Instituto TIM - As ciências espaciais e a exploração do espaço sideral são temas um tanto distantes das salas de aula brasileiras. Promovido em parceria com o Instituto TIM, o projeto Garatéa-ISS busca justamente diminuir essa distância por meio da participação de estudantes brasileiros no programa Student Spaceflight Experiments. Participam do projeto escolas públicas e privadas de todo o país – a única exigência é querer saber mais sobre o espaço.
Propor um novo tipo de experiência para os alunos foi justamente o que chamou a atenção da Escola Municipal de Educação Especial Olga Benário Prestes, de Diadema, que participou do programa no ciclo 2018/2019 e agora, em 2019/2020. No primeiro ano, apenas as turmas para estudantes surdos participaram; mas em 2019, o projeto foi ampliado também para as turmas de ouvintes. “Hoje tenho aluno surdo que quer ser astronauta, químico, astrobiólogo, coisa que não acontecia antes do Garatéa”, conta a professora Ana Paula Borgonovi.
O conteúdo do projeto precisou ser adaptado com a legendagem dos vídeos formativos e a contextualização de diversos conceitos científicos que não existem em Libras. “O Garatéa abriu muitas portas, melhorou a autoestima deles. Como foi só com os surdos, eles começaram a entender de assuntos que os ouvintes não sabiam, e então começaram a explicar para eles”, diz Ana. Hoje a escola é repleta de grafites com planetas, estrelas, cometas e astronautas e o espaço virou até tema da formatura dos alunos do 9º ano. Prova do envolvimento da escola é que uma das vencedoras do Garatéa-ISS vem de lá – a aluna Isabella Oliveira Azeredo, hoje no 4º ano, foi uma das ganhadoras do concurso de desenhos da edição 2018/2019, e sua arte será enviada ao espaço em dezembro deste ano.
O Colégio Marista Goiânia também repetiu em 2019 a participação de 2018. Tudo começou quando uma das alunas da professora Thaiza Montine Gomes leu sobre o projeto na internet e contou para Thaiza, que inscreveu a escola. “O engajamento, essa vontade de ser pesquisador, a resolução de problemas, mudaram muito do ano passado para cá. Eles começaram já com a mão na massa”, conta a professora.
Neste ano, uma turma de alunas do Fundamental I, com idades em torno de 8 anos, questionou a professora: por que elas não poderiam participar também? E o mais surpreendente foi que o projeto delas foi justamente o escolhido para representar a escola na competição para escolha dos melhores experimentos do Garatéa-ISS.
Já o Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais participou do Garatéa-E, outra iniciativa do Missão Garatéa, e assim conheceu o Garatéa-ISS. “Foi um aprendizado novo. Você poder concorrer com crianças de outros países é um caminho para nós termos as mesmas oportunidades que escolas internacionais”, explica a professora Jeane de Fátima Branco. Alunos, familiares e professores já selecionaram em conjunto o experimento representante da escola. “Quando a criança vivencia ela tem mais chance de responder e de criar pensamentos”, constata a professora.
A edição 2019/2020 do Garatéa-ISS está se encaminhando para a fase final e o anúncio do experimento vencedor, que vai viajar para a ISS no ano que vem, acontece em dezembro.
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