Alex Costa - repórter - Ano após ano, as comemorações relativas ao 7 de setembro, dia da Independência do Brasil, vão se tornando cada vez mais raras. A exceção se dá aos colégios militares e algumas escolas particulares que inserem este conteúdo para o ensino de crianças e adolescentes. Diferente das comemorações do “4 de Julho” norte-americano e do “14 de Julho” dos franceses, que marcam, respectivamente, a Independência dos Estados Unidos e a Queda da Bastilha, na França, o 7 de Setembro do Brasil não é tão festejado. Nesses países, a cultura nacional é de que as pessoas saiam às ruas para celebrar e fazer manifestações com relação àquele momento histórico. Em 2012, o Brasil completa 190 anos de liberdade frente ao colonialismo português.
Segundo o professor de história Luiz Eduardo Brandão Suassuna, conhecido como professor Kokinho, o brasileiro acaba entendendo a data apenas como mais um feriado. “Não existe sentimentalismo. Não faz parte da história pessoal de cada indivíduo”, afirma. A reportagem da TRIBUNA DO NORTE foi à Praça 7 de Setembro, localizada em frente à Assembleia Legislativa, para conversar com populares sobre o que significa o feriado dessa sexta-feira.
Para o estudante Ramon Fava, de 19 anos, a Independência do Brasil é apenas mais uma data inserida no calendário para conceder feriado ao povo brasileiro. A estudante Aline Milena, de 17 anos, vai além: “É bonito ver aquele desfile das forças armadas. Não sei o que significa, mas acho o evento muito bonito”, disse. Questionada sobre de qual país o Brasil foi colônia, a estudante alegou desconhecer o fato.
“Desde a época da Ditadura Militar que o brasileiro ganhou uma aversão às práticas militaristas como desfiles, hinos e bandeiras. Afinal, o cidadão era obrigado a usar as simbologias da pátria no seu cotidiano escolar. Isso está sendo levado para as gerações seguintes”, considera Kokinho. Outra razão que pode explicar o esquecimento da data, segundo o professor, é o fato de que a Independência do Brasil não foi um movimento popular, mas um ato muito mais político, visando o interesse da aristocracia. “É lamentável que não haja essa cultura, pois com isso, vão se perdendo os símbolos, uma das mais fortes marcas da identidade de um País”, completa.
A falta de investimento em educação e a desestrutura escolar é outro ponto apontado pelo professor. De acordo com Kokinho, cada vez menos escolas adotam a prática de cantar o hino nacional. “Um longo processo deve ser seguido para tentar resgatar a auto-confiança das pessoas e o respeito pelo Brasil. É necessário que o brasileiro assuma o Brasil e não apenas assista os governos fazendo história por ele”, finaliza.
Desfile Cívico de Natal deve receber cerca de 15 mil pessoas
Maior do que o ano passado, o desfile cívico de encerramento da Semana da Pátria, que comemora a independência do Brasil, espera receber em torno de 12 mil visitantes para assistir ao cortejo. Cerca de três mil militares e civis devem participar do desfile pela avenida Prudente de Morais, que trás novidades para este ano. Além dos tradicionais sobrevoos de quatro caças A-29 e de quatro helicópteros “Esquilo”, que farão voos baixos em meio do cortejo, uma equipe do Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu) fará uma demonstração de primeiros socorros e da intervenção médica em casos de acidentes de trânsito. A intenção é de conscientizar a sociedade com relação à segurança na estrada para o feriado prolongado.
De acordo com o major Gelson de Sousa, chefe 7ª Brigada de Infantaria Motorizada,o Exército do Brasil está organizando o evento este ano, bedecendo ao sistema de rodízio para a realização do evento. “Para nós é uma honra poder representar a nossa pátria e servir à nossa nação”. Segundo o major, três palanques foram armados na Praça Pedro Velho (Praça Cívica) para receber as autoridades estaduais a partir das 8h30. O evento será iniciado a partir das 9h. Os comandantes da 7ª Brigada do Exército Brasileiro, da Base Aérea de Natal, do 3º Distrito Naval, da Polícia Militar e dos Corpo de Bombeiros, além do representante municipal e da governadora Rosalba Ciarlini, são esperados nos palanques. O primeiro grupo a desfilar são as escolas municipais e estaduais selecionadas, e algumas escolas particulares, que somam ao todo 21 escolas.
Programa
Logo a seguir, o cortejo segue com a entrada de crianças e jovens que fazem parte de projetos sociais das instituições militares, como o Corpo de Bombeiros Mirim, o Programa Educacional de Resistência às Drogas, da Polícia Militar, e o Programa Educacional da Marinha, entre vários outros. Os escoteiros das mais variadas classes e os desbravadores também participam do desfile cívico. Logo após a participação cívica, o desfile começa a ser adornado com a presença das forças militares do estado. Entre os representantes do Exército, Marinha, Aeronáutica, Polícia Militar e Corpo de Bombeiros, são aguardados aproximadamente 1.000 militares. Carros da polícia, viaturas do Corpo de Bombeiros, bunkers do Exército e motocicletas entram logo após os integrantes das forças armadas no cortejo. Cavalos encerram o desfile por volta das 11h30 da manhã do dia 7 setembro e anunciam o arreamento das bandeiras e o encerramento da comemoração da Semana da Pátria 2012.
Comércio
O comércio natalense vai funcionar em horário diferenciado na próxima sexta-feira, 7, feriado em que se comemora o Dia da Independência do Brasil. De acordo com a Câmara de Dirigentes Lojistas de Natal (CDL Natal), no centro da cidade, a maioria das lojas fecha, mas grandes magazines abrem com expediente reduzido. Nos shoppings, o horário também será diferenciado (confira no quadro). O feriado ocorre em meio à Liquida Natal, campanha promocional que começou na última quinta-feira (30) e segue até domingo, dia 9, na capital potiguar. “A Liquida foi projetada sabendo que teria o feriado, então isso não atrapalha as vendas”, diz o superintendente da CDL Natal, Adelmo Freire.
Durante o período promocional, empresas de diversos segmentos oferecem até 70% de descontos ao consumidor, em produtos e serviços. De acordo com a CDL, a expectativa é que a campanha gere R$ 200 milhões em vendas. O montante representa um incremento de cerca de 15% em relação ao alcançado no ano passado, quando chegou a R$ 180 milhões. E pode ser ainda maior, segundo Freire. O otimismo é movido pela quantidade de cupons disponibilizados este ano para sorteios: eram 4 milhões ao todo, mas, dada a demanda, mais 1 milhão deverão ser fabricados, de acordo com o superintendente da CDL.
Na campanha, a cada R$ 25 em compras o consumidor recebe um cupom para concorrer a sorteios.
Cerca de 3 mil pontos de venda, entre lojas de roupas, concessionárias de veículos, farmácias, supermercados e restaurantes, entre outros, devem se valer da oferta de prêmios e descontos para atrair o consumidor e melhorar o desempenho das vendas, no período, considerado de retração.
blog Forte
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