Lideraram os encerramentos de lojas os ramos de hiper e supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo
Nany Damasceno - Uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) mostra que varejo do Acre fechou 256 estabelecimentos com vínculos empregatícios em 2016. O estudo mostra que o número é três vezes maior que o resultado de 2015, quando foram fechadas 148 lojas no Estado.
A falta de dinamismo no mercado e o crédito mais caro e restrito explicam parte significativa das perdas de vendas nos últimos anos e justificam a necessidade de ajuste de custos por parte das empresas do setor, aponta o estudo.
Em nível nacional, 108,7 mil lojas com vínculo empregatício fecharam as portas. O número é o pior desde 2005, quando o levantamento foi iniciado. Todos os Estados tiveram queda no número de estabelecimentos, algo inédito na pesquisa realizada há 12 anos.
Lideraram os encerramentos de lojas os ramos de hiper e supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-34,8 mil lojas), lojas de vestuário, calçados e acessórios (-20,6 mil) e lojas de materiais de construção (-11,5 mil). Segundo a CNC, com exceção dos hiper e supermercados – que sofreram com a escalada dos preços no atacado no início de 2016 –, os demais segmentos analisados foram atingidos pelo encarecimento do crédito, tanto para consumidores como para a obtenção de capital de giro nos últimos anos.
As micro (-32,7 mil) e pequenas empresas (-39,6 mil) – que empregam até nove pessoas e de 10 a 49 funcionários, respectivamente – foram as mais afetadas pelo momento econômico em 2016. No ano anterior este segmento respondia por 98,6% dos pontos de venda do varejo nacional e empregava 76,5% da força de trabalho do setor. Lojas de médio porte, com 50 a 99 empregados, tiveram perda de 12,9 mil pontos de venda. Já os grandes varejistas, com mais de 99 funcionários, fecharam 23,5 mil lojas.
A CNC avalia que, após dois anos de fechamento líquido de pontos de venda, em 2017, o número de lojas deverá apresentar estabilidade. “Além do fechamento de pontos de venda vir se dando em um ritmo menos intenso desde o segundo semestre do ano passado, a tendência de queda da inflação poderá abrir espaço para a recuperação do consumo por parte das famílias, bem como para a esperada queda nas taxas de juros aos consumidores e empresários do varejo”, afirma o economista da CNC, Fabio Bentes.
Com informações da CNC
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