30 de mai. de 2020

Segurança dos jatos Gripen F-39 E/F motiva contrato do Instituto de Aeronáutica e Espaço do Brasil com a Kryptus


Projeto permitirá que o Brasil avance no desenvolvimento do primeiro aviônico de IFF com tecnologia 100% nacional


Luiz Padilha - Prioridade número um do Comando da Aeronáutica Brasileira (Comaer) para desenvolvimento tecnológico, a Fase 2 do Programa Soberano do sistema IFF brasileiro entrou em execução contratual no último dia 28 de abril de 2020, quando a Kryptus recebeu a ordem de serviços emitida pela Fundação Casimiro Montenegro Filho.

O programa, que deverá ser executado em 24 meses, resultará em todos os componentes necessários (terrestres e aeroembarcados) para o Brasil ter seu sistema soberano de IFF – do inglês Identification Friend or Foe, ou Identificação de Amigo ou Inimigo. Os produtos serão utilizados no Programa F-X2, responsável pelo desenvolvimento e aquisição de 36 caças F-39 Gripen E / F para a Força Aérea Brasileira (FAB).

Uso do sistema IFF
Nas últimas décadas, o avanço dos sistemas de armas, principalmente em torno da missilística, mudou o paradigma de identificação de plataformas (aeronave, navios, carros de combate) de visual e baseado em assinaturas, para um sistema ativo, baseado em criptografia. Essa evolução foi necessária para se automatizar a resolução de alvos, evitando fogo amigo. Ao mesmo tempo, era essencial alavancar os avanços, como os sistemas de armas BVR, do inglês Beyond Visual Range, ou além do alcance visual.

“Em conflitos, é fundamental que o subsistema criptográfico do IFF seja de domínio nacional, já que a subversão deste componente crítico pode permitir, por exemplo, que aviões inimigos sejam identificados como amigos em um ataque aéreo, penetrando profundamente nas linhas de Defesa”, comenta Roberto Gallo, diretor geral da Kryptus, empresa estratégica de Defesa.


Atualmente, poucos países possuem tecnologia de IFF própria, além de alguns integrantes da OTAN, a China, Rússia e África do Sul. “Em particular na OTAN, a entidade responsável pela geração de chaves criptográficas nas operações é a NSA, dado o nível de criticidade da aplicação. No Brasil, por força de Lei, a criptografia empregada deve ser nacional, e a entidade que fará a gestão das chaves será o próprio COMAER”, adiciona Gallo.

O Major Aviador Guilherme Moreira, gerente de projetos no Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), comenta que “este projeto visa atender uma demanda genuína da FAB e lançou o IAE numa importante jornada rumo ao desenvolvimento do primeiro aviônico de IFF com tecnologia 100% nacional. Contamos com a Kryptus como parceira e pretendemos entregar o estado da arte em termos de classificação segura para o emprego nas Forças Armadas. É um passo imprescindível rumo a uma interoperabilidade harmônica entre as Forças”.

FONTE: Terra

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