Teoristas da conspiração defendem ozonioterapia para diversos casos; não há evidência científica de sua eficiência em nenhuma circunstância
Com inveja da relação entre Jair Bolsonaro (PL) e a cloroquina, Lula (PT; foto) decidiu sancionar uma lei nesta segunda-feira (7) que libera uma terapia sem base científica falsamente recomendada a pacientes com Covid-19.
Trata-se da ozonioterapia.
O procedimento envolve a injeção de oxigênio e ozônio na pele ou no sangue do paciente para conter infecções.
Teoristas da conspiração defendem o procedimento em diversos casos. Dentre eles, o prefeito da cidade catarinense de Itajaí, Volnei Morastoni (MDB), recomendou a ozonioterapia para Covid em plena pandemia.
Não há evidência científica de sua eficiência em nenhuma circunstância.
Nem mesmo o Conselho Federal de Medicina (CFM), que, aparelhado por Bolsonaro, passou pano para a cloroquina, deixa de denunciar a ozonioterapia.
Principal órgão regulador da prática da medicina no país, o CFM determina que “a ozonioterapia não é válida para nenhuma doença, inclusive a covid-19” e a libera apenas para estudos.
Já a Academia Nacional de Medicina (ANM) chegou a divulgar uma carta aberta para que Lula vetasse a lei.
Segundo a lei, poderão conduzir o procedimento apenas profissionais registrados em conselhos de fiscalização e com equipamento regulamentado pela Anvisa.
Cabe-se questionar como órgãos de fiscalização técnica regulamentarão um procedimento que, por si só, não tem base científica.
A cloroquina, pelo menos, serve para tratar algumas condições, como lúpus.
A ozonioterapia nem isso.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Atenção:
Comentários ofensivos a mim ou qualquer outra pessoa não serão aceitos.