19 de abr. de 2020

As duas faces de um mesmo Ministério e a diferença abissal entre Mandetta e Nelson Teich

Provocado por um querido amigo, que só assiste a Globo, agarrei na garateia.


Segundo me disse, a troca no Ministério da Saúde foi de seis por meia dúzia. Não foi não! Meu amigo como todos quantos só assistem ao lixo, está totalmente desinformado. A diferença passa a ser abissal quando comparamos currículos e estratégias.

Mandetta é um ortopedista político carreirista clássico. A única experiência gerencial que teve foi na presidência de uma cooperativa em Mato Grosso do Sul, onde segundo “a turma comentam”, teria “dado um pobreminha na Kombi”.

Já o médico carioca Nelson Teich tem dois títulos de especialista em Medicina Interna e em Oncologia Clínica. Também fez dois cursos na área de gestão e liderança da saúde na Escola de Harvard e outros cinco cursos estratégicos nas áreas de prestação de cuidados, mensuração de valores e gestão de projetos de saúde pela instituição no estado de Boston, nos Estados Unidos, e em Xangai, na China. Estudou economia da saúde de produtos farmacêuticos pela Escola Europeia de Economia da Saúde de Cannes, na França e em Avaliação Socioeconômica de Medicamentos pela Universidade de York, no Reino Unido. Possui ainda pós-graduação em Economia da Saúde e mestrado em Avaliação Econômica de Tecnologia de Saúde, também pela Universidade de York.

Além disso, tem um histórico reconhecido de empresário muito bem sucedido e é respeitadíssimo no meio científico.

O sentido e a direção da estratégia de combate à pandemia do COVID-19 também serão totalmente diferentes.

Mandetta é um político reativo, transformado em personagem simpático pela maciça exposição que lhe ofertou os veículos Globo em entrevistas feitas “a bina” para queimar Bolsonaro.

Seu plano era o improviso, no vamos que vamos, abrindo as burras do erário sem critério algum, na base do “oba oba” e do “alô alô simpatia” para agradar Governadores e a mídia, seguindo a cartilha e a prática da aristocracia medieval.

Esperava que a solução acontecesse por milagre ou caísse do céu. Seu arsenal tático se esgotou. Só lhe restaram o discurso e as entrevistas vaidosas. Incentivou o isolamento social radical sem se preocupar com os reflexos econômicos e montou dispendiosas estruturas com hospitais de campanha, alguns deles até o momento sem nenhuma utilidade ou uso.

Já o novo Ministro tem uma posição muito clara. Quer seguir o modelo da Coreia do Sul, com a adoção dos testes em massa.

Também anunciou uma força tarefa para mobilizar imediatamente toda a classe científica e empresarial brasileira para juntos buscarem alternativas organizadas e rápidas para solucionar os problemas, como por exemplo: adaptar rapidamente plantas industriais para fabricação de respiradores e municiar a estrutura de saúde pública e privada de EPIs e kits de testes; utilizar estruturas hospitalares existentes e outras desativadas para acomodar pacientes de forma a evitar desperdícios; chamou a comunidade científica (onde tem grande penetração e respeito) para adoção de protocolos unificados para as diversas fases da doença, e paralelamente investir recursos públicos na pesquisa científica para enfrentar a doença.

E ao invés do derrame de dinheiro fácil, focar os investimentos na busca da solução de cada uma das grandes dificuldades.

Mandetta queria sentar e esperar a tempestade passar. Nelson quer enfrentar a onda, liberando cuidadosamente os setores da economia para que não ocorra desabastecimento e nem dificuldade de circulação segura de pessoas e quebra de negócios com sofrimento e fome, sem abrir mão dos movimentos exigidos pela boa ciência baseada em fatos, estudos e pesquisas e não em meros palpites.

As mudanças são da água para o vinho!

Tem gente que só assistindo a Globo, não consegue ter leitura nem visão macro da situação.

E o pior, ingênuos, acabam pensando que Bolsonaro é um bobo.

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