palácio de Miraflores. Esse movimento, embora possível, não parece tão provável neste momento (se bem que, em se tratando de Trump, uma mudança súbita de rumos, como já aconteceu eu outros conflitos, não causaria a menor surpresa). Tudo dependerá, é evidente, da avaliação dos riscos políticos envolvidos na operação. Nesse caso, a hipótese de que tudo seja mantido como está por mais algum tempo é a mais razoável neste momento. Por quê? Vamos aos fatos.

Para começar, o principal argumento utilizado pelos que consideram inevitável e iminente uma incursão militar destinada a capturar Maduro é o de que o custo da operação naval armada para sufocar a Venezuela é elevado demais para que o cerco se prolongue por mais tempo. Por esse ponto de vista, se Trump não estivesse disposto a entrar em ação, não investiria tantos dólares no deslocamento de uma força militar capitaneada pelo maior porta-aviões do mundo — o USS Gerald Ford.


TANTO FAZ — É aí que está a diferença entre os Estados Unidos e os outros países do mundo: as despesas com o porta-aviões e com os demais navios envolvidos na operação já estavam previstas no orçamento do Departamento de Guerra e seriam feitas de qualquer maneira, mesmo que Trump não decidisse deslocar uma frota para o Caribe. Em termos de custos, tanto faz se um navio desse porte está fundeado nas proximidades de Trinidade e Tobago, a cerca de 400 milhas náuticas da Venezuela, ou se é mantido perto da ilha de Malta, no Mar Mediterrâneo, onde estava anteriormente.

Movido por propulsão nuclear, o Gerald Ford pode dar mil voltas ao mundo sem que isso eleve um centavo a mais de gastos com combustível — como aconteceria com um navio de propulsão convencional. O gasto com os 4.600 tripulantes da embarcação também é fixo e seria realizado de qualquer maneira, mesmo que eles continuassem cumprindo sua missão anterior, no Mediterrâneo. Finalmente, os custos com os aviões e os drones que decolam do convés para caçar e destruir as embarcações do tráfico são até modestos diante dos objetivos que se pretende alcançar.

Sendo assim, o argumento de que o custo da operação revela a intenção de uma entrada imediata em operação não se aplica neste caso. O valor gasto com a frota no Caribe sairia de qualquer maneira dos cofres do Tesouro Americano, onde quer que os navios estivessem. A discussão, portanto, envolve variáveis relacionadas não com o custo — mas, sim, com oportunidade ou, se preferir, com a conveniência e com a necessidade de tomar a atitude extrema de colocar os pés em um país estrangeiro.


BONÉ DO MST — A primeira pergunta a ser feita, nesse caso, é: o que Trump ganharia caso mandasse os soldados altamente treinados de suas Forças Especiais colocar as botas em solo venezuelano? Outra pergunta: será que uma intervenção direta geraria resultados mais eficazes do que a estratégia atual — que consiste em pressionar o ditador, deixá-lo esgotado, amedrontar o que resta de seu governo, fazer com que os apoiadores se rebelem e estimular uma situação que torne inevitável a troca de comando na Venezuela? E mais: não seria mais vantajoso, levando-se em conta o futuro do país caribenho, deixar que os próprios venezuelanos se mobilizem e ejetem Maduro do poder?

As respostas a essas questões estão na cabeça de Trump e de seu círculo mais próximo de assessores — que dispõem de dezenas de alternativas para dar sequência ao plano que de fato interessa. Quem tentar entender a lógica por trás de movimentos mais recentes notará que a intenção de combater o tráfico internacional de drogas (por mais real e necessária que ela seja) é apenas um movimento da sinfonia que realmente interessa. O essencial, no final de tudo, é trazer de volta os países que se desgarraram nos últimos anos, manter a América Latina sob a influência geopolítica e econômica dos Estados Unidos.

Nesse sentido, os movimentos recentes de Trump em relação ao Brasil e à Colômbia têm sido tão estratégicos quanto a operação de asfixia da ditadura bolivariana. Embora haja uma receita específica para ser utilizada em relação a cada um desses países, todos os movimentos convergem para o mesmo ponto: a reconquista da hegemonia continental.

Esse ponto, a cada dia, se torna mais claro. Em primeiro lugar, Trump quer Maduro fora do poder, o que já é dado como favas contadas. E, na sequência, ver a Venezuela nas mãos do grupo liderado pela detentora do Prêmio Nobel da Paz, Maria Corina Machado.

O ditador, é claro, resiste a seu estilo a essa hipótese, a ponto de expor ao ridículo os apoiadores que lhe restam entre a população venezuelana. Nos últimos dias, as milícias bolivarianas foram mostradas pela TV estatal treinando com arco e flecha e usando cajados ao invés de armas de fogo para combater os fuzileiros fortemente armados da Marinha dos Estados Unidos.

O certo é que, até aqui, Maduro se mantém à frente de um governo que, mal e porcamente, respira por aparelhos. Na semana passada, ele fez um pronunciamento histriônico, num portunhol para lá de empastelado, implorando que o povo brasileiro vá às ruas apoiar o seu governo. E como prova de sua amizade com o Brasil, mostrou um boné que ganhou dos agitadores do MST. Alheio à realidade, o tirano certamente ignora a rejeição que o bando que comete todo tipo de barbaridade em nome da reforma agrária sofre fora dos círculos mais radicais da extrema esquerda brasileira.


PAÍSES DESGARRADOS — Quando o ditador cair, não restará ao novo governo outro caminho que não o de se entender com os Estados Unidos. No caso da Colômbia, que já foi o aliado mais fiel dos Estados Unidos na região e contou com a ajuda americana para combater os cartéis que infernizaram a vida no país até o final dos anos 1990, o movimento também é claro. Trump criará dificuldades crescentes para impedir que narcopresidente Gustavo Petro, se reeleja nas eleições marcadas para meados de 2026. E contará com a ampla rede de apoio que os Estados Unidos têm na sociedade colombiana para tentar ver no poder alguém com quem possa dialogar em termos minimamente sérios — o que seria impossível com Petro.

A pergunta inevitável a essa altura é: e o Brasil? Tudo indica que, em relação ao Brasil, a intenção de Trump é aliviar a pressão e atrair o governo petista para seu lado. Quanto mais natural for esse movimento e quanto que a iniciativa da aproximação coube ao Brasil, melhor para ele. Será que isso é possível? A julgar pelos movimentos da semana passada, a resposta é sim.

Nos últimos dias, chamou a atenção a mudança de postura do governo americano em relação ao Brasil — a ponto de muita gente dar como certa a improvável suspensão imediata das sanções impostas por Trump a uma série de autoridades brasileiras. Durante sua passagem por Pernambuco na terça-feira passada, onde participou da cerimônia de anúncio da ampliação da Refinaria Abreu e Lima, no município de Ipojuca, Lula reservou tempo em sua agenda para dar um telefonema para Trump.

Felizmente para o Brasil, o presidente, pelo menos desta vez, manteve o tirano da Venezuela fora da conversa. No telefonema, o presidente brasileiro agradeceu a Trump pela recente retirada das tarifas draconianas de 40% impostas a alguns produtos que os Estados Unidos importam do Brasil. Saíram da lista a carne bovina (fresca, resfriada e congelada), o café, o cacau e seus derivados, algumas frutas, vegetais e nozes. Ótimo! Qualquer avanço nesse campo é sempre bem-vindo e merece, sim, ser comemorado.

É bem verdade que esses produtos se livraram da taxação por iniciativa exclusiva dos Estados Unidos — sem qualquer motivação que não fosse a pressão natural das leis do mercado. Maior e mais eficiente produtor de alimentos do mundo, o agronegócio fez do Brasil um parceiro indispensável para qualquer país do mundo. Inclusive, como se viu neste momento, para os poderosos Estados Unidos da América. A paralisação das importações brasileiras tinha puxado para o alto os preços do hambúrguer, do café e do chocolate, que são essenciais na dieta da classe média americana.

Reconhecer que a lista de restrições americana aos produtos brasileiros se deu porque os Estados Unidos precisam desses alimentos não diminui, mas, ao contrário, só aumenta o peso relativo do Brasil nesse jogo. Nada dependeu, especificamente, da habilidade do Itamaraty para lidar com as sanções americanas, mas, apenas da relevância que o agronegócio brasileiro tem no mercado internacional — simples assim!

Agora, chegou a hora da diplomacia brasileira provar seu valor. Ela terá que mostrar serviço para remover as sanções tarifárias que ainda pesam sobre artigos industrializados importantíssimos para a economia nacional. Trata-se de motores, máquinas, equipamentos agrícolas, autopeças e outros produtos de alto valor agregado. Se as sanções sobre esses artigos caírem nos próximos dias, aí sim, ficará nítido que os Estados Unidos estão realmente dispostos a buscar um entendimento com o Brasil — e não apenas a adaptar as punições que aplicaram às conveniências de seu próprio mercado.


PONTO DE VISTA AMERICANO — Questões comerciais à parte, outro ponto precisa ser destacado. Lula também pediu a ajuda dos Estados Unidos no combate ao crime organizado. A nota divulgada pelo Itamaraty após o telefonema diz que o presidente brasileiro chamou atenção de Trump para “as recentes operações realizadas no Brasil pelo governo federal, com vistas a asfixiar financeiramente o crime organizado”. Além disso, ele “identificou ramificações (das facções) que operam a partir do exterior”.

A iniciativa de Lula de trazer esse tema para o debate não deixa de expor um aspecto interessante. A administração petista sempre teve uma postura leniente em relação ao crime organizado. Agora, porém, ela demonstra uma grande preocupação com o assunto. O fato é que o tratamento amistoso que sempre deu aos criminosos começou a cobrar um preço elevado e a fazer um estrago e tanto na popularidade do governo federal. Como parte da estratégia para apagar a má impressão, o próprio presidente da República tomou a iniciativa de levar o tema para a conversa com Trump.


MENOS DE 24 HORAS — Na quarta-feira passada, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse ter recebido da embaixada dos Estados Unidos em Brasília um pedido de acesso a documentos sobre operações brasileiras de combate ao crime organizado. De acordo com o ministro, a Receita Federal já estava providenciando a tradução dos documentos para o inglês antes de encaminhá-los à embaixada.

Tudo bem... Ainda que as ações contra o crime organizado tenham entrado na pauta do governo apenas por conveniência eleitoral, elas são muito bem-vindas. Antes tarde do que nunca. Mas, pelo visto, as autoridades brasileiras ainda estão em processo de adaptação a essa nova realidade. Um ponto interessante para se observar em relação a isso é o senso de urgência de um governo e do outro para lidar com os problemas.

Menos de 24 horas depois do presidente Lula ter pedido a ajuda de Trump para combater o crime, a máquina pública americana já havia se mobilizado e feito chegar ao governo brasileiro um pedido formal de informações sobre o andamento de investigações que interessam aos dois países. E como o governo brasileiro reagiu ao pedido?

Bem... ao invés de disponibilizar os documentos imediatamente e escalar um funcionário versado em inglês para entregá-los e discuti-los pessoalmente com as autoridades americanas, a Receita decidiu, de acordo informações do próprio ministro da Fazenda — e, portanto, acima de qualquer dúvida — submetê-los à tradução. Isso é algo que, hoje em dia, sincera e honestamente, é feito de forma instantânea, com rapidez e segurança, pelos recursos mais avançados da Inteligência Artificial. A decisão de mandar os arquivos para tradução apenas atrasa a remessa dos documentos — e, nesse jogo, a demonstração de agilidade é prova de interesse.

Outro ponto: o Brasil precisa, no aspecto particular do combate ao crime organizado, mais do que a troca de dados e mais do que o cruzamento de informações que levam à asfixia financeira das facções. Por mais que a troca de informações de inteligência seja indispensável, ela é insuficiente e até ineficaz contra bandidos armados com fuzis e metralhadoras de grosso calibre como os que ocupam as comunidades cariocas. Eles dominam e exploram territórios, usam os moradores das favelas como escudos e cometem todos os tipos de barbaridade contra a população. Precisam ser postos fora de circulação. Ponto final.

Por mais que o governo federal critique as operações policiais nas comunidades dominadas pelo crime, é obrigatório reconhecer que, sem elas, o problema permanecerá insolúvel. Ninguém em sã consciência defende o uso gratuito da truculência no combate ao crime. Mas as operações precisam ser sistemáticas e com o uso de força proporcional aos armamentos de guerra dos bandidos. E mais: quanto mais eles se armarem para resistir ao cerco do Estado, mais vítimas haverá entre os criminosos. É lamentável, mas é o preço que precisa ser pago pelos anos de omissão das autoridades — que viram as facções crescer sem nada fazer para impedir.

Os Estados Unidos são importantíssimos nessa luta e, pelo visto, estão dispostos a colaborar. Mesmo porque, uma ajuda efetiva nesse tema delicado pode ser essencial para que o governo americano cumpra o objetivo que tem para o Brasil: o de atraí-lo para seu campo de influência — ainda que isso exija vencer as resistências que a simples menção aos Estados Unidos da América ainda enfrenta na esquerda brasileira e em setores do próprio governo.

Trump tem tempo. Mesmo porque, como já foi dito outras vezes neste espaço, ele tem as pedras brancas em seu poder e isso dá a ele a prerrogativa de tomar a iniciativa nesse tabuleiro geopolítico em que se transformou a América Latina. Tomara que a situação evolua da melhor maneira possível, sem provocações e sem picuinhas capazes de inibir as iniciativas americanas. Tomara que o governo brasileiro, nem que sua intenção seja apenas a de investir na própria popularidade, não perca essa oportunidade de contar com a ajuda americana. Tomara.

Professor de capoeira ensina alunos a odiarem pessoas brancas: "Não dou aula pra brancos. Se ele vim vou bater neles"

 Racismo, intolerância religiosa e discurso de ódio escancarados!







Um vídeo que circula nas redes sociais mostra um professor de capoeira da Bahia fazendo declarações abertamente racistas e discriminatórias. 

Ele afirma ser “o único professor da Bahia” que não aceita alunos brancos em suas aulas, dizendo que seu trabalho é exclusivo para pessoas pretas. Segundo ele, qualquer pessoa branca que tentar participar será recebida com violência. 

O professor também relatou que retirou os próprios filhos da escola municipal e passou a procurar instituições particulares. No entanto, criticou o fato de que, segundo ele, “todas as escolas eram de donos evangélicos ou católicos”. 

Para o professor, isso “prejudicaria” o futuro das crianças, porque poderiam “casar com um branco ou com uma branca” e “adorar o Deus deles”. 

Ele acrescenta ainda que, com a filha mais velha, chega a brincar dizendo: “Com branco aqui você não entra. Se entrar, não entra mais aqui em casa”.


Com a palavra o Ministério Público!

7 de dez. de 2025

Barcos pesqueiros chineses continuam invadindo ZEE ( Zona Econômica Exclusiva) de outros países, dessa vez é a Argentina

Zona Econômica Exclusiva (ZEE): É uma faixa marítima além das águas territoriais onde cada país costeiro tem prioridade na utilização dos recursos naturais do mar, tanto vivos quanto não-vivos, e responsabilidade na sua gestão ambiental

Estudo mostra que atuação de lideranças do agronegócio impulsionam desenvolvimento sem elevar desmatamento

Imagem: reprodução/icv.org


Uma publicação da revista Academy of Management Discoveries analisou como a formação e a experiência profissional de prefeitos da Amazônia influenciam o desenvolvimento econômico e a preservação ambiental. O estudo, assinado por pesquisadores da Fundação Getulio Vargas, investigou dados de 2004 a 2016 em municípios da região Norte e concluiu que gestores com trajetória ligada ao agronegócio tendem a apresentar desempenho superior na criação de empresas, sem impacto significativo sobre o avanço do desmatamento.

A pesquisa cruzou informações de nove bases oficiais — entre elas Tribunal Superior Eleitoral, Ministério do Trabalho e DATASUS — para avaliar se o conhecimento técnico do setor agro influencia a condução das políticas municipais. Os resultados sugerem que a combinação entre formação específica e gestão pública qualificada produz um equilíbrio mais raro do que se costuma supor: dinamismo econômico sem deterioração ambiental. Segundo os autores, políticas fiscais consistentes e investimentos estruturados em agricultura, infraestrutura e urbanismo foram determinantes para esse efeito.

A percepção de que lideranças com experiência prática no agro conseguem navegar melhor entre as demandas de produção e a necessidade de conservação é compartilhada por Isan Rezende (foto), presidente do Instituto do Agronegócio (IA) e da Federação de Engenheiros Agronomos de Mato Grosso (Feagro-MT).

Para ele, o estudo reforça algo que quem está no campo presencia há décadas. “Existe uma visão equivocada, construída muitas vezes de longe, de que o agronegócio é um agente automático de destruição. Quem governa municípios amazônicos e conhece a rotina da produção sabe que a equação é mais complexa. O que faz diferença é a responsabilidade na gestão e a capacidade de enxergar a floresta e o produtor como parte da mesma realidade, não como adversários”, afirma.


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Rezende acrescenta que a formação técnica não deve ser vista como privilégio de poucos, mas como requisito estratégico para qualquer gestor que pretenda atuar na região. “Quando um prefeito ou secretário tem experiência direta com o campo, ele compreende melhor o impacto das políticas públicas na vida das famílias produtoras. Não se trata apenas de saber plantar — trata-se de saber administrar ciclos, riscos, gargalos logísticos, e ao mesmo tempo preservar recursos que garantem produtividade no longo prazo. Essa visão integrada é o que sustenta resultados consistentes”, defende.

Para o dirigente, o estudo publicado consolida evidências que podem orientar a formulação de políticas públicas mais sólidas. “O Brasil precisa estimular lideranças com essa competência híbrida: técnico-pragmática e ambientalmente responsável. Isso vale para prefeitos, mas também para quem ocupa cargos estratégicos nos Estados e na União. A Amazônia não pode ser governada apenas por discursos, precisa ser administrada por quem entende de território, gente, produção e conservação. É essa liderança que abre caminho para um modelo sustentável de desenvolvimento”, conclui.


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Embora o estudo ressalte o papel individual dos prefeitos, os pesquisadores destacam que condições institucionais bem desenhadas são indispensáveis: políticas fiscais previsíveis, acesso a crédito, infraestrutura rural funcional e programas públicos que incentivem a formalização de novos negócios. Esse arranjo cria ambiente para que prefeitos tecnicamente preparados alcancem resultados superiores.

A Academy of Management Discoveries, responsável pela publicação, é um periódico internacional da Academy of Management, reconhecido pela difusão de estudos empíricos sobre gestão pública, organizações e desenvolvimento. A revista, fundada em 2015 e amplamente utilizada pela comunidade acadêmica global, reúne trabalhos revisados por pares e se consolidou como referência para análises que buscam explicar comportamentos e resultados institucionais a partir de dados reais.

Ao final, o estudo sugere que a combinação entre conhecimento técnico, liderança local qualificada e políticas públicas bem estruturadas forma um dos caminhos mais promissores para que a Amazônia avance economicamente sem repetir ciclos históricos de destruição.

Para o setor do agro, trata-se de mais uma evidência de que a formação de líderes preparados pode ser tão importante quanto tecnologia e produtividade na lavoura — e que, em muitos casos, é justamente essa liderança que define se haverá equilíbrio ou descompasso entre crescimento e floresta.

Rios de lixo, temos futuro?

 

Paquistão


 Bali


 

Bangladesh 

 





Brasil 






5 de dez. de 2025

Diario Cast: Conversa com Marcela Jansen, do Correio Online, e Wanglézio Braga, do Acre Mais

 

Hoje sexta-feira, dia 5, o agro acreano esteve no centro do debate. 

Um time de especialistas analisou os desafios do setor e as previsões para 2026: 

Ronan Matos, jornalista do Diário do Acre, Marcela Jansen, do Correio Online, e Wanglezio Braga, do Acre Mais pautaram perfeitamente o momento atual e os desafios para o futuro do agronegócio acreano.

Barco peixeiro é apreendido com 1,7 tonelada de maconha skank no rio Solimões

Câmaras frigoríficas escondiam droga avaliada em R$ 35 milhões; três pessoas foram presas durante operação conjunta do DRCO e COE nas proximidades de Anori


Joana Queiroz- Uma embarcação peixeira foi apreendida na madrugada de quinta-feira (4), no rio Solimões, nas proximidades do município de Anori (a 254 quilômetros de Manaus), transportando 1,7 tonelada de maconha do tipo skank.

A droga, avaliada em aproximadamente R$ 35 milhões, estava escondida nas câmaras frigoríficas no porão da embarcação, sob uma camada de gelo. Três pessoas foram presas.

A apreensão ocorreu durante operação conjunta do Departamento de Repressão ao Crime Organizado (DRCO) da Polícia Civil e da Companhia de Operações Especiais (COE) da Polícia Militar, que acompanhavam a vinda de um carregamento de droga oriundo da área de fronteira, transportado em lanchas rápidas com escolta armada.

Conforme o delegado do DRCO, Mário Paulo, as embarcações foram identificadas e passaram a ser acompanhadas pela COE, comandada pelo major Lemos, que estava em patrulhamento nos rios. Nas proximidades do município de Codajás, os criminosos fizeram o transbordo da droga para o barco pesqueiro, que horas depois foi apreendido.

A droga estava embalada em sacos plásticos pretos e foi levada para a sede do DRCO. Ainda nesta sexta-feira (5), mais informações serão repassadas em entrevista coletiva.

Os planos da Petrobras para reiniciar a produção de fertilizantes no Nordeste

Petrobras voltou a investir em fertilizantes após demanda do presidente Lula, que busca diminuir dependência de importações no agro

Estatal vai voltar a produzir fertilizantes 

                Por Reuters


A Petrobras está se preparando para reiniciar a produção de fertilizantes nas fábricas do Nordeste, o que deve acontecer até janeiro, afirmou nesta quinta-feira (4) o diretor-executivo de processos industriais e produtos da estatal, William França.

Em outubro, a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, havia dito que a companhia reiniciaria a operação no início de 2026, mas não deu um prazo mais específico.

A Petrobras voltou a investir em fertilizantes após uma demanda do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que busca deixar o setor agrícola menos dependente de importações do insumo.

A Fafen Sergipe tem capacidade instalada para 1,8 mil toneladas de ureia por dia, enquanto a Fafen Bahia pode produzir 1,3 mil toneladas/dia.

As Fafens chegaram a ser arrendadas pela Unigel, mas voltaram ao controle da Petrobras neste ano, após ficarem hibernadas desde 2023 por dificuldades financeiras.

Uma outra unidade parada desde o governo anterior, a Ansa, no Paraná, deve ter a partida iniciada em março de 2026, de acordo com o executivo. A fábrica paranaense tem capacidade de 1,9 mil toneladas diárias.

O plano inicial da Petrobras é atender em 2026 cerca de 20% do mercado brasileiro de fertilizante nitrogenado, produto que o Brasil importa em grande escala.

Mas, segundo o diretor, os planos da companhia vão além.

Até o fim da década, o país deve produzir cerca de 40% da demanda interna de ureia, hoje quase totalmente importada.

A Petrobras também prevê iniciar em 2029 a produção de fertilizantes em Três Lagoas (MS), fábrica cuja construção foi paralisada por anos, ampliando a capacidade nacional e reduzindo importações.

“O Brasil consome cerca de 8 milhões de toneladas de ureia por ano. Vamos chegar a menos de 4 milhões de toneladas importadas com Três Lagoas operando, com as Fafens e Ansa. Vamos atender 40% ou mais do mercado”, disse França.

Corredor tarauacaense brilha na 3ª Maratona de Porto Velho e conquista pódio na categoria 56+


Raimundo Accioly - O esporte de Tarauacá segue rompendo barreiras e levando o nome do município a grandes eventos fora do estado. Desta vez, o destaque vai para o corredor Vitorio Silva, que participou da 3ª Maratona de Porto Velho – Lupo Esport, realizada no dia 30 de novembro de 2025, na capital rondoniense.

Com muita determinação, preparo e foco, Vitorio conquistou o 2º lugar na categoria 56+ anos, garantindo mais um importante pódio para o atletismo tarauacaense. O atleta competiu representando o grupo Seven Team Run, equipe que vem crescendo no cenário regional e incentivando a prática da corrida como qualidade de vida e superação pessoal.

A participação de Vitorio Silva reforça o protagonismo dos atletas tarauacaenses nas grandes competições do Norte do país, mostrando que com dedicação e apoio, é possível alcançar resultados expressivos e inspirar novas gerações.

Parabéns ao atleta e a toda equipe Seven Team Run por mais essa conquista que orgulha Tarauacá! 🏃‍♂️✨

Que venham novas provas, novas metas e muitas outras vitórias!

Mais uma lancha transportando drogas é atacada no Pacífico Oriental

 
Em 4 de dezembro, sob a direção de @SecWar Pete Hegseth, a Força-Tarefa Conjunta Southern Spear realizou um ataque cinético letal contra uma embarcação em águas internacionais operada por uma Organização Terrorista Designada. Informações de inteligência confirmaram que a embarcação transportava narcóticos ilícitos e transitava por uma rota conhecida de narcotráfico no Pacífico Oriental. Quatro narcoterroristas do sexo masculino a bordo da embarcação foram mortos

Docente da UFAC que deu voz ao agronegócio do Juruá deixa legado no Acre e vai para a Bahia


Por Wanglézio Braga - O setor agropecuário do Vale do Juruá está prestes a se despedir de um de seus maiores incentivadores. Depois de anos dedicados ao fortalecimento do agronegócio no Acre, o professor Luis Henrique Ebling Farinatti, da Universidade Federal do Acre (UFAC), prepara mudança para a Universidade Federal do Oeste da Bahia. Em Cruzeiro do Sul, ele se tornou referência na agronomia, aproximando pesquisa, sala de aula e o dia a dia do produtor rural.

Pesquisador encerra ciclo no Acre
e vai para o oeste baiano (Foto: Arquivo Pessoal)
Além do trabalho acadêmico, Farinatti ganhou projeção ao assumir a comunicação do campo. Foi dele a condução do programa “Juruá Agro”, exibido por uma afiliada do SBT, onde levava ao público cotações das mais variadas vertentes, entrevistas e reportagens produzidas diretamente das propriedades rurais. Com linguagem simples e prática, se tornou uma ponte importante entre universidade, produtores e consumidores.

Na UFAC – campus Floresta, o clima já é de despedida. O professor tem visitado amigos e parceiros, reforçando os laços criados no Acre, estado que aprendeu a chamar de casa. Em várias entrevistas, inclusive ao Portal Acre Mais e ao blog Pé de Orelha, Farinatti defendeu o fortalecimento das cadeias produtivas já consolidadas no estado, como a mandiocultura, e estimulou a diversificação das lavouras, destacando o café como cultura estratégica para o interior.

O estudante de agronomia e repórter do programa Juruá Agro, Eduardo Krautchuk, definiu a importância da presença do professor Luis na sua vida acadêmica e de seus pares. “Para mim, professor significa pai. É difícil resumir alguém tão grandioso, mas nenhuma palavra o define melhor. Ele foi cuidado, atenção e dedicação — comigo, com meus amigos do Gespa e da UFAC. Até na hora de partir para uma nova fase de sua jornada profissional, o mesmo pensou em nós, deixando caminhos prontos para seguirmos. Ele ia muito além do ensino: eram conselhos sinceros, momentos compartilhados, carinho em cada gesto. O cuidado que tinha conosco era o cuidado que só um pai oferece a um filho”, disso ao Portal Acre Mais.


Agradecimentos

O Portal Acre Mais agradece a contribuição do docente em entrevistas, debates e sugestões de pautas que ampliaram a visibilidade do agronegócio acreano. Sua atuação deixa um legado de incentivo ao conhecimento técnico e ao protagonismo do produtor rural da região. Desejamos votos de boa sorte na nova jornada e já esperamos o seu regresso para uma futura visita.

Professor que aproximou agronomia e produtor rural se despede do Acre


Nota: O Blog Tarauacá Notícias também gostaria de agradecer o excelente serviço prestado pelo professor Farinnatti a agropecuária acreana. 
Boa sorte na próxima empreitada!

3 de dez. de 2025

O Serviço Geológico Colombiano informou que o alerta laranja é mantido no Vulcão Puracé

O vulcão Puracé mantém o alerta alaranjado devido à emissão persistente de cinzas e gases, acompanhada por atividade sísmica que já afeta vilarejos próximos com a queda de material e mudanças na cor do Rio San Francisco

Vulcão Puracé permanece em alerta laranja


Rádio Nacional da Colômbia/Camila Rivera - O vulcão Puracé permanece em alerta laranja devido à persistente atividade sísmica e às emissões de cinzas que impactaram comunidades próximas no departamento de Cauca, informou o Serviço Geológico Colombiano (SGC) na segunda-feira.

Desde o fim de semana, a agência ligada ao Ministério de Minas e Energia registrou sinais sísmicos relacionados ao movimento de fluidos dentro do vulcão, especificamente do tipo Tremor e Longo Período, localizado sob a cratera Puracé. Esses sinais estão associados à emissão contínua de gases vulcânicos e pequenas quantidades de cinzas.

As colunas de gases e cinzas atingiram alturas superiores a 500 metros acima do cume do vulcão, embora condições climáticas adversas tenham tornado impossível calcular sua altura total. Nas últimas 24 horas, a aeronáutica civil recebeu sete alertas, destacando o emitido em 1º de dezembro às 23h27 por uma coluna que se dispersou para o sudeste.

Os efeitos da atividade vulcânica já estão sendo sentidos nas cidades próximas. No domingo, às 14h, a vila de San Juan de Puracé relatou queda de cinzas.

Além disso, moradores da vila de Pululó relataram às 10h30 do mesmo dia uma mudança na coloração do Rio São Francisco para um tom marrom, fenômeno que o SGC atribui ao arrasto de cinzas acumuladas na parte superior do vulcão devido às chuvas recentes.

O Serviço Geológico esclareceu que, embora o vulcão permaneça em alerta laranja, é normal que ocorram flutuações temporárias nos níveis de atividade. Uma diminuição momentânea não significa necessariamente que o vulcão voltou à estabilidade. Para reduzir o nível de alerta para amarelo, é necessário um longo período de avaliação para confirmar tendências estáveis em todos os parâmetros monitorados.

As autoridades recomendam que a população não se aproxime da cratera ou de seus arredores, que esteja atenta aos boletins oficiais do SGC e que siga as instruções das autoridades locais e departamentais e da Unidade Nacional de Gestão de Riscos de Desastres (UNGRD).

Ataque contra o candidato presidencial de direita do Peru, Rafael Belaunde Llosa: sujeitos atiram em seu carro


Irmãos Batista contratam Citi para vender fatia da mineradora LHG e atrair sócio estrangeiro

Holding já recebeu propostas e quer fechar a venda em 2026; LHG planeja investir R$ 4 bi para elevar a produção a 25 milhões de toneladas

Terminal de minério de ferro no porto de Dalian, China 21/09/2018 REUTERS/Muyu Xu

            

                        Por Bloomberg

A J&F, a holding dos irmãos Batista, contratou o Citigroup para conduzir a venda de uma participação minoritária na LHG Mining, sua empresa de mineração. A transação, de acordo com fontes ouvidas pela Bloomberg, deverá ser para buscar um sócio estratégico, ou seja, com conhecimento no setor.

A J&F já recebeu diversas ofertas não vinculantes de investidores, incluindo grandes mineradoras, fundos de private equity, tradings e siderúrgicas. A expectativa é concluir a transação no primeiro trimestre de 2026.

Uma das condições do processo é que a fatia seja vendida a investidores estrangeiros, não a players locais do setor. O tamanho exato da participação a ser negociada vai depender das propostas e da avaliação da companhia, disse a fonte.

A LHG, focada em minério de ferro e manganês, tem duas minas no Mato Grosso do Sul adquiridas da Vale em 2022, além de um porto próprio. O negócio integra o conglomerado dos irmãos Wesley e Joesley Batista, controladores da JBS.

A empresa planeja investir cerca de R$ 4 bilhões (US$ 750 milhões) para elevar a produção a 25 milhões de toneladas, com novas plantas de processamento previstas para entrar em operação até 2030 – um nível próximo ao do projeto Minas-Rio, da Anglo American, no Brasil. 

Após operar por dois anos nessa capacidade ampliada, a LHG pretende iniciar uma segunda fase de expansão que pode dobrar a produção. Essa etapa demandaria aproximadamente US$ 2,5 bilhões, segundo uma das pessoas.

Desde sua criação, a LHG já multiplicou por seis o volume produzido, alcançando 12 milhões de toneladas anuais, segundo documentos da empresa. A operação escoa a produção por um sistema integrado que inclui porto, terminal marítimo e transbordo no Uruguai.

Procurados, Citi, LHG e J&F não comentaram.

Viralizam vídeos da qualidade duvidosa das construções na China. São os famosos tofu dreg


"Tofu dreg" refere-se a projetos subpadrão causados por corrupção e pressa, como relatado em fontes como discursos de Zhu Rongji e análises de colapsos em desastres, destacando falhas estruturais comuns em prédios chineses.




2 de dez. de 2025

Prefeito Rodrigo Damasceno recebe presidente do DERACRE em visita às obras da Terceira Entrada de Tarauacá


Por José Gomes - SECOM - O prefeito Rodrigo Damasceno recebeu nesta terça-feira (02) a presidente do Departamento de Estradas de Rodagem do Acre (DERACRE), Sula Ximenes, que veio acompanhar de perto o avançado estágio das obras da Terceira Entrada da cidade – uma das principais intervenções estruturantes já em fase final de execução no município.

Durante a visita técnica, a presidente percorreu os trechos em obra ao lado do prefeito e de técnicos da prefeitura e do DERACRE. O foco foi avaliar o andamento da pavimentação asfáltica, que já está em execução em diversos pontos, além da conclusão das calçadas, drenagem, iluminação e sinalização. A obra ultrapassa 80% de execução física e segue em ritmo acelerado.

“A pavimentação já está sendo aplicada e a gente vê o quanto essa entrada vai mudar a cara de Tarauacá. É uma obra de qualidade, que trará mais segurança no trânsito, melhor acesso ao IFAC e mais desenvolvimento para toda a região”, destacou Sula Ximenes.

O prefeito Rodrigo Damasceno reforçou a importância da parceria com o Governo do Estado: “Essa terceira entrada já está virando realidade graças ao trabalho conjunto com o governador Gladson Cameli e o DERACRE. É mais uma via moderna, com asfalto, calçadas acessíveis e iluminação, que vai facilitar a vida de quem mora aqui e de quem chega à nossa cidade", destacou o prefeito.

A visita da presidente do DERACRE reafirma o compromisso das duas gestões em concluir a obra com qualidade e dentro do prazo, entregando à população uma infraestrutura planejada, segura e preparada para o futuro da cidade.

Sem festival oficial da Prefeitura de Tarauacá, parceria entre SEAGRI e cooperativa garante feira do abacaxi



Por Wanglézio Braga - A falta do tradicional Festival do Abacaxi, organizado anualmente pela Prefeitura de Tarauacá, poderia ter deixado 2025 marcado como um ano vazio para os produtores da fruta símbolo do município. Mas a união de forças entre a Secretaria Estadual de Agricultura (SEAGRI), o gabinete do deputado licenciado Luiz Tchê e a Cooperativa dos Produtores Familiares e Extrativistas de Tarauacá (CooptAcre) garantiu que o trabalho de quem vive da cadeia produtiva fosse valorizado. Assim nasceu a 1ª Feira do Abacaxi da Agricultura Familiar, realizada entre 27 e 30 de novembro, que conseguiu movimentar o campo e a cidade.


A missão da feira foi evitar que a produção inteira ficasse retida nas propriedades. E deu certo: segundo Bayma, da CooptAcre, quase seis mil abacaxis foram vendidos durante os quatro dias de evento. O público também pôde conhecer o potencial da região na produção de frutos gigantes, marca registrada de Tarauacá, com a escolha dos três maiores abacaxis deste ano.

O produtor Nico do Abacaxi levou o primeiro lugar com um fruto de 11,2 kg e recebeu R$ 10 mil de prêmio. Logo atrás veio o produtor Nivaldo Carlos, com um abacaxi de 8,3 kg que garantiu R$ 7 mil ao segundo colocado. Fechando o pódio, Chico Veio apresentou um fruto de 7,1 kg e recebeu R$ 3 mil. No total, R$ 20 mil foram distribuídos aos campeões, fortalecendo o incentivo à produção local.


A feira ainda abriu espaço para a venda de outros produtos da agricultura familiar, como banana, melancia, tapioca, beiju e derivados, garantindo renda direta para dezenas de famílias. A iniciativa reforça a importância da organização comunitária e da parceria entre Estado, cooperativa e produtores, garantindo que a cultura do abacaxi — tão forte na identidade de Tarauacá — continue viva mesmo sem o festival oficial.

Tarauacá: MPAC ajuíza ação civil pública para instalação de IML


O Ministério Público do Estado do Acre (MPAC), por meio da Promotoria de Justiça Cível de Tarauacá, ajuizou ação civil pública requerendo a instalação de um Instituto Médico Legal (IML) no município. O pedido foi apresentado após constatação de que a ausência de estrutura pericial adequada na região tem gerado impactos significativos aos serviços públicos e à população da regional de Tarauacá.

Atualmente, exames de necrópsia deste município só podem ser realizados em Cruzeiro do Sul, o que obriga o deslocamento de corpos por longas distâncias e prolonga o tempo de espera das famílias para a realização do sepultamento. Além disso, os exames de corpo de delito são feitos por médicos plantonistas do hospital, o que interfere no atendimento regular de pacientes e provoca situações de risco, como a circulação de pessoas custodiadas em áreas destinadas ao público e aos profissionais de saúde.

O MPAC destacou ainda que vítimas de violência, especialmente mulheres, crianças e adolescentes, são submetidas a exames periciais em ambiente hospitalar, sem estrutura adequada e sem a especialização exigida para esse tipo de atendimento. Segundo a ação, a instalação do IML é necessária para assegurar condições técnicas adequadas, garantir atendimento humanizado e preservar direitos fundamentais da população.

Na ação civil pública, o Ministério Público informou que já havia expedido recomendação ao Estado do Acre em 2023 para implantação do instituto, sem que houvesse adoção de providências. Diante disso, foi solicitado, em tutela de urgência, que o Estado apresente plano de ação para instalação do IML e adote medidas provisórias para estruturar o atendimento pericial no município.

O Poder Judiciário determinou que o Estado do Acre se manifeste sobre o pedido de tutela de urgência no prazo de dez dias.