3 de jul. de 2024

Quem sabe assistindo as pessoas entendam melhor, sim, porque eu já escrevi sobre isso

 


Entre uma e outra eliminação de terroristas inclusive no Líbano as Forças de Defesa de Israel vai encontrando túneis no meio de Gasa


 


Bocalom e Gladson lançam obras de infraestrutura, incluindo viaduto da AABB e indústria de leite de soja

 

Nesta quarta-feira (3), o prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom (PL), e o governador do Acre, Gladson Cameli (Progressistas), deram início a um conjunto de obras de infraestrutura que prometem transformar a capital acreana. 

Em um evento marcado pela assinatura da ordem de serviço para a construção do viaduto da Avenida Ceará, em frente à Associação Atlética do Banco do Brasil (AABB), Bocalom destacou o impacto positivo esperado na fluidez do trânsito.

O viaduto da AABB, cujo investimento estimado é de R$ 24.390.000,00, sendo a maior parte proveniente de emenda parlamentar do senador Marcio Bittar, é parte de um projeto mais amplo de investimento em mobilidade urbana.

Bocalom enfatizou que a obra é uma continuação dos esforços de sua gestão para modernizar Rio Branco com grandes infraestruturas.

Gladson também esteve presente no evento e anunciou que o governo estadual lançará nos próximos dias um pacote de obras complementares. Entre elas estão unidades de saúde, espaços esportivos e a instalação de uma indústria de leite de soja, popularmente conhecida como ‘vaca mecânica’. Este último projeto visa garantir alimentos de qualidade para as crianças da região.

“Tenho o prazer de anunciar mais um pacote de obras para a nossa Rio Branco. Este pacote inclui o viaduto da AABB, unidade de saúde, espaços esportivos, entre outros projetos, destacando-se a indústria de leite de soja, a famosa ‘vaca mecânica’ esta será implementada primordialmente para oferecer alimento de qualidade às nossas crianças. Será um grande momento na história das obras públicas em nossa capital”, escreveu Bocalom nas redes sociais.

Caminhão carregado com tijolos perde freio e atinge canoa em Marechal Thaumaturgo/AC


Por Reginaldo Palazzo - Segundo moradores de Marechal Thaumaturgo um caminhão do município que carregava tijolos perdeu o freio e atingiu uma canoa que estava no rio partindo a proa da mesma.

Apesar das perdas materiais consta até agora que ninguém se feriu.

JP: Milei e Bolsonaro se encontram para debater falta de liberdade no mundo





O que esperar do novo Plano Safra?


Por Xico Graziano, Poder 360

Qual será a grande novidade do novo Plano Safra 2024/25, a ser anunciado nesta semana em Brasília? A resposta é decepcionante: nenhuma.

Assim como nos últimos anos, o presidente da República e seus ministros dirão que o valor dos financiamentos rurais será um “recorde histórico”. É verdadeiro, mas não representa nada de novo. Nos últimos anos, o volume de recursos destinado aos créditos rurais sempre ultrapassou o anteriormente anunciado.

Ocorre que o valor da produção agropecuária –incluindo os negócios a ela correlatos, como na transformação e na comercialização– cresce ano a ano. Da mesma forma, o volume de recursos em mãos das instituições financeiras, disponíveis para empréstimos, continua em alta, contando inclusive com oferta externa em dólares. Dinheiro não falta na Faria Lima.

Quando o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, adianta que o Plano Safra 24/25 terá R$ 475,5 bilhões à disposição dos agricultores, o que representa, nas palavras dele, “no mínimo 20% maior que o atual”, ele simplesmente repete um costume de seus antecessores. É o normal.

O discurso do presidente Lula, obviamente, será utilizado para alimentar as narrativas políticas. E, dessa vez, com certeza, virá carregado de tintas ideológicas no apoio à agricultura familiar. Fará o velho jogo do PT, destinado a agradar ao MST e seus aliados. Para os produtores rurais, em geral, sejam grandes ou pequenos, mudará quase nada. Todos se cansaram dos discursos.

A grande dúvida sobre o Plano Safra, que fez inclusive atrasar seu lançamento desta vez, diz respeito ao tamanho dos subsídios financeiros. É a chamada equalização da taxa de juros, um custo bancado pelo Tesouro, que coloca em disputa a Fazenda e a Agricultura.

Segundo já divulgado, o governo irá oferecer R$ 16,7 bilhões para rebaixar as taxas de juros dos financiamentos rurais, um valor 23% acima do utilizado no ano anterior. Sabendo das dificuldades fiscais do país, pode-se concluir que a dupla formada pelos ministros Carlos Fávaro e Paulo Teixeira conseguiu avançar sobre o cofre de Fernando Haddad.

O custo das subvenções do Tesouro representa apenas 3,51% do valor total de recursos alocado no Plano Safra 24/25. É importante esclarecer esse ponto. Quem pouco entende do assunto, incluindo alguns jornalistas, sempre considera o valor total dos financiamentos (R$ 475,5 bilhões) como se fosse, totalmente, composto por recursos públicos. Está errado.

Nas últimas décadas, progressivamente, o crédito rural, em suas variadas modalidades, foi sendo acrescido por recursos de fontes privadas, obtidas pelas instituições financeiras por meio de mecanismos de mercado. A redução do apoio governamental à agropecuária brasileira tem sido uma tendência desde o início do século, conforme sabemos.

A maior parcela (R$ 10,4 bilhões) da subvenção pública, cerca de 62%, será direcionada para o apoio aos financiamentos da agricultura familiar, dentro das inúmeras linhas do Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar), incluindo apoio produtivo aos assentamentos de reforma agrária.

Ou seja, as taxas de juros do crédito rural para a agricultura familiar serão, por decorrência, bem menores, embora não se saiba quanto, que os da agricultura chamada empresarial. Inexiste aqui, mais uma vez, qualquer novidade. Em todos os governos, desde Fernando Henrique Cardoso –que, aliás, criou o Pronaf–, assim se procedeu.

A incerteza do governo parece residir na taxa de juros a ser fixada para as linhas de financiamento do Plano Safra 2024/25, que variam sempre em função dos programas de incentivo existentes, desde a agricultura de baixo carbono ou a produção alimentar, até a irrigação e a armazenagem. Médios produtores rurais também passaram a ser diferenciados. No último ano, essas linhas de financiamento tiveram sua taxa de juros fixadas entre 12,5% (Moderfrota) a 4% (Pronaf assentamentos).

Todos sabemos que a taxa Selic de juros da economia caiu ultimamente, de um patamar acima de 13% para 10,5%, indicando haver margem para uma redução dos juros neste Plano Safra 2024/25. Entretanto, esse embate inusitado e estúpido de Lula contra o presidente do Banco Central tornou arriscadas as previsões, num contexto de pressão política em favor da gastança pública.

Aquilo que, a meu ver, os estudiosos da economia agrícola e os produtores modernos e tecnológicos mais gostariam de ver anunciado na 4ª feira (3.jul.2024) deverá continuar no departamento das reivindicações: o aprimoramento do sistema nacional de seguro rural, uma urgência dramática frente às mudanças de clima.

Veremos os discursos. Na prática, pouca coisa mudará (tomara que eu esteja errado).

Pelo segundo dia consecutivo, russo atingem um aeródromo ucraniano, atingindo aeronaves de valor inestimável

Os ucranianos não têm defesas aéreas suficientes para proteger as suas bases mais vulneráveis

Fernando Valduga - No dia 1º de julho, um drone russo avistou caças Sukhoi Su-27 da Força Aérea Ucraniana estacionados ao ar livre, em plena luz do dia, na pista da base aérea de Mirgorod, no norte da Ucrânia, a 160 quilômetros da fronteira com a Rússia. Um míssil balístico russo Iskander foi lançado, destruindo vários dos preciosos caças supersônicos – potencialmente 10 por cento da frota total de Su-27 ucranianos. No dia seguinte, algo semelhante aconteceu.

No dia 2 de julho, um drone russo sobrevoou a base aérea ucraniana em Poltava, a leste de Mirgorod e também a 160 quilômetros da fronteira. Após horas de vigilância, um míssil Iskander atingiu – danificando, se não destruindo, um helicóptero militar Mil Mi-24 do exército ucraniano.

É evidente o que está acontecendo. A escassez de defesas aéreas expôs as bases aéreas ucranianas a ataques de drones e mísseis russos. Os ataques russos às bases ucranianas têm aumentado constantemente desde o outono passado. Até agora, estes ataques destruíram cinco caças Su-27, dois caças Mikoyan MiG-29, um jato de ataque Sukhoi Su-25 e potencialmente o Mi-24.

As perdas não são sustentáveis ??para a maltratada força aérea ucraniana e para as brigadas de aviação do exército. A Força Aérea Ucraniana tem apenas algumas dezenas de MiGs e Sukhois e nenhuma fonte óbvia de substitutos idênticos. O exército tem cerca de 50 helicópteros Mi-24, mas também pode ter dificuldades para adquirir mais exemplares.


Sim, a Força Aérea Ucraniana está prestes a receber 85 caças Lockheed Martin F-16 e cerca de uma dúzia de Dassault Mirage 2000 dos seus aliados europeus. Mas estas novas aeronaves serão tão vulneráveis ??em terra como os MiG, Sukhois e Mils.

É uma crise de defesa aérea. Normalmente, os ucranianos protegeriam as suas bases mais importantes com camadas de mísseis terra-ar. Mas a força aérea e o exército ucranianos estão lutando para cobrir simultaneamente cidades, grandes concentrações de tropas e bases da linha da frente, como os campos de aviação de Mirgorod e Poltava.

Helicóptero Mil Mi-24 da Ucrânia

Os números destacam a dimensão do problema. Entre eles, o exército e a força aérea da Ucrânia iniciaram uma guerra mais ampla com cerca de 400 sistemas de mísseis terra-ar. Vinte e oito meses depois, os ucranianos perderam cerca de 140 desses sistemas e adquiriram cerca de cem como substitutos.

Em teoria, os ucranianos perderam apenas 10% da sua força de defesa aérea pré-guerra. Mas essa força está muito mais reduzida do que era antes de fevereiro de 2022. Os ataques russos às cidades ucranianas – visando edifícios de apartamentos, hospitais e até igrejas – obrigaram os militares ucranianos a concentrar as suas melhores defesas aéreas em torno das maiores cidades.

Esses sistemas tinham que vir de algum lugar. É evidente que, ao dar prioridade à cobertura aérea para as cidades, as forças armadas ucranianas deixaram os seus campos de aviação menos protegidos. O drone russo que vigiava Poltava era visível para todos os ucranianos no terreno durante três horas antes do ataque do míssil Iskander. Claramente, ninguém tinha como derrubá-lo.

Para ser claro, os russos têm o mesmo problema. Eles também lutam para proteger as suas bases aéreas dos mísseis e drones ucranianos. A diferença é que a Rússia tem mais bases e mais aviões – e pode absorver perdas maiores.

A ajuda está chegando à Ucrânia. Os Estados Unidos previram um pacote de ajuda de 2,3 bilhões de dólares, previsto para meados de julho, que incluirá numerosos sistemas de defesa aérea, incluindo mísseis Patriot de longo alcance e mísseis NASAMS de médio alcance.

Sistemas de defesa aérea Patriot

Mas é possível que estas novas defesas acabem também por proteger cidades em vez de bases aéreas. “É preciso ter certeza de que existem defesas aéreas para tentar proteger as áreas nas quais estamos fazendo investimentos”, disse o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken.

Os ucranianos tentaram preencher a lacuna formando equipas de defesa aérea de curto alcance equipadas com caminhões armados. Se as equipes estivessem presentes em torno de Mirgorod e Poltava, ou não notavam os drones russos sobrevoando – ou não conseguiam atingi-los.

2 de jul. de 2024

Titica, um termo antiquado igual a quem ainda o profere

Mas, já diz o ditado, a gente dá o que tem


Por Reginaldo Palazzo - Proferido durante um discurso para os próximos, nesta última segunda-feira (01) pelo chefão, que exige que defendam o indefensável, o presidente Luiz Inácio da Silva usou o termo titica de cachorro.

Não entendi muito bem, mas deixa pra lá.

Pra quem não consegue me ver nesse momento, balancei até a cabeça.


Vamos lá

Sem dúvida um termo bem “autêntico”, haja vista, o último biscoito do pacote, que se acha o centro do mundo adorar inflacionar as coisas.


Enfim a bosta cresceu

Muito em voga na década de 70 titica de galinha, a verdadeira, remetia tipo àquela pessoa que só falava besteira, geralmente uma atrás da outra, fazendo o dólar aumentar semanalmente.

O senhor que senta na cadeira presidencial nesse momento mostra em audiovisual o que muitos cansam de martelar.

Ele parou no tempo!

Uma pessoa que não consegue usar nem um termo pejorativo correto não pode estar comandando um país, quiçá um prédio.

Visivelmente abatido a cada mês que passa, o jornal o globo deveria fazer uma reportagem igual seu congênere do norte fez em relação ao outro com visível demência.

O “Conselho Editorial” do ex renomado jornal pediu que o presidente Joe Biden deixe a corrida pela Casa Branca após seu desempenho no debate presidencial da CNN.

Realmente eles foram até educados em chamar aquele vexame de desempenho.

Entre um pedalada aqui, uma bicicletada acolá, lá vem o Brasil descendo a ladeira.

Realmente profética essa música do Moraes Moreira.

França: triunfo nacional-populista e ameaça extremista à esquerda

Mais correto do que dizer que o eleitor francês se radicalizou para um extremismo à direita seria dizer que o partido que estava no extremo desse espectro se remodelou e ampliou seu eleitorado dando respostas firmes à ideologia política que se fortalecia no extremo do outro espectro político


Catarina Rochamonte - O resultado final do primeiro turno das eleições legislativas franceses confirmou o favoritismo do partido de direita Rassemblement Nacional, que obteve 33,15% dos votos, seguido da aliança de esquerda Nouveau Front Populaire (NFP), que obteve 27,99% e da coligação presidencial (Ensemble) que ficou apenas na terceira posição com 20,76%. Em seguida vêm ainda os Republicanos (LR) com 9,7% e outros vários candidatos de direita com 10,23%.

Na véspera dessas eleições, vi um trecho de vídeo no qual o sociólogo e escritor Demétrio Magnoli comentava sobre a ascensão do partido de Marine Le Pen e sobre a possibilidade do RN chegar ao poder:

“Normalmente, os observadores, comentaristas, a imprensa se referem ao partido de Le Pen, o Rassemblement Nationale ou Reunião Nacional como um partido de extrema-direita. Eu vivo criticando isso, porque é inércia intelectual. Como o partido foi de extrema-direita, continua-se a qualificá-lo como sendo de extrema-direita. Ele deixou de ser um partido de extrema-direita, ele se tornou um partido da direita nacionalista”, comentou Magnoli, descrevendo na sequência as ações de Le Pen que efetivaram essa mudança.

A observação dele é pertinente, por isso me surpreendi um pouco com os inúmeros comentários reprobatórios que acompanhavam o vídeo, compartilhado na rede social X do canal no qual a observação do sociólogo foi feita: “ele é um partido de EXTREMA-DIREITA, mas o Demétrio Magnoli quer saber mais”, escreveu um perfil com a arrogância expressa em letras garrafais; “Como pode essa pessoa ter voz na televisão? De um baixo nível intelectual e flerta demais com o fascismo” registrou outro; “Como vocês não vão demitir, não assistirei mais”, desabafou outra, e assim por diante, provando que a inércia intelectual não é apenas dos jornalistas, mas do telespectador e leitor também.

O que disse na televisão, Magnoli também explicou em texto, no artigo “Le Pen rompe o cordão sanitário”. Como ele lembra, a mudança de nome do Front National para Rassemblement National foi acompanhada de um redirecionamento ideológico expressivo. Quatro anos após assumir o controle do partido, Marine Le Pen expurgou o próprio pai, Jean Marie Le Pen, admirador de Pétain, um general colaboracionista. “Eu tenho vergonha que ela carregue meu nome”, declarou em 2015 Jean Marie Le Pen a propósito de Marine; “Será ele ou eu”, declarou Marine a propósito de seu pai, no mesmo contexto.

“O jornalismo continua a qualificar a RN como ´extrema direita´ ou ´ultradireita´. É um erro analítico grave, que decorre de preguiça intelectual ou vontade de externar um repúdio moral (ou da mistura de ambos), tornando inexplicável sua ascensão eleitoral. Extremistas buscam destruir as instituições políticas. Le Pen ocupa o primeiro lugar nas intenções de voto justamente porque desistiu do extremismo, refundando a RN como partido da direita nacionalista”, explicou o sociólogo no referido artigo.

                 Reprodução/Instagram


A desdemonização do partido de Le Pen

Um dos fatores que explicam a ascensão eleitoral do RN é justamente o processo de “desdemonização” iniciado por Le Pen. Partindo de uma base inicialmente homogênea, com eleitores de perfil antissistema que exigem políticas radicais em matéria de segurança e identidade, o RN foi evoluindo por etapas na medida em que se desradicalizava em alguns pontos específicos.

Como Demétrio Magnoli oportunamente destacou em seu texto, Le Pen mudou quase tudo no programa partidário, desistindo do extremismo e refundando o RN como um partido de direita nacionalista.

Nesse processo, ela abrandou as hostilidades em relação à União Europeia, distanciou-se de Putin, deixou de defender a deportação em massa passando a se concentrar nas políticas de controle do ingresso de imigrantes e fez um importante gesto ao homenagear em texto o general e presidente Charles de Gaulle, além de depositar flores na Cruz de Lorraine, na praia da Normandia onde De Gaulle pisou o solo francês em junho de 1944.

Mais recentemente, a duas semanas das eleições europeias, o RN oficializou a ruptura com o partido aliado no Parlamento Europeu, o AfD, após declarações de cunho nazista de um dos representantes do partido alemão.

Tudo isso possibilitou a normalização do partido e uma conquista parcial dos eleitores da direita clássica. Muitos que jamais teriam votado no Front National de Jean Le Pen afirmam que agora é diferente.

Mais correto do que dizer que o eleitor francês se radicalizou para um extremismo à direita seria dizer que o partido que estava no extremo desse espectro se remodelou e ampliou seu eleitorado dando respostas firmes à ideologia política que se fortalecia no extremo do outro espectro político.

Constatar isso não equivale a fechar os olhos para o problema de uma direita nacionalista. O programa do Rassemblement national tem aspectos protecionistas e pontos antiliberais preocupantes, mas fica difícil compreender um fenômeno que não se nomeia bem e é preciso compreender aquilo que se quer confrontar.

O primeiro cuidado para a correta compreensão de um fenômeno é tentar usar conceitos de modo adequado. Se o objetivo é entender por que a direita nacional-populista (Le Pen, Donald Trump, Giorgia Meloni, etc) está em ascensão, convém, como já sugerimos em artigo anterior, abrir mão do uso de expressões pouco rigorosas e abusivas como “extrema direita” ou “direita fascista”, que servem mais como xingamento de adversários políticos do que como ferramenta de análise.

Mais importante do que rotular ou estigmatizar partidos e eleitores é entender por que cada vez mais pessoas estão optando por votar dessa forma.


Wokismo, islamismo-esquerdismo e a Nova Frente Popular

As questões que, hoje, mais estruturam a opinião na Europa, de modo geral, e na França, em particular, giram em torno de identidade, secularismo, Islã, imigração e segurança. São esses fatores que motivam o francês a ir votar e são esses fatores que dividem e polarizam as posições, cada vez mais radicalizadas, à direita e à esquerda.

Pouco antes da esmagadora derrota, no Parlamento Europeu, das forças centristas de Emmanuel Macron para o partido de direita Rassemblement National, o seu presidente, Jordan Bardella, organizou o seminário “perigos do wokismo”, repetindo o tema do workshop ministrado por ele no ano passado, sedimentando, assim, a ideia de que se trata de um tema de primeira ordem para o RN.

De fato, em 2023, os deputados do RN criaram uma “associação parlamentar transpartidária contra o wokismo” visando combater a “escrita inclusiva” (uso do gênero neutro), a “propaganda LGBT nas escolas”, a “questão transgênero no esporte” e outros pontos polêmicos da agenda identitária de esquerda.

Esse tema, muitas vezes desprezado por analistas, está inegavelmente movimentando o tabuleiro político. Enquanto alguns se contentam em rotular de reacionários e conservadores aqueles que se preocupam com a expansão da chamada “ideologia de gênero”, outros transformam essa preocupação em capital político.

No seu seminário, porém, Jordan Bardella incorre no erro de considerar o wokismo uma “neurose importada.” Como bem destaca Nicholas Vinocur, editor geral do site Politico.eu, foi a própria França que lançou as bases para a ideologia Woke que agora parece liderar uma revolução global. Conforme lembra o articulista, o “wokismo, que os franceses adoram odiar, remonta a sua genealogia intelectual aos intelectuais franceses da década de 1960.”

O “movimento woke” enquanto mobilização por meio da popularização de ideias politicamente progressistas sobre gênero, raça e imigração pode ser remetido aos Estados Unidos, mas há uma ligação direta entre a ideologia woke, tal como incorporada nos campi universitários dos EUA, e a teoria pós-colonial francesa:

“Embora a ideologia woke seja um fenômeno americano, seus ancestrais nos movimentos pós-coloniais e de teoria de gênero – incluindo escritores como Judith Butler e Edward Said – estudaram com intelectuais franceses e foram fortemente influenciados pelas ideias de esquerda da França de década de 1960. Filósofos franceses como Jacques Derrida, Jean-Paul Sartre e Michel Foucault tornaram-se os favoritos do campus nos Estados Unidos”, escreve Vinocur.

O wokismo não se limita à questão de gênero. Trata-se de uma ideologia iliberal que faz parte de um quadro ético maior dentro do qual os sistemas de poder são baseados em identidades opressoras tais como “branquitude”, “patriarcado”, “colonialismo”, “heteronormatividade”, “transfobia”, etc. Essa concepção de que, quer queiramos ou não, somos estruturalmente racistas, sexistas ou transfóbicos é herança do pensamento pós-moderno e, mais especificamente, de Michel Foucault.

Foucault, que idealizava a construção de locais para “orgias de suicídio” onde aqueles que quisessem se matar poderiam se drogar e gozar à vontade antes da “experiência-limite”, Foucault, o hedonista autocentrado que admirava Marquês de Sade e o psicopata Pierre Riviere, foi também um ardoroso defensor da revolução iraniana, cujo êxito significou o estabelecimento de uma teocracia na qual ele como homossexual e bon-vivant seria sumariamente eliminado; uma teocracia que, além de oprimir seu povo (especialmente as mulheres) é uma das maiores ameaças atuais à manutenção da liberdade e da democracia no mundo.

O impulso transgressor desse pensamento paradoxal, rebelde, perturbador e quase demoníaco está presente de modo difuso na sociedade francesa e está se expressando política e partidariamente como aliança entre progressistas woke e fundamentalistas islâmicos, fenômeno que os franceses têm chamado de “islamo-gauchismo” (islamo-esquerdismo).

“O problema do Islã como força política é um problema essencial para nossa época e para os anos que virão”, profetizou Foucault em carta à revista Le Nouvel Observateur, em 1979, após sua segunda e última visita ao Irã.

Não é de estranhar, portanto, que logo após a divulgação do resultado do primeiro turno das eleições legislativas, nesse domingo, 30 de junho, militantes de extrema-esquerda tenham saído às ruas, vandalizando prédio e monumentos e misturando gritos contra o RN com gritos pela intifada, misturando bandeiras do LFI (La France insoumisse) com bandeiras da Palestina.


A Nova Frente Popular é o maior risco

As manchetes dos jornais brasileiros que abordaram as eleições na França continuam com o mantra do perigo da chegada ao poder da “extrema direita” e silenciam sobre o risco da chegada ao poder da extrema-esquerda. Aliás, eu não lembro de ter lido em qualquer veículo a expressão extrema-esquerda. No entanto, ela está aí, dando uma nova roupagem ao antissemitismo, disfarçando-o de antisionismo. Mas lá fora, felizmente, há quem veja as coisas como elas realmente são.

Em artigo assinado em conjunto, Jean-Philippe Feldman, professor de direito e advogado do Tribunal de Paris e Nicolas Lecaussin, diretor do Iref (Instituto de Investigação Econômica e Fiscal), alertaram que a vitória da aliança capitaneada pelo partido do extremista Jean Luc Mélenchon seria mais perigoso para o país do que o programa do RN; em editorial do jornal Le Figaro, Vincent Trémolet de Villers afirma que essa Frente de “indigenistas, arquivos S, apologistas do terrorismo, detratores obsessivos de Israel põe em causa os próprios princípios da República Francesa” e em manifesto intitulado “O arco republicano contra o antissemitismo”, 30 intelectuais, dentre os quais os filósofos Luc Ferry e Michel Onfray apelaram para que os franceses não votem “nesta mentirosa, falaciosa e pseudo ´Nova Frente Popular´”.

Como alguém da área de Filosofia, já um tanto cansada do ranço ideológico autoritário, partidário, mesquinho, intolerante e infantil que grassa há tempos na academia, li esse belo, duro e oportuno manifesto com certa emoção. Senti-me representada e, por isso, concluo meu texto com algumas de suas palavras, que agora faço minhas, recomendando, porém, a leitura do texto integral:

“[…] Unicamente a nossa consciência filosófica e moral, aqui abençoada com a força inalienável de um imperativo categórico na sua mais alta e nobre expressão, dita-nos nesta hora crítica, fora de qualquer espírito partidário ou escolha maniqueísta, contra qualquer interesse particular e pelo bem geral: Jamais faremos pacto com antissemitas, nem racistas de qualquer espécie!

Nunca nos aliaremos aos pró-Hamas, cúmplices sanguinários do terrorismo islâmico, nem aos anti-Israel, a única verdadeira democracia nesta região particularmente instável do mundo, e onde demasiados países, teocracias fanáticas de outra época, praticam novamente, inclusive contra qualquer progresso real pela causa das mulheres, a sharia obscurantista.

Nunca trairemos a nossa consciência como humanistas autenticamente democráticos, nem venderemos covardemente os nossos ideais por cálculos medíocres e vis de cozinha de base eleitoral. […]

O futuro da nossa democracia, da nossa cultura e da nossa civilização, no âmbito do concerto das nações, está em jogo.”

Assista: O avanço do islamo-esquerdismo – papo com Catarina Rochamonte

Com emenda de Alan Rick, comunidades rurais de Porto Walter ganham sistemas de abastecimento de água

Emenda de R$ 650 mil já contemplou 3 comunidades rurais de Porto Walter. Novas entregas serão realizadas nos próximos dias


Assessoria - No último final de semana, a Comunidade Mororó II, no Rio Cruzeiro do Vale, em Porto Walter, celebrou a inauguração do Sistema de Abastecimento de Água construído pela prefeitura com recurso de emenda destinada pelo senador Alan Rick. A nova estrutura beneficiará diretamente mais de 150 famílias, proporcionando acesso a água potável encanada e melhorando significativamente a qualidade de vida dos moradores.

“Pra nós é uma alegria imensa. Nunca esperemos ter o que nós tem hoje em dia (sic), ter água tratada, tomar banho a hora que quiser dentro na nossa casa, pra nós é uma satisfação muito grande” – disse o morador João Pereira. 

Durante a cerimônia de inauguração, o vice-prefeito Guarsônio Melo destacou a importância do projeto para a saúde pública e o desenvolvimento social e econômico da região. "Este é um passo crucial para garantir que todos os cidadãos tenham acesso a recursos essenciais, como a água potável. Agradeço ao senador Alan Rick que alocou o recurso para que pudéssemos construir esse sistema." – afirmou.

Além da Mororó II, a emenda do senador Alan Rick, no total R$ 650 mil, também já contemplou as comunidades Lindalvos e Restinga com sistemas de abastecimento de água. Em breve, a prefeitura fará novas entregas.

Mulher que foi vítima de violência doméstica, reencontra desembargador Samoel Evangelista e revela homenagem que fez a ele

Depois de 21 anos que foi atendida pelo então promotor Samoel Evangelista, na cidade de Tarauacá, Francisca conta que, ao sair do ciclo de violência doméstica, adotou uma criança e homenageou o desembargador registrando-a com seu nome


Andréa Zílio - No mês de junho, o município de Tarauacá recebeu três ações do Tribunal de Justiça do Acre, realizadas na presença da presidente, desembargadora Regina Ferrari, e do corregedor-geral da Justiça, desembargador Samoel Evangelista. E foi durante essas agendas que uma história comovente de superação e gratidão foi revelada, quando Francisca de Assis Azevedo, 64 anos, reencontrou o desembargador.

Após 21 anos, ambos se reencontraram no Fórum Desembargador Mário Strano. Francisca, visivelmente emocionada, compartilhou sua história com o desembargador Samoel. Ela relembrou um passado marcado por um relacionamento abusivo e violência doméstica, culminando em uma separação perigosa, na qual seu ex-marido tentou tirar-lhe a vida. Naquela época, Francisca era mãe de três crianças: uma menina de seis anos, outra de três e o caçula, com apenas um ano de idade. A filha mais velha é Dalvani Azevedo, hoje diretora da Divisão de Estabelecimentos Penais Femininos de Rio Branco.

Foi durante o processo judicial de separação que Francisca conheceu o desembargador Samoel Evangelista, na época atuando como promotor de Justiça em Tarauacá. O desembargador cuidou de todo o processo legal e possibilitou que Francisca recebesse apoio de órgãos competentes para se reerguer e romper com o ciclo de violência no qual vivia.

Mesmo enfrentando desafios como mãe solteira de três filhos, Francisca seguiu sua caminhada e, com muita doação e amor, ainda tomou a decisão de adotar Samuel Azevedo.

Samuel ainda não era registrado, mas todos o chamavam por Edmundo, um menino cuja mãe trabalhava para sua irmã e dizia que não tinha condições de criá-lo, já tendo oferecido a outras famílias diversas vezes. Francisca decidiu então adotá-lo, mas desde logo comunicou que não manteria o nome escolhido pela mãe biológica, pois sentia o desejo de fazer uma homenagem, como gesto de gratidão, pela ajuda que havia recebido em um momento tão delicado de sua vida. 

Foi o desembargador Samoel que a auxiliou em todo o processo de adoção, dando a Francisca o suporte necessário para ela seguir adiante, longe do ciclo de violência que a assombrava. “Ele cuidou de todo o processo e permitiu que eu recebesse o apoio que eu precisava naquele momento para seguir firme na decisão de me manter separada e sair do ciclo de violência. Quando eu adotei meu filho, senti na hora em meu coração, que ele deveria receber o nome de Samuel como uma homenagem”, compartilhou Francisca, emocionada.

O apoio recebido foi fundamental para tirá-la da situação de vulnerabilidade e violência em que se encontrava. Atualmente, Samuel, com 24 anos, é técnico em radiologia e está construindo sua própria história. A trajetória de Francisca e Samuel é um testemunho inspirador de como a rede de apoio e o olhar atento dos profissionais que atuam no Sistema de Justiça são essenciais para contribuir na transformação de vidas. “Eu sou eternamente grata ao desembargador Samoel, por tudo que ele representa na vida de minha família, por ter me ajudado a sair do pesadelo que eu vivia e ter trilhado um outro caminho junto a minha família”, disse Francisca. 

Fotos: Elisson Magalhães | Comunicação TJAC

Com um Tesla 2016+ você pode ir de Palo Alto a São Francisco sem pegar no volante

 

KC-390 recebe certificação de tipo para operação militar pela Força Aérea da Hungria

 

Fernando Valduga - As Forças de Defesa Húngaras concluíram a inspeção de homologação da aeronave de transporte militar KC-390 da Embraer, cujo sistema será ajustado este ano. A Hungria comprou dois KC-390 com unidade de terapia intensiva e capacidade de reabastecimento ar-ar em novembro de 2020.

O procedimento de certificação, que durou mais de dois anos, foi realizado pelo Departamento de Aviação do Estado do Ministério da Defesa da Hungria, responsável pela supervisão da aviação estatal húngara, de acordo com os requisitos legais para a aviação estatal húngara.

O certificado original foi apresentado pelos representantes da autoridade, Tenente-Coronel Simon Sándor, chefe do departamento de aeronavegabilidade, e Tenente-coronel Dr. László Jakab, chefe do departamento de segurança de voo, ao responsável do fabricante em 25 de junho de 2024, em São José dos Campos, Brasil.

O procedimento de homologação visa determinar a adequação de um tipo de aeronave para transporte aéreo seguro. Isto é crucial, uma vez que uma aeronave pode representar riscos para outros intervenientes na aviação, incluindo outras aeronaves, a sua tripulação e passageiros, e mesmo aqueles que estão no solo.

Durante o procedimento, os especialistas da autoridade desenvolveram em conjunto o plano de inspeção de homologação, que constitui a base do procedimento. Dado que o KC-390 é uma aeronave relativamente nova, com desenvolvimento iniciado no início dos anos 2000 e as primeiras unidades entregues à Força Aérea Brasileira em 2019, muitas avaliações, principalmente quanto ao seu funcionamento, ainda estavam em andamento no início do procedimento húngaro. Além disso, o procedimento de inspeção de homologação da autoridade de aviação militar brasileira também estava em andamento, tendo o tipo de aeronave recebido apenas um certificado de tipo temporário até março de 2023. Isso levou as autoridades húngaras a estabelecerem um relacionamento com a organização militar brasileira, o que facilitou muito a trabalho de certificação.

A autoridade brasileira prestou assistência eficaz à autoridade húngara, principalmente por meio da transferência de resultados de testes e descrições de procedimentos de testes. Esta troca de experiências profissionais e resultados de testes foi possibilitada por um acordo de cooperação prévio entre as duas autoridades na aeronave KC-390.

Um aspecto fundamental da inspeção foi o exame da integração de equipamentos solicitados pelas Forças de Defesa Húngaras, tais como rádios especiais de bordo e uma unidade médica de emergência, no sistema embarcado da aeronave. Esses itens, adaptados especificamente às necessidades húngaras, não haviam sido previamente certificados pelo lado brasileiro.

O procedimento atingiu seu ápice em abril de 2024, quando imediatamente após o término dos voos de teste do fabricante, foi realizado o primeiro voo de qualificação de tipo do avião húngaro na unidade fabril da Embraer em Gavião Peixoto, Brasil. Este voo, conduzido pelo departamento de voos de teste da fábrica com os seus pilotos e engenheiros de bordo, incluiu representantes da autoridade de aviação militar húngara. Durante as quase duas horas de voo, os principais sistemas da aeronave foram verificados quanto ao seu funcionamento adequado e seguro.

Após o voo, a fase administrativa final do procedimento envolveu o resumo dos resultados dos testes e a emissão do certificado de tipo militar húngaro do KC-390.

Aldo Rebelo: Brasil vive “insegurança institucional”, e STF virou “tribunal de tudo”

"O país vive um processo de insegurança institucional, que é quando não se sabe mais qual é a atribuição de cada Poder", afirmou o secretário de Relações Internacionais da prefeitura de São Paulo

Aldo Rebelo, secretário de Relações Internacionais da cidade de São Paulo (Foto: Jane de Araújo/Agência Senado)


Fábio Matos - O secretário de Relações Internacionais da prefeitura de São Paulo (SP), o ex-deputado federal e ex-ministro Aldo Rebelo (MDB), criticou duramente o que entende como interferência indevida do Supremo Tribunal Federal (STF) em assuntos que deveriam ser tratados por outros Poderes da República.

Aldo participou do último painel desta quinta-feira (27) do Global Agribusiness Forum (GAF), no Allianz Parque, na capital paulista. O evento faz parte da programação do Global Agribusiness Festival (GAFFFF), promovido pela consultoria agrícola Datagro, que atua em mais de 50 países, e que conta com o apoio da XP.

“[É preciso] Remover os obstáculos a quem pode garantir a segurança jurídica, que é quem produz. O problema não é só a insegurança jurídica. O Brasil vive uma situação muito mais grave. O país vive um processo de insegurança institucional, que é quando não se sabe mais qual é a atribuição de cada Poder”, afirmou Aldo, muito aplaudido pelo público.

“Ou o Brasil organiza uma Emenda à Constituição que restabeleça o papel dos Poderes, que diga que o STF voltará a ser um tribunal constitucional, e não um tribunal de tudo, que legisla, que escolhe ministro, que escolhe delegado… Não, pessoal, isso não tem condições”, continuou o secretário, em tom inflamado.

Em sua fala, Rebelo mencionou dois exemplos do que considera um abuso do Supremo em suas prerrogativas constitucionais – a questão do marco temporal das terras indígenas e a paralisação do projeto da Ferrogrão.

A Ferrogrão é apontada por amplos segmentos do agro como um “divisor de águas” que poderá resultar na mais importante rota de escoamento da produção de grãos do país. De acordo com estimativas do governo federal, o investimento previsto na ferrovia é de cerca de R$ 25 bilhões. A Ferrogrão teria 933 quilômetros de extensão e conectaria a região produtora de grãos do Mato Grosso, a partir de Sinop (MT), ao estado do Pará, desembocando no porto de Miritituba, em Itaituba (PA).

A avaliação é do deputado federal Arnaldo Jardim (Cidadania-SP), vice-presidente da Frente Parlamentar da Agricultura (FPA). Ele defende um “acordo nacional” para sinalizar o que o país tem feito de bom para o clima

“Quem vai definir o marco temporal? É o Congresso ou o Supremo? Essa disputa está estabelecida. Há uma medida votada pelo Supremo e outra pelo Congresso, e uma liminar do ministro Gilmar Mendes que mantém tudo suspenso. O que vai prevalecer? Há uma insegurança jurídica derivada de uma insegurança institucional”, criticou Aldo.

“Alguém tem de enfrentar essa situação, com todo o respeito às instituições e ao Supremo. Nós temos uma ferrovia parada há 3 anos a pedido de uma ONG, por uma decisão monocrática de um ministro do STF que eu nem sei se sabe onde fica essa ferrovia”, afirmou.


“Interesses geopolíticos”

Além de falar sobre as relações institucionais entre os Poderes da República, Aldo Rebelo também abordou o que chamou de protecionismo dos países europeus e dos Estados Unidos contra produtos de destaque do agronegócio brasileiro, como carnes, suco de laranja e café.

Segundo Aldo Rebelo, países da Europa muitas vezes se aliam a ONGs e entidades privadas para atacar o Brasil, utilizando um discurso de defesa do meio ambiente para encobrir seus próprios interesses econômicos e comerciais.

“Não que a causa do meio ambiente não seja uma causa humanitária importante, generosa e necessária. Mas ela é usada muitas vezes em função de interesses que não são ligados ao aquecimento global, às emissões de carbono ou à proteção da natureza”, afirmou Aldo, durante o painel “Geopolítica, Segurança Alimentar e Comércio Global”, que encerrou o primeiro dia do evento.

Além de Rebelo, participaram da mesa Marcos Jank, professor do Insper Agro; Bernhard Leisler Kiep, diretor-secretário da Abramilho e presidente eleito da Maizzal; e Nilson Leitão, presidente do Instituto Pensar Agro (IPA).

“O mundo se defronta com três agendas de caráter permanente que mobilizam a diplomacia e os eventos internacionais: a segurança energética, a segurança alimentar e a segurança climática. E essa agenda é apresentada não sob um ponto de vista neutro, mas de um mundo que é guiado por interesses geopolíticos, como sempre foi e continua sendo”, afirmou Aldo. “Em um mundo guiado por esses interesses, ocorre o fenômeno da corrupção da virtude. Você usa causas virtuosas para interesses nada virtuosos.”


Protecionismo europeu

Em sua participação no debate, Aldo Rebelo disse que o forte protecionismo de países europeus contra a agricultura do Brasil é resultado de “uma mudança de época”, com o deslocamento do “dinamismo econômico do Atlântico Norte para o Pacífico, da Europa Ocidental e da América do Norte para a Ásia”.

“A transição do dinamismo econômico do Atlântico Norte para o Pacífico e da Europa Ocidental e da América do Norte para a Ásia tem um impacto importante no Brasil”, disse Aldo.

“O Brasil tem de olhar para a Europa com respeito e carinho, mas não podemos ficar submetidos a uma economia de países fortes e com agricultura fraca. Se eles querem criar uma agricultura assim, é um problema deles. Não temos por que nos submetermos a isso. Vamos olhar para o outro mundo que está surgindo e para o qual o Brasil precisa dar mais atenção”, concluiu.

Governador do Rio Grande do Sul, que participa de evento em São Paulo (SP), diz que agronegócio gaúcho precisa receber maior atenção e uma ajuda mais efetiva por parte do governo federal


Segurança alimentar

Para o secretário municipal de Relações Internacionais de São Paulo, “a segurança alimentar é uma preocupação permanente da humanidade” e o Brasil deve tirar proveito de suas enormes vantagens competitivas em relação a outros países.

“Recentemente, a FAO [Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura], preocupada com a segurança alimentar e a fome no mundo, procurou soluções. E a solução procurada apontou uma grande responsabilidade ao Brasil. Segundo a FAO, o Brasil preenche as condições essenciais para reduzir o risco da fome no mundo”, observou Rebelo.

“Isso dá ao Brasil protagonismo, importância e poder geopolítico fundamental. O mundo olha o Brasil com admiração e respeito não porque nós tenhamos a bomba atômica”, exemplificou o secretário.

“A segurança alimentar, hoje, está relacionada à nossa capacidade industrial de ter máquinas, equipamentos e insumos para a nossa agricultura. Nós protegemos o meio ambiente com a nossa agricultura, que é uma atividade ambientalmente avançada”, prosseguiu o secretário.


O evento

O Global Agribusiness Forum (GAF) acontece no Allianz Parque, em São Paulo. O evento é promovido, desde 2012, pela consultoria agrícola Datagro, que atua em mais de 50 países, e conta com o apoio da XP.

O evento deve reunir cerca de 25 mil pessoas e terá uma extensa programação de palestras, seminários e shows.

O GAF faz parte do Global Agribusiness Festival (GAFFFF). O evento foi concebido a partir de quatro pilares: palestras nacionais e internacionais (Forum), feira de negócios com cinco pavilhões e mais de 100 empresas e startups (Fair), experiências gastronômicas com aulas de gastronomia e uma Arena de Fogo (Food), e entretenimento com shows de música sertaneja (Fun).

Entre os palestrantes de maior destaque na programação, estão a ativista e política moçambicana Graça Machel, o físico Marcelo Gleiser e o cientista político Parag Khanna. Ao todo, serão mais de 30 painéis, com mais de 100 palestrantes divididos em dois palcos.

Javier Milei desiste da Cúpula do Mercosul e participará de evento com Jair Bolsonaro no Brasil

Ele embarcará para o Brasil no sábado (6) e retornará para a Argentina no domingo (7)

   Foto: hora Brasília


O presidente da Argentina, Javier Milei, desistiu de participar da Cúpula do Mercosul na próxima segunda-feira 8, em Assunção, no Paraguai. Em vez disso, Milei estará na Conferência de Ação Política Conservadora em Balneário Camboriú (SC), que contará com a presença do ex-presidente Jair Bolsonaro. A informação é do portal hora Brasília.

Integrantes da Casa Rosada confirmaram a mudança de planos de Milei. Ele embarcará para o Brasil no sábado (6) e retornará para a Argentina no domingo (7). Questionado, o porta-voz da Presidência argentina, Manuel Adorni, confirmou que o chefe de Estado estará no Brasil para “um evento” e não descartou um encontro com Jair Bolsonaro.

 “Não vamos nos encontrar com Lula e ainda não está confirmado se [Milei] vai ou não se encontrar com Bolsonaro no contexto desse evento”, disse Adorni. Mais cedo, fontes da CNN confirmaram que o encontro com Jair Bolsonaro vai acontecer.

Horas depois, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) confirmou a reunião à analista de Política da CNN, Jussara Soares. “Milei está confirmado. E sim, está confirmado encontro com Bolsonaro”, disse Eduardo à CNN.