Luciano Tavares - Considerada uma das principais testemunhas que levaram à prisão, em 1999, o ex-coronel da Polícia Militar, Hildebrando Pascoal, Dom Moacyr Grecchi, hoje arcebispo de Rondônia, que até 1998 ocupou a função de líder da igreja católica no Acre, como bispo, disse, em entrevista ao ac24horas, antes de o desembargador Roberto Barros ter cassado a decisão da juíza Luana Campos de conceder liberdade condicional ao ex-coronel que “a lei foi feita para todos”.
“A meu ver, a lei foi feita para todos e se a lei brasileira oferece esta oportunidade que se cumpra, conforme a lei”, afirmou Dom Moacyr ao acrescentar que até então não estava sabendo da decisão judicial que concedera liberdade condicional ao ex-coronel.
Dom Moacyr revelou que na última vez em que viu Hildebrando, durante o julgamento do “crime da motosserra”, em Rio Branco, o ex-coronel fez um gesto de “cortesia” e disse que contra o bispo não guardava nenhum rancor.
A última vez que o bispo ouviu falar sobre Hildebrando faz um ano, quando ele esteve em Rio Branco visitando amigos.
“Há mais ou menos um ano quando eu estive aí uma senhora me procurou e disse que o Hildebrando estava muito doente e com a saúde debilitada. Mas teve um dia que ele fez um gesto muito bonito, de cortesia comigo, disse que de mim não conseguia ter raiva”, lembrou.
“Autoridades locais é quem tem a responsabilidade de saber ou não se o ex-coronel ainda oferece perigo. Estou há algum tempo fora do Acre e não sei se ele ainda oferece perigo. Tem que levar em conta a lei e tem levar em conta a vigilância pra ver se ele ainda oferece perigo. Sobre isso, são as autoridades locais quem tem que dizer. Até porque eu não tenho mais o que dizer porque o meu contato foi cortado”, completa.
Falando como líder religioso, Dom Moacyr não quis se precipitar ao falar sobre a justiça de Deus no caso Hildebrando. Para ele, “só Deus tem o poder de julgar”. “Essa parte da justiça de Deus, eu deixo para Deus. Que somos nós para julgar? Deus é mais misericórdia do que justiça”, conclui.
O ex-deputado federal Hildebrando Pascoal, preso no dia 22 de setembro de 1999, havia conquistado, nesta terça-feira, 4 de agosto, o direto de cumprir pena no regime semiaberto. A decisão autorizou a liberdade condicional do ex-coronel da Polícia Militar do Acre (PM/AC), acusado de chefiar o “Esquadrão da Morte”. Mas, na manhã de hoje, o desembargador do Tribunal de Justiça do Acre, Roberto Barros acatou o mandado de segurança do Ministério Público do Acre e cassou a decisão da magistrada.
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