O narcoditador Nicolás Maduro, que está com a cabeça a prêmio, segue tiranizando a população venezuelana. No último sábado, regime sequestrou Óscar Rafael Perez Romero
Fábio Gonçalves - No último sábado (25), capangas de Maduro, sem qualquer aviso prévio e sem justificativa legal, sequestraram Óscar Rafael Perez Romero, Coronel antichavista aposentado que estava refugiado na casa de amigos no povoado de Guarenas, estado de Miranda, a cerca de 40 km da capital Caracas.
O Coronel Óscar Romero tem laços definitivos com o Brasil. Venezuelano nato, depois de formado na Escola de Cadetes – tendo como colega Hugo Chávez, a quem ele nunca se afeiçoara –, Óscar veio para cá, no ano de 1979, a fim de cursar Educação Física na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ). E foi no paraíso carioca que Oscar conheceu sua esposa e teve com ela seu filho João – filho que nos procurou, aflito, para que o ajudemos a denunciar a covardia que estão fazendo com seu pai, já idoso.
Depois de graduado, Óscar retornou à sua terra, com mulher e prole. Mais tarde, Coronel da ativa e vice-diretor da Escola de Cadetes, Oscar, imbuído de seus ideais e avesso ao projeto tirânico que se apoderava do país, participou da urdidura de um plano para a derrubada de Chávez – apadrinhado de Lula – ainda em 2002.
Como o plano fracassasse, Óscar exilou-se, só retornando ao país dois anos depois. Na volta, evitou a prisão, mas ficou fichado no Miraflores e sua ascensão ao generalato foi vetada pelo próprio Chávez. Dali a três anos, em 2007, ele se aposentou.
Já velho, mas com o mesmo desejo de ver seu povo livre ardendo no coração, Óscar participou da proclamação de Guaidó como presidente, em 30 de abril do ano passado, e entrou para uma lista negra do regime com os nomes de pessoas influentes que estavam apoiando a restauração democrática.
Mais recentemente, o nome de Óscar foi associado à tentativa de libertação de presídio militar de Ramo Verde, também no estado de Miranda. Ramo Verde é o calabouço para onde Maduro manda seus desafetos políticos. Lá esteve, por exemplo, Leopoldo López, líder da oposição.
Segundo relatos, há uma semana quatro oficiais tentaram libertar os presos políticos, todavia fracassaram. Torturados, os oficiais apreendidos mencionaram o nome do velho Coronel Libertador Óscar, com quem tiveram aulas numa faculdade.
Então, no sábado à noite, jagunços das Fuerzas de Acciones Especiales (FAES) invadiram com chutes e pontapés a casa dos amigos onde Óscar se refugiava e além dele levou outras quatro pessoas: sua atual esposa, Noraima Laviana Borque, o casal de amigos, que ainda não foram identificados, e um Sargento que ficava encarregado de levar-lhes a comida, Carrillos Fueron.
De acordo com as informações da embaixada venezuelana, Óscar e os outros detidos foram levados para o Centro de Inteligência e Contra Inteligência de Caracas. A julgar pelo local e pelas circunstâncias de prisão, acredita-se que eles estejam passando por sessões de tortura e que possam não sair dali com vida – como não raro acontece.
Toda a situação nos foi relatada pelo filho brasileiro de Óscar, que só pode fazer a denúncia pois mora no Brasil. Os familiares venezuelanos não podem se pronunciar por medo de retaliações do regime.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Atenção:
Comentários ofensivos a mim ou qualquer outra pessoa não serão aceitos.