BENÍCIO OTTO DA SILVA nasceu em Manicoré em 1905, filho de Miguel Antônio da Silva e Virgilina Coutinho da Silva tinha 6 irmãos, (a mais nova era do 2º casamento) perdeu a mãe muito cedo, mais ou menos aos 10 anos de idade.
O pai resolveu vender tudo e ir embora para o Idó, um grande seringal no baixo Juruá onde moraram por alguns anos.
Era um enorme barracão, a casa onde foram morar. Lá ainda restavam troncos e enormes correntes com que os escravos eram castigados.
Era um enorme barracão, a casa onde foram morar. Lá ainda restavam troncos e enormes correntes com que os escravos eram castigados.
Dizia-se até que no silêncio da noite ouviam-se correntes arrastadas no barracão, e gemidos dos negros ao serem chicoteados.
Lá no Idó, Miguel conheceu Cristina (2º casamento), casaram-se e tiveram uma filha, Celina a caçula da família. Benício, Antônia, Júlia, Hermenegildo e Benjamim (Mimim), eram filhos do 1º casamento.
Mimim foi embora para o Rio Grande do Norte onde casou-se e teve muitos filhos, vindo a falecer há alguns anos atrás.
Mimim foi embora para o Rio Grande do Norte onde casou-se e teve muitos filhos, vindo a falecer há alguns anos atrás.
Em 1922 com a morte do pai o Sr. Miguel Antônio da Silva, Júlia que era casada com o Sr. Ernesto Fiuza, chamou os irmãos e a madrasta para vir morar em Tarauacá, pois ela já morava aqui.
O novo dono do Seringal Idó queria usufruir dos bens deixados pelo pai de Benício, mas o menino muito esperto juntou o que lhe interessava, colocou em uma grande mala, fechou a chave e trouxe consigo para Tarauacá. Eram as ferramentas de carpintaria de seu pai, ferramentas que ele não sabia a utilidade.
Chegou a Tarauacá aos 17 anos de idade (1922), não sabia fazer nada, nem para a escola foi. Um dia seu cunhado conseguiu trabalho pra ele pela Prefeitura como ajudante de carpinteiro na construção de pontes na cidade. Ele foi trabalhar e logo já construía pontes (trapiches), sozinho. Daí por diante foi chamado para construir casas para Majores, Capitães e Coronéis que aqui chegavam para continuar o desbravamento.
Assim, Benício se tornou exímio carpinteiro, tudo era muito bem feito sendo assim chamado para fazer casas e também móveis. O Verniz que usava deixava os móveis perfeitos, tudo Benício fazia com perfeição.
O primeiro carrossel que rodou em Tarauacá no novenário de São Francisco foi feito por ele.
Assim, consecutivamente ele fez a primeira Roda Gigante de madeira que também foi usada pela primeira vez em um novenário de São Francisco, a 1ª máquina de tirar o sumo do açaí em madeira, máquina de migar tabaco que, aliás, tenho uma delas em casa, a primeira janela em veneziana onde uma está colocada na casa de sua filha a Professora Núbia Wanderley.
Uma estante rotativa que se encontra na Biblioteca Estadual, foi feita para a Prefeitura há muitos e muitos anos, a primeira mesa giratória que ainda existe e está na casa de seu neto Leonardo, (o Lio do Point do Açaí), a primeira serraria para beneficiamento de madeira foi feita por ele, construiu nesse tempo, batelões (barcos grandes), um dos famosos levou o nome de Major Bayma em referência ao proprietário, o Tauary do Altevir Leal, além de outros como o Maria Socorro. Isso tudo já com a alcunha de mestre Benício.
Nesse ínterim ainda participou de várias peças teatrais como, por exempolo, Alma Acreana e Razões do Coração, ambas de autoria de José Potyguara.
E foi um dos sócios fundadores do Centro Operário Beneficente Tarauacaense em 1948.
Mestre Benício casou-se aos 24 anos com Valzira Wanderley e tiveram 17 filhos sendo que apenas 11 se criaram, ainda hoje são 09 vivos educados e com um ótimo nível de estudo. Mestre Benício sempre foi esquecido pelo poder público, mas jamais será pela sua família.
Seu legado até hoje é de:
41 netos
53 bisnetos
07 tataranetos
Uma das coisas que mais lhe trazia alegria, almoço com a família
Mesmo com o peso da idade, não perdia o bom humor
E com noventa e poucos anos, subia na caixa d'água para lavar
Lembro-me com mta nostalgia e alegria qndo menino brincando junto com os primos Carlinhos; "Carrin" Marcos; "Cocerinha" e outros tantos pela sua oficina q pra nós era um mundo encantado sempre cheio de surpresas, ferramentas e engenhosidades... adorávamos "bulir" em tudo, principalmente na "Forja", mais uma de suas invenções... rsrsrs, ele, claro, não "apreciava" mto... kkkk. Mas adorava os netos... seus "pinhões" de madeira q ele fazia no torno eram perfeitos... Tive uma infância perfeita, maravilhosa... Tenho mtas recordações maravilhosas... Obrigado Palazzo pela homenagem ao vovô.
ResponderExcluirSidarta, eu que tenho que agradecer por ter tido a experiência e ter convivido com ele. Como sinto falta daquele coroa.
ResponderExcluirForte abraço
quanto esse senhor foi importante na minha vida,ele foi quem me deu base pra ser um pouco quem sou hoje,foi ele que me educou com mãos fortes mais carinhosas,sinto muito a falta dele pois sem ele em minha vida eu nunca teria o carater e seria quem sou hoje,procuro passar aos meus filhos um puco de tudo que ele foi e sempre sera para mim...ti amamos querido vovô saudades.obrigado pela linda homenagem feita á este grande homem chamado BENICIO OTTO DA SILVA
ResponderExcluirGrande Palazzo,
ResponderExcluirAté que enfim, depois de tantos anos apareceu alguém para lembrar deste grande homem e dá a ele o destaque que ele merecia.
Foi preciso vir alguém de fora de Tarauacá. Um carioca gente boa, que hoje, com muito orgulho, faz parte de nossa família, para ter excelente idéia de fazer uma reportagem sobre meu pai.
Parabéns ao Palazzo e a toda nossa família. A Ele, pela reportagem e a nossa família pela oportunidade de poder ver nosso pai sendo reconhecido e com muito merecimento sendo divulgado a todos de Tarauacá.
Olá F. Wanderley!
ResponderExcluirQueria ter escrito antes, mas me faltava alguns detalhes que consegui posteriormente. Escrever sobre ele, pra mim é uma honra.
grande abraço
Que bom ver resgatada a historia de me pai. Parabéns Palazzo, com certeza muitos que tiveram a felicidade de conhece-lo e participar de sua vida simples, ao verem um pouco do que foi e fez em tarauaca, matarão a saudade e lembrarão do Mestre Benício, meu saudoso pai.
ResponderExcluir❤️🙏🎯👌👏👏👏👏👏👏👏
ExcluirFala Tio,
ResponderExcluirEu que agradeço por ter convivido um pouco com ele. Homem com H maiúsculo!
abç
Não tive como não chorar diante de uma história de vida tão bonita e verdadeira. Nossa infância realmente foi marcada por momentos memoráveis com ele. Na sua oficina, quando muitas vezes nos revesavamos para mexer nas ferramentas e nas máquinas, sempre tinha uma lição de vida.
ResponderExcluirÀs vezes, em uma das diversas brincadeiras, ele nos induzia a parar um pequeno motor segurando na vela!
Lembrar das nossas reuniões na casa do tio Paulo, primeiro pra matar o porco, depois pra comer!
Hoje, tudo que somos, que sabemos e que transmitimos para nossos filhos, tem um pouco do caráter e da dignidade do nosso vô Benício.
Parabéns Palazzo pela bela matéria. Você sabe valorizar um talento!
Valeu Wilson, obrigado! Mas eu não fiz nada, eu só escrevi, o mérito é todo dele rsrs.
ResponderExcluirNAO PALAZZO, NAO SO ESCREVEU, VC POS EM PRATICA TUDO AQUILO UMA FAMILIA INTEIRA QUERIA FAZER E POR MOTIVOS, NUNCA FIZEMOS, EU MESMO QUERIA PODER EXPRESSAR E ESCREVER SOBRE O HOMEM E A MULHER QUE ME DERAM TUDO O QUE SOU HOJE NA VIDA, MAS, INFELIZMENTE SOMENTE COM PALAVRAS NAO CONSIGO, O MEU AVÔ SEMPRE FOI UM HOMEM MUITO DIGNO, E A MINHA AVÓ SEMPRE FOI UMA MULHER GUERREIRA, NAO TENHO PALAVRAS PARA TE AGRADECER POR ESTA HOMENAGEM, QUE NADA MAIS É QUE ALGO MUITO MAIS QUE MERECIDO... QUERO CONHECER-TE PESSOALMENTE PARA PODER LHE CONTAR AS INUMERAS HISTORIAS QUE OUVI DO MEU AVÔ E QUE TENHO CERTEZA QUE VC APRECIARIA MUITO...
ExcluirÉ amigo lendo sua reportagem em homenagem a meu pai não me contenho e me ponho a chorar q saudade dele nossa das nossas conversas quando eu ia fazer manutenção na teleacre em Tarauacá tem muitas história do papai uma q vcs não sabem é q o zé Virgílio mandou pra ele um quilo de camarão grande escondeu dentro do baú de ferramenta kkkkk o João teles era muito amigo dele e toda tarde ele ia lá na oficina do João teles pra tomar uma e ele levava um camarão chegava lá ficava na porta da oficina assobiando pro João teles mais era difícil do João ouvir por causa da zuada da plaina aí quando o João parava ele assobiava aí o João via e eles eram muitbrincalhoes o João dizia de lá o q foi mestre mostre logo o q o senhor tem aí kkkkkkkkkkk aí ele tirava a mão detrás das costa e mostrava o camarão pra ele aquilo era bacana aí saiam pra tomar uma no boteco do Chico da volta kkkkkkkkkkkmuita saudade do papai outra coisa engraçada foi quando sofri aquele acidente de avião em2002 se passaram dois anos e eu fui visita lo nois açorianos temos um ditado quando agente v uma coisa estranha agente diz vote cão canhoto kkkkkkkkk e ele estava sentado no banquinho dele ali no pátio quando eu cheguei ele já não estava conhecendo direito as pessoas e acho q ele pensava q eu tinha morrido no ácida te do avião aí eu cheguei e disse bença pai ele olhou pra mim olhou passou a mão na minha cabeça aí não conheceu e disse quem é aí eu disse é o lulu papai ele foi disse o lulu vote cão canhoto kkkkkkkkkkkk pra ele era minha alma q tava tomando a bênção kkkkkkk muito engraçado sinto muita saudade do papai e tem muitas e muitas histórias dele mais fica pra outra vez ok obrigado palazio por tudo Deus te ilumine sempre
Excluir❤️🙏🎯💪🎯👏👏👏👏👏👏👏👏
Excluirrsrsrsrsrs
ResponderExcluirMeu pai Francisco (CHICO BRANCO) filho de CELINA FIUZA, me colocou o nome de Benicio também em homenagem a um tio que ele dizia ser um grande homem. Só agora eu vejo o quanto ele era conhecido e querido. Sou neto de Celina Fiuza
ResponderExcluir🎯👏👏👏👏👏👏👏
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