A militante anticastrista publicou em seu Twitter o visto concedido pelo Itamaraty para que ela visite o Brasil. Foto: /Twitter
Terra - A jornalista e blogueira cubana Yoani Sánchez voltou, nesta quinta-feira, a utilizar as redes sociais para se dirigir à presidente brasileira, Dilma Rousseff. Após ter divulgado vídeo no qual pede à petista que interceda junto às autoridades de Cuba em favor de uma viagem sua ao Brasil, Sánchez desta vez insinuou uma crítica. "Na rua, comentam que 'Dilma veio a Cuba com a carteira aberta e os olhos fechados'", publicou no Twitter, empregando o recurso de mencionar o perfil de outro usuário - nesse caso, o da própria Dilma.
O comentário sucede visita da presidente a Cuba, onde ela chegou a afirmar que os direitos humanos não podem ser adotados como uma "arma de combate político-ideológico". Yoani Sánchez é conhecida por manter um blog no qual denuncia o que ela entende como violações à liberdade de expressão e aos direitos humanos na ilha comandada por Raúl Castro, irmão de Fidel.
Também por meio do Twitter, a blogueira havia comemorado ter recebido o visto do Itamaraty para que pudesse visitar o Brasil, onde pretende, na condição de convidada do cineasta Claudio Galvão da Silva, assistir à estreia do documentário Conexão Cuba-Honduras, do qual ela participa como entrevistada. Yoani diz já ter solicitado ao governo cubano autorização para deixar o país. "Me disseram que a resposta estará pronta na sexta, 3 de fevereiro", publicou na semana passada no microblog. A jornalista, que chegou a morar na Suíça mas decidiu retornar ao país de origem, alega que o regime socialista já lhe negou 18 solicitações para sair da ilha.
O líder do governo na Câmara dos Deputados, Cândido Vaccarezza (PT-SP), defendeu na terça-feira a postura do governo federal de não polemizar com a situação dos direitos humanos na ilha de Cuba. Segundo ele, ainda que as autoridades nacionais tenham concedido visto à ativista cubana Yoani Sánchez, a presidente não deve ser obrigada a recebê-la em Brasília. "Ninguém pode obrigar a presidente a receber uma pessoa só porque ela faz parte de um movimento político", disse o parlamentar.
Dilma desembarcou no país de Fidel Castro em meio a pressões provocadas após a morte do dissidente Wilman Villar Mendoza depois de uma greve de fome de aproximadamente 50 dias. A jornalistas, ela disse que todos os países têm "telhado de vidro" em relação aos direitos humanos.
Em sua primeira visita a Cuba, Dilma anunciou apoio às reformas econômicas de Raúl Castro, no que considerou como uma cooperação bilateral "estratégica". Ela assinou acordos para criar um banco de dados geológicos, reforçar o Centro de Tecnologia e Qualidade do ministério da Indústria Siderúrgica e criar uma rede de bancos de leite materno.
Nota: Quem não gosta de liberdade que atire a primeira pedra.
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