Blog workouteventos - Está em cartaz na Biblioteca Nacional a exposição que conta a trajetória diplomática do Barão do Rio Branco. Através de desenhos em caricatura, o espaço oferece a chance do público poder conhecer um pouco mais sobre esta importante figura política brasileira.
Os moradores do Rio de Janeiro estarão em contato, até o dia 30 setembro, com a exposição O Barão e a Caricatura: Rio Branco no Traço dos Caricaturistas. Apresentada pelo Ministério das Relações Exteriores, por meio da Fundação Alexandre de Gusmão, e o Ministério da Cultura, através da Fundação Biblioteca Nacional, a mostra faz uma homenagem ao Barão, que neste ano completa 100 anos de falecimento.
Todo o acervo contido no terceiro andar da biblioteca foi disponibilzado pelo Arquivo Histórico do Itamaraty e compõem a Coleção de Recortes de Jornais do Barão do Rio Branco. As caricaturas ganharam destaque para os pesquisadores do Centro de História e Documentação Diplomática da Fundação Alexandre de Gusmão quando de um levantamento da coleção, que ao todo contém 147 volumes, com inúmeras imagens do diplomata.
A exposição conta com mais de mil caricaturas do personagem, que foram todas divulgadas pelos veículos de comunicação cariocas e assinadas pelos mais diversos artistas da época, como humoristas e desenhistas. Estes trabalhos tiveram importante destaque na imprensa ilustrada do Brasil, uma vez que inovaram e trouxeram de volta a prática caricata, com inéditas e modernas técnicas de desenho que foram trazidas para o Rio de Janeiro. Todas as imagens tem identificação e data, assim sendo contextualizadas.
A mostra também oferece uma outra visão além de contar a história do Barão do Rio Branco e das caricaturas: as imagens fazem um percurso na cidade há exato um século atrás, contando como foi feita a reurbanização com o prefeito Pereira Passos; a polêmica, violenta e contestada campanha de vacinação de Oswaldo Cruz para vacinar a população, bem como todo a realidade política e os conflitos ideológicos que fazem o sentido de ser das relações exteriores.
Uma das manifestações artísticas-culturais que se desenvolveram enquanto Rio Branco exercia o cargo de ministro das Relações Exteriores, durante os anos de 1902 a 1912, foi justamente a caricatura, com o aparecimento de grandes nomes do ramo, tais como Raul, K. Lixto e J. Carlos, que fizeram uma grande transformação no modo como a caricatura era apresentada à época. Além destes, nomes como Bambino, Luiz, Storni, Lobão, Crsipim, Alfredo, Renato Castro, Falstaff e Gil também integram a lista de caricaturistas do Barão. A utilização maciça da imagem do Rio Branco muito se deve pelo fato de ter tido grande notoriedade como diplomata e advogado, sempre atento às questões sobre a paz nas fronteiras brasileiras.
Um dos momentos mais propícios e que serviram de inspiração para os desenhistas acontecem durante o ano de 1903, quando o Acre vivia um situação de indefinição em suas terras. Muito criticado pela inércia com que conduzia as relações exteriores brasileiras, Rio Branco soube solucionar com inteligência esta questão, introduzindo o território ao Brasil e recebendo reconhecimento e homenagens pelo feito, tais como as caricaturas. Antes charges de deboche, agora os desenhos serviam para demonstrar a eficácia do comandante nos assuntos com os países vizinhos.
Foi com este episódio que a imprensa brasileira passou a tratar a figura do Barão com mais consideração e carinho, fazendo agora imagens que pudessem remontar ao sucesso de Rio Branco em suas jornadas. Exemplo claro desta abordagem é o desenho de K.Lixto, datada de 1908, que traz o Barão como um dos mosqueteiros de Alexandre Dumas. Outro importante registro e que evidencia a marca do diplomata é a caricatura de Raul, que foi publicada pelo Jornal do Brasil em janeiro de 1909 e que traz o político como Hércules, em alusão à um dos doze trabalhos do herói grego: o brasileiro consegue dominar a hidra dos problemas diplomáticos da nossa pátria.
É nesta reviravolta, na influência e no reconhecimento das ações do Barão do Rio Branco que a exposição O Barão e a Caricatura: Rio Branco no Traço dos Caricaturistas ganha seus contornos, abrindo ao público a possibilidade de conhecer e saber como foi a atuação deste grande personagem da história brasileira no início do século XX.
A exposição se encontra na Biblioteca Nacional, na Avenida Rio Branco, 219, 3º andar, no Centro do Rio de Janeiro. Os horários são de terça a sexta, das 10h às 17h e aos sábados, domingos e feriados, das 12h 30 às 16h30, com data de encerramento no dia 30 de setembro. Quem preferir agendar uma visita ou ir em grupos os telefones para contato são: 2220-9484 e 3095-3881.
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