Casos serão conhecidos em breve
Possível fraude na lista tríplice
Há suspeita de superfaturamento
Fachada da Procuradoria Geral da República, em Brasília; Augusto Aras assumiu chefia do órgão por indicação de BolsonaroSérgio Lima/Poder360
O procurador-geral da República, Augusto Aras, tem analisado com cuidado os balanços e o gerenciamento de gestões anteriores à sua no comando do Ministério Público Federal, segundo apurou o Poder360. Várias irregularidades estão sendo encontradas, que vão de bancos de dados secretos a atos de improbidade por parte de integrantes do MPF. É possível que na semana que vem detalhes sejam anunciados.
Uma dessas irregularidades já foi parcialmente divulgada: possível falha e fraude no processo de escolha da lista tríplice –os 3 nomes que os procuradores escolhem para sugerir ao presidente da República quem deve o ocupar a chefia da PGR.
Augusto Aras não participou desse processo de lista tríplice. No governo de Jair Bolsonaro cresceu a percepção entre setores da administração federal de que houve uma “sindicalização” dos procuradores da República. É uma corporação pequena (cerca de 3.000 integrantes com direito a voto), com pouca transparência (não se conhecem em detalhes os gastos do Ministério Público) e altos salários na comparação com o restante da população.
A lógica de Bolsonaro foi a de que não faz sentido que cerca de 3.000 pessoas possam definir quem será o procurador-geral da República e não o presidente, em geral, é eleito com mais de 50 milhões de votos. Por essa razão, Bolsonaro ignorou a lista tríplice e escolheu Augusto Aras.
Na busca de dados sobre o gerenciamento da PGR, Augusto Aras recebeu, segundo apurou o Poder360, relatórios sobre superfaturamento de contratos, bancos de dados secretos aos quais o acesso era difuso e sem regramento e atos de improbidade.
Uma prática muito usada em gestões anteriores era o pagamento em dobro de diária para procuradores que estavam fora de suas sedes. Muitos passaram a dobrar o salário. Esse tipo de procedimento foi aos poucos eliminado por Augusto Aras, o que provocou muita reação negativa de colegas procuradores.
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