26 de jan. de 2020

Centro Vocacional Tecnológico recebe nome de profissional apaixonado pelo espaço



O Centro Vocacional Tecnológico Espacial (CVT-E), inaugurado há dois anos em Parnamirim (RN), passou a se chamar, desde a última quarta-feira (22.01), Augusto Severo. Uma iniciativa da Agência Espacial Brasileira (AEB) homenageou o potiguar, que dedicou seu talento à política, ao jornalismo, à engenharia e a sua grande paixão, a área espacial.

A importância do legado deixado por Augusto Severo na área espacial e o trabalho desenvolvido por ele foram destaques na homenagem prestada pelo presidente da AEB, Carlos Moura. Em sua fala, Moura ressaltou que o CVT é um espaço para despertar o espírito curioso e científico do jovem, conquista que precisa ser cultivada nos próximos anos.

Foto: Beatriz Vital

“Entendemos que associar o nome de Augusto Severo ao CVT- Espacial é perfeitamente compatível, já que em dois anos de atividade, o CVT-Espacial mostrou-se inovador e versátil sendo um espaço de educação e palco de diversos eventos voltados para a área espacial”, afirmou.

A solenidade que renomeou o Centro como CVT-E Augusto Severo foi acompanhada pelas bisnetas do homenageado, Sônia Maria Bezerra Cavalcanti e Olga Maria Cavalcanti de Castro. O professor e historiador Armando Fagundes citou a trajetória profissional e obras literárias de Augusto Severo, além de elogiar a iniciativa da AEB em prestigiar e reconhecer a importância desse brasileiro tanto para o País como para o mundo.

Reconhecimento

“A iniciativa de colocar o nome de Augusto Severo em uma instituição importante e inovadora como o CVT-Espacial é uma forma de resgatar a memória de uma das personalidades mais importantes para o Brasil na área de Ciência e Tecnologia”, afirmou Fagundes.

Foto: Beatriz Vital

Augusto Severo de Albuquerque Maranhão nasceu em Macaíba (RN) em 11 de janeiro de 1864, e foi um importante político e inventor brasileiro. Realizou seus estudos primários em sua cidade natal e os secundários no Colégio Abílio César Borges, em Salvador (BA). Em 1880, iniciou seus estudos de engenharia na Escola Politécnica do Rio de Janeiro.

Motivado pelos trabalhos em aerostação do inventor paraense Júlio César Ribeiro, que apresentou um projeto de dirigível ao Instituto Politécnico Brasileiro em 1881, Severo passou a se interessar pelo voo, realizando observação de aves planadoras e construindo pequenos modelos de pipas, uma das quais denominou Albatroz.

Projetos

Em outubro de 1892, ouvida a opinião favorável de abalizados professores da Escola Politécnica, concedeu o Governo um auxílio para que Augusto Severo pudesse mandar fazer na Europa um aeróstato dirigível de sua invenção que incorporava as ideias desenvolvidas anteriormente. A esse aeróstato deu o nome de Bartholomeu de Gusmão, em homenagem a outro inventor brasileiro.

O balão, de cerca de 2.000 m3, medindo 60 m de comprimento, chegou ao Brasil em março de 1893, porém só em 1894 o Bartholomeu de Gusmão realizou as primeiras ascensões ainda como balão cativo e mostrou-se estável e equilibrado, demonstrando que a concepção proposta por Severo era adequada para o voo.

Em fins de 1901, Severo viajou para a França e aí se dedicou à construção de um novo semirrígido, o Pax, inflado a hidrogênio. Ele queria concorrer ao Prêmio Deutsch, que premiaria com 100.000 francos aquele que fizesse um voo comprovadamente dirigido. Os ensaios foram realizados nos dias 4 e 7 de maio de 1902, com sucesso.

Imagem da internet

Voo final

No dia 12 de maio de 1902, tendo como mecânico de bordo o francês Georges Saché, o Pax decolou às 5h30, saindo da estação de Vaugirard, Paris. Elevou-se rapidamente, atingindo cerca de 400 m. Cerca de dez minutos após o início do voo, o Pax explodiu violentamente, projetando os dois tripulantes para o solo. Severo e Saché morreram na queda.

CVT-Espacial

CVT-Espacial é uma iniciativa da AEB inserida no Programa de Apoio à Implantação e Modernização de Centros Vocacionais Tecnológicos do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), desenvolvido em parceria com o CLBI, com apoio do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA).

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