Polícia italiana exibe míssil, parte do arsenal apreendido em operação contra grupos de extrema-direita Foto: HO/Polizia di Stato / AFP
O esquadrão antiterrorista da polícia italiana apreendeu nessa segunda-feira (15) um grande arsenal de armas e um míssil antiaéreo em operações contra grupos neonazistas. O armamento foi encontrado durante buscas realizadas em propriedades no Norte da Itália, nas proximidades de Turim.
A ação policial faz parte de uma investigação sobre italianos que lutaram ao lado de grupos separatistas apoiados pela Rússia no leste da Ucrânia. Durante a batida policial, foi descoberto um míssil francês Matra que previamente pertencia às Forças Armadas do Qatar.
Testes subsequentes indicaram que o armamento estava em condições de funcionamento, mas não possuía carga explosiva. Também foram apreendidos materiais de propaganda neonazistas.
A Divisão de Operações Especiais e Investigações Gerais (Digos), força especial da polícia italiana, comandou as operações, com contribuições de forças policiais locais em cidades do Norte da Itália, como Milão, Varese, Forli e Novara.
Entre o material apreendido estavam 26 armas, 20 baionetas, 306 partes de armas, incluindo silenciadores, e mais de 800 munições de calibres diferentes. As armas eram majoritariamente alemãs, austríacas e americanas. Três homens foram presos, dois deles nas proximidades do aeroporto de Forli.
Um dos detidos foi identificado pela imprensa italiana como Fabio Del Bergiolo, de 50 anos, um funcionário da alfândega que concorreu ao Parlamento pelo Forza Nuova, partido de extrema direita. Segundo a BBC, os outros dois seriam o suíço Alessandro Monti, de 42 anos, e o italiano Fabio Bernardi, de 51.
Segundo a polícia, os suspeitos tentaram vender os mísseis em conversas pelo WhatsApp. “O material apreendido merece toda a atenção possível”, afirmou o comissário de polícia Giuseppe De Matteis. “Estamos falando de vinte tipos de fuzis e peças de armamentos. Num hangar, além do míssil, encontramos mais material bélico. Essa operação foi iniciada há um ano, mas evoluiu rapidamente nos últimos três meses”.
Os conflitos entre separatistas russos e forças ucranianas já mataram mais de 10 mil pessoas desde 2014. As tensões na região continuam altas, mas disputas militares mais sérias não acontecem há mais de um ano.
“As apreensões mostram o caráter perigoso dos militantes”, afirmou o diretor regional dos Digos, Carlo Ambra, em Turim, destacando também a descoberta de 25 escudos e diversos bastões de beisebol.
As conexões entre diferentes grupos extremistas na Itália e na Europa estão aparecendo. Estes são instrumentos usados em protestos que serão proibidos e criminalizados com o novo decreto do governo.
No início do mês, um tribunal em Gênova ordenou a prisão de três homens que lutaram ao lado de separatistas russos, que controlam boa parte dos territórios ucranianos de Donetsk e Lugansk.
Na ocasião, o italiano Antonio Cataldo e o albanês Olsi Krutani foram sentenciados a dois anos e oito meses de prisão. O terceiro homem, Vladimir Vrbitchii, cidadão da Moldávia, recebeu pena de um ano e quatro meses de detenção.
Em comunicado, o coordenador regional do partido Forza Nuova, Luigi Cortese, ironizou a operação policial: “Nessa manhã, dezenas de policiais se envolveram numa série de batidas patéticas e grotescas, levando jornalistas a acreditarem que haviam neutralizado uma perigosa rede de insurreição pronta para atingir instituições a qualquer momento: é uma pena lembrá-los que as instalações dos Forza Nuova estão abertas a membros e apoiadores há 20 anos e sedia, regularmente, encontros e conferências públicas”.
Polícia italiana exibe míssil, parte do arsenal apreendido em operação contra grupos de extrema-direita Foto: HO/Polizia di Stato / AFP
Com agências internacionais
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