Anderson Gabino - Em 7 do outubro do 2004, três aeronaves A-29 Supor Tucano pousavam na então Base Aérea de Natal, atual Ala 10, e chegavam ao 2° Esquadrão do 5° Grupo de Aviação (2°/5° GAv) – Esquadrão Joker para o início de uma nova era na Aviação de Caça da Força Aérea Brasileira (FAB). À época, o Coronel Fábio Alvarez Lannes era o Comandante do (2°/5° GAV).
Ele conta que a chegada da nova aeronave permitiu uma mudança significativa no processo de instrução dos novos pilotos de caça, uma vez que a análise de dados, antes e após o voo, passou a ser uma aliada dos alunos e instrutores.
“A facilidade de planejar as missões de navegação e ataque permitiram atingir níveis cada vez mais altos de pressão. Após o voo, as estações de debriefing de talhavam e registravam os erros e acertos em cada manobra, auxiliando o piloto no seu desenvolvimento”, analisa.
O A-29 Super Tucano é uma aeronave monomotor, turboélice, que conta com uma interface homem-máquina avançada, aliando precisão na navegação e ataque a um baixo custo de operação.
Possui iluminação de cabine plenamente compatível com padrões NVG (sigla em inglês para Óculos de Visão Noturna) e sensores de mapeamento infravermelho, essenciais nas missões de Apoio Aéreo Aproximado, Controle Aéreo Avançado e Reconhecimento Visual.
Além do Joker, os Esquadrões Escorpião (173° GAV), Grifo (273° GAV) e Flecha (373° GAV), sediados respectivamente, em Boa Vista (RR), Porto Velho (RO) e Campo Grande (MS), também operam o A-29.
O atual Comandante do 2°/5° GAV, Tenente-Coronel Aviador Leandro Barbosa Ferreira Pinto, destacou que a chegada da nova aeronave permitiu uma atualização doutrinária no Curso de Especialização Operacional na Aviação de Caça (CEO-CA) e uma preparação mais robusta dos novos pilotos de caça.
“Com isso, nas Unidades Aéreas do Terceiro Grupo de Aviação, os alunos terão acesso aos equipamentos especiais da aeronave, como os óculos de visão noturna e sensor de visão infravermelho, podendo explorar as capacidades da aeronave em cenários mais próximos dos conflitos atuais”, ressalta.
Nesses 15 anos de operação na FAB, o A-29 se fez presente rações de defesa do espaço aéreo, como nos grandes eventos ocorridos no Brasil, entre eles a Jornada Mundial da Juventude, a Copa das Confederações, a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos Rio 2016.
Além disso, participa da defesa aérea das fronteiras brasileiras e da interceptação de aeronaves ilícitas na região Amazônica.
“O A-29 reflete a alta qualidade da indústria aeronáutica brasileira e o compromisso da Força Aérea com o desenvolvimento da nossa Base Industrial de Defesa”, destaca o Chefe da Divisão de Preparo Operacional da Subchefia de Avaliação e Doutrina do Comando de Preparo, Coronel Aviador Ricardo Guerra Rezende, um dos integrantes do Grupo Alfa, que participou dos estudos de implantação da aeronave, em 2004.
Na Esquadrilha da Fumaça
Em julho de 2015, o A-29 passou a ser a aeronave operada pela Esquadrilha da Fumaça em suas demonstrações, após dois anos de implantação operacional e logística do avião. Passados mais de quatro anos, já são 214 demonstrações, com execução de manobras e acrobacias em todas as regiões do país e no exterior.
“As cores da Bandeira Nacional em nossos Super Tucanos permitiram ao Esquadrão de Demonstrarão Aérea (EDA) divulgar as capacidades da indústria nacional. O avião nos permitiu encher de orgulho os brasileiros ao verem uma aeronave nacional realizar voos precisos, dispondo da robustez necessária para a defesa aérea do nosso país”, destaca o Comandante da Esquadrilha da Fumaça, Tenente-Coronel Marcelo Oliveira da Silva.
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