Jairo Carioca – da redação de ac24horas - Desde a manhã desta terça feira (8), alguns postos de combustíveis de Rio Branco estão abastecendo os veículos com combustível importado do Peru. As primeiras carretas chegaram na noite de segunda (7), com carregamento que totalizará mais de 4 milhões de litros, entre gasolina e diesel. Especialista em mecânica automobilística e donos de postos de combustíveis divergem sobre a qualidade do produto importado para o Acre.
A gasolina peruana é diferente da brasileira, considerada por alguns mecânicos como mais pura, não tem 25% de álcool adicionados. Até que ponto isso pode prejudicar o rendimento de alguns motores?
O mecânico Denis de Lima (ex-funcionário da Chevrolet), com 23 anos de experiência, aceitou falar com a reportagem. Ele afirmou que os motores de carros brasileiros não são programados para trabalhar sem essa mistura.
“Sem álcool, que contém oxigênio na composição, o motor precisa de mais quantidade de ar para efetuar a queima”, disse o mecânico.
Embora os veículos com motor flex sejam menos suscetíveis às variações de qualidade do combustível, já que o sistema de gerenciamento eletrônico faz a adequação do motor à gasolina pura, segundo Denis, “alguns motores podem apresentar problemas”, afirmou.
“Os motoristas podem verificar o que popularmente conhecemos como bater pinos”, comentou. “Os carros de baixa cilindrada podem apresentar essa batida por que não estão preparados para adequar a mistura ar-combustível corretamente. Isso vai ocorrer, principalmente, em subidas de ladeiras”, acrescentou o mecânico.
A recomendação do especialista quando ocorrer falhas no motor do carro é de aliviar o pé do acelerador para não causar maiores problemas. Outra peça que geralmente os motoristas dão a menor importância, os catalisadores (dispositivo instalado na saída do coletor de escape ou entre o coletor e o silencioso), é quem mais sofre com o uso de gasolina mais pura.
Para o sindicato dos revendedores de postos de combustíveis do Acre, a porcentagem de 15% de álcool e 85% de gasolina, presente no produto importado do Peru, é perfeitamente adaptável aos motores brasileiros, programados, segundo Delano Lima, “para trabalhar com 15% e até 25% de álcool misturado á gasolina”, analisou.
“Além disso, é importante destacar que a gasolina peruana está sendo analisada no Posto da Petrobrás antes de sair para a distribuição e que a importação foi autorizada pela ANP”, concluiu Delano Lima.
Ainda de acordo o sindicato, a Br Distribuidora vai receber do Peru no primeiro contrato firmado para importação de combustíveis, 4 milhões de litros.
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