2 de set. de 2011

EVITE A BUZINA

É importante que o motorista saiba dos limites legais da poluição sonora provocada pelo uso abusivo das buzinas

Rebeca Kramer - Diario de Pernambuco
Estar no meio de um engarrafamento por horas já é motivo suficiente para os motoristas pagarem todos os pecados. Imagine quando começam a soar aquelas buzinas advindas de vários veículos ao mesmo tempo: uma sinfonia muitas vezes prejudicial aos ouvidos humanos. Ao serem utilizadas de formas constantes e abusivas, não em situações de real necessidade ou de perigo, elas podem gerar um clima de estresse ainda maior no trânsito. E, para os desavisados, buzinar interminavelmente acarreta ao motorista agoniado multa de R$ 50 e menos três pontos na carteira de habilitação.

De acordo com o policial do 1º Bptran Luciano Vilela, a função da buzina é de chamar a atenção. Para ele, não há sentido, num engarrafamento, a pessoa acionar o som se existem milhares de carros à frente, impossibilitados de se locomoverem. A infração ainda é potencializada, segundo Vilela, quando os motoristas não respeitam as placas de proibido buzinar na frente de hospitais, escolas, creches, asilos e áreas residenciais. Vale lembrar que buzinar entre 22h e 6h, quando as pessoas estão dormindo, falta com o respeito aos direitos do cidadão. É uma questão de educação.

Intolerância com o outro. "Esse é o principal motivo por que as pessoas descontam seu estresse através das buzinas no trânsito", coloca a psicóloga Suely Santana. Segundo ela, descontar a impaciência no motorista que está próximo não resolverá o problema. “No dia a dia, somos estimulados a fazer as atividades com pressa, temos hora para tudo e a correria nos faz desenvolver atitudes de irritabilidade as quais não paramos nunca para refletir. Já vi casos de idosos se tremerem com medo de atravessar uma rua por conta de buzinadas de motoristas insensíveis que desvalorizam o trato com o próximo”, expõe. E recomenda: “É aconselhável que essas pessoas coloquem uma música no carro e tentem relaxar um pouco, porque estresse não leva a nada”.

De acordo com o médico otorrino Orlando Lins Macedo, se a audição humana for exposta de forma prolongada a um barulho superior a 85 decibéis, que é a unidade de medida do volume do som, ocorre o que chamamos de trauma acústico. Ou seja, há uma gradativa degeneração do nervo auditivo, responsável pelo processamento do som, e a pessoa começa a perder a audição. “O barulho provocado por uma buzina passa dos 100 decibéis. Para se ter uma ideia, se uma pessoa é exposta diariamente a um buzinaço de 15 minutos, por exemplo, poderá sofrer uma perda auditiva irreversível, tendo até que usar um aparelho auditivo”, explica.

Consciente do incômodo ao bem estar alheio, a estudante Thayanne Sales nunca buzina quando está no engarrafamento, por achar inútil, uma vez que há tantos carros na sua frente. “Só estressa ainda mais os motoristas e não soluciona nada”, expõe.

Saiba mais

O artigo 227 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB) proíbe o uso das buzinas:
I – em situação que não a de simples toque breve como advertência ao pedestre ou a condutores de outros veículos;
II – prolongada e sucessivamente a qualquer pretexto;
III – entre as vinte e duas e as seis horas;
IV – em locais e horários proibidos pela sinalização;
V – em desacordo com os padrões e frequências estabelecidas pelo Contran

Utilize melhor a buzina e conviva de forma saudável no trânsito:

1 Não use na frente de hospitais e outros locais onde há a placa indicativa de proibição;

2 Abriu o sinal e tem um carro na frente? Não adianta buzinar incansavelmente. Tem motoristas que ao abrir o sinal querem que numa fração de segundos o motorista da frente dê uma largada de Fórmula 1;

3 Não buzinar na frente de prédios para chamar alguém. Deixe a preguiça de lado, estacione e vá até a portaria;

4 O trânsito está lento? Não adianta buzinar. Você só vai ficar irritado e irritar os outros. Buzina não vai fazer o milagre de sumir com os carros da sua frente;

5 Em muitas situações o mais coerente é piscar o farol alto. Chama a atenção sem fazer barulho;

6 Utilize toques curtos em algumas situações. O toque curto pode alertar sem irritar tanto e pode até mesmo ser cortês;

7 Seu time ganhou o jogo? Nada de buzinaço! Se for uma região residencial você pode acordar um bebê dormindo ou alguém doente. Respeite os outros. Se for a final de um clássico, aí complica!;

8 Não instalar no carro buzinas que simulem o som emitido por veículos de emergência, como ambulâncias e carros de polícia. É proibido por lei.
* Por Rebeca Kramer e Eric Ferreira

2 comentários:

  1. Putz, eu odeio buzina! Aqui em São Paulo tem uns retardados que não se tocam. No Rio de Janeiro então! Ô povo pra gostar de buzina! É um tal de fom fom o tempo todo, credo, como isso é chato!
    []s

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  2. Tudo é uma questão de educação. Mas não há!

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