Nelson During
Editor-Chefe DefesaNet
A Militarização do Arquipélago de Fernando de Noronha
A Marinha do Brasil precisa ocupar militarmente Fernando de Noronha, ou corre risco de perder sua estratégica posição avançada no Atlântico Sul. Uma Estação Aeronaval capaz de lançar caças de ataque naval e drones de reconhecimento e vigilância precisa ser instalada com urgência na ilha. Essa deveria ser a primeira prioridade da Marinha do Brasil, a frente de qualquer outra. Trata-se de assunto de importância estratégica e de Segurança Nacional.
Cabe uma pergunta. O feroz lobby ambientalista permitirá?
Anteriormente publicamos uma matéria que foi considerada como ficção. Porém a ficção poderá tornar-se realidade em futuro próximo.
Não falta dinheiro 1.
Diferente do que foi anunciado pelo Chefe do Estado-Maior da Aeronáutica em audiência pública no Senado, a FAB lançou um aviso de inexigibilidade para aquisição de 11 células usadas de helicópteros UH-60L Blackhawk, e a modernização de um total de 24 aeronaves.
O contrato, sem licitação, deverá ser feito com uma empresa dos Estados Unidos. A modernização está sendo bastante criticada por diversos setores tanto da caserna quanto da indústria por desprezar critérios como: alinhamento político, participação da Base Industrial de Defesa, e a instalação de sistemas eletrônicos civis. Com a instalação de um glass cockpit Garmin as aeronaves só poderão executar missões de caráter civil, conhecidas como atividades subsidiárias, não sendo possível integrar nenhum tipo de armamento.
Segundo as mesmas fontes, diversas empresas americanas poderiam executar o mesmo serviço, não havendo necessidade de um processo de inexibilidade. Essas mesmas fontes afirmam que a melhor solução seria comprar um pacote de aeronaves e de modernização via Foreign Military Sales, que seria mais econômica e com mais transparência.
Não falta dinheiro 2.
A FAB estaria discutindo a compra de caças usados suecos Gripen C/D, após investir vários bilhões de Reais no desenvolvimento do Gripen E/F. Os Gripen C/D não cumpriam os requisitos básicos do F-X1, há mais de 20 anos, por isso a versão E/F foi oferecida pela SAAB no F-X2.
Segundo fontes da própria FAB, e sua aquisição poderá prejudicar o futuro dos novos Gripen cujo desenvolvimento foi inteiramente financiado pelo contribuinte brasileiro. Comprar aviões usados, no final do seu ciclo de vida, cuja produção foi feita em pequena quantidade será um pesadelo logístico pior que o AMX. Parece que a FAB não aprendeu com seus próprios erros. Como disse uma fonte da FAB, a responsabilidade pela tomada de decisão recai ao Comandante da Aeronáutica, ao Chefe do Estado-Maior e ao Comandante Geral de Apoio (COMGAP).
Ainda mais dinheiro?
Lula quer verba suplementar para apoiar o que seriam os três principais projetos das FFAA:
– SISFRON, que nunca trouxe qualquer benefício operacional para a Força Terrestre ou para a sociedade brasileira. Apelidado pelos próprios militares de Linha Maginot Tecnológica do Brasil;
– Gripen, que na sua versão E/F é uma excelente aeronave, mas um projeto que enfrenta sérios desafios;
– Submarino Nuclear, cujo projeto está literalmente afundando com a própria Marinha.
Não existem mais outras necessidades operacionais nas Forças Armadas? Se são essas as necessidades, vamos resumir a FAB em apenas 1 Grupo de Defesa Aérea, a MB a uma única Força de Submarinos e o EB, dissolver definitivamente as Armas Base e ficar sob o “comando e controle” das Comunicações.
Cascavel modernizado
Nos grupos de WhatsApp do Exército se tornou assunto da semana o processo de modernização das VBR Cascavel. Comentários chamando o projeto de gambiarra ou sem sentido, ou até de SISFRON móvel. O Exército planeja investir mais de um bilhão de reais na modernização de 98 veículos produzidos há 50 anos pela extinta Engesa.
Segundo fontes da própria caserna, o consórcio vencedor da licitação não consegue comprar nem os motores para continuar a modernização. Segundo as mesmas fontes, o resultado final da modernização não tem qualquer viabilidade operacional e técnica e deverá representar um pesadelo logístico. O EB deveria canalizar esses recursos para uma nova e moderna família de blindados sobre lagarta para substituir as frotas de Leopard e os M113, ou aumentar a quantidade de Centauro 2.
Quem quer fazer negócio com o Brasil?
Empresas estrangeiras ameaçam desistir de fazer negócios com o Brasil. O motivo seria a enorme burocracia, arrogância, desinteresse dos militares e a falta de orçamento que atrapalham a concretização dos negócios. Enquanto isso, o mundo está em guerra e o que não falta são clientes que encomendam e pagam no ato.
Vale a pena ver de novo ou a novela dos caças tampão na FAB
Desde os anos 2000, a FAB adquiriu três lotes de caças tampão:
Entre 2005 e 2006 comprou da África do Sul um lote de 14 caças Impala Mk2, o Xavante produzido naquele país, que já foram desativados.
Entre 2005 e 2008 comprou 12 caças Mirage 2000 da França, que também já foram desativados, embora tenha sido a melhor aquisição feita nos últimos anos.
Em 2009 comprou 11 células de caças F-5 da Jordânia. As versões F (biplace) foram modernizadas, e parte delas se transformou em monumento.
Em 2025 a FAB negocia um lote de 12 caças Gripen C/D com a Suécia. Produzidas nos anos 80/90 as células possuem mais de 30 anos. Por quantos anos eles vão voar antes de serem colocados em pilares para enfeitar alguma praça pública ou museu?
Visto com preocupação
A análise de Defesanet publicada nesta semana se tornou viral nos círculos castrenses. Militares estão preocupados e fazem mea culpa já que possuem responsabilidade no problema.
O inimigo mais temido pelos militares.
Não são ICBMs, caças F35, porta-aviões ou submarinos nucleares. Nada assusta mais um militar brasileiro do que colocar seu Cadastro de Pessoa Física ou o CPF em um contrato. Alguns passam o comando, outros deixam de usar o recurso disponível. É por isso que as Forças Armadas agora só querem negócios G2G (CovToGov). Enquanto isso a guerra continua e os quartéis do Brasil ficam sem meios e munição.
De olho na China
Fontes diplomáticas afirmam que o Brasil está negociando a aquisição via G2G de drones e material de defesa da China.
Sem visto
Fontes diplomáticas disseram que os Ordenadores de Despesa que assinarem contratos com empresas de Defesa da China poderão perder o Visto Americano, com a medida sendo extensiva as suas famílias. Mais uma intimidação dos EUA quando o Governo Brasileiro busca uma aproximação com a indústria militar chinesa.



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