Milhares voltam às ruas para protestar contra governo na Venezuela
Manifestantes fogem do gás lacrimogêneo em Caracas (Reuters) |
Milhares de estudantes e oposicionistas voltaram às ruas de Caracas em um protesto contra o governo da Venezuela neste sábado.
BBC/Venezuela - O governo mobilizou centenas de membros da Guarda Nacional para acompanhar o protesto e evitar que os manifestantes chegassem ao prédio do Ministério da Alimentação.
O líder da oposição, Henrique Capriles, afirmou que a grande operação de segurança mostra que o presidente Nicolás Maduro está com medo.
"Toda esta mobilização militar demonstra o grande medo que Nicolás (Maduro) e seu governo têm dos protestos contra os problemas graves enfrentados pelos venezuelanos", disse.
O governo, por outro lado, alegou que queria conter a manifestação pois o protesto "não foi autorizado".
Participando da manifestação, Capriles disse à multidão que os estudantes detidos e outros que foram presos nos protestos devem ser libertados antes do início das negociações com o governo.
Diálogo
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, convidou todos os partidos várias veses para participarem de um "diálogo para a paz".
Mas, durante o protesto deste sábado, os líderes de vários partidos exigiram a libertação dos estudantes detidos e a suspensão da "repressão ao povo" durante as manifestações.
Henrique Capriles participou do protesto e falou para milhares de mulheres, estudantes e oposicionistas na manifestação chamada de "Marcha da Panela Vazia", que coincidiu com o Dia Internacional da Mulher.
No último mês os manifestantes tomaram as ruas da Venezuela para protestar contra os altos níveis de violência e a falta de alimentos básicos como pão, açúcar, leite e manteiga.
"Vamos transformar este protesto no maior movimento social da história deste país", disse Capriles aos manifestantes. Muitos deles batiam em panelas vazias, como símbolo da falta de alimentos.
Segundo correspondentes a maioria dos que participam dos protestos é das classes média e alta da Venezuela, insatisfeitos com o governo.
Sem violência
Na manifestação deste sábado, Henrique Capriles pediu várias vezes que os participantes não tomassem parte de nenhum ato violento.
"Não protestem à noite. Este é o momento em que os grupos paramilitares tomam as ruas para promover a violência", disse.
Desde 12 de fevereiro, quando a onda de protestos começou, pelo menos 21 pessoas morreram nas manifestações, de acordo com a ombudswoman do governo da Venezuela, Gabriela Ramirez.
A oposição afirma que dezenas de estudantes foram torturados desde o início dos protestos.
A atual onda de protestos começou com estudantes insatisfeitos nos Estados de Tachira e Merida, oeste do país, mas se espalhou rapidamente para outras áreas da Venezuela.
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