Militares ucranianas não oferecem resistência à ocupação, mas prometem não sair da região
O Estado de S. Paulo - KIEV - Um dia após o governo da Rússia formalizar a anexação da Península da Crimeia, o quartel-general da Marinha da Ucrânia foi tomado por milicianos pró-Rússia e civis. Não houve resistência por parte dos militares ucranianos.
Cerca de 200 pessoas derrubaram o portão da sede militar e, em seguida, hastearam a bandeira da Federação Russa no local. Esse foi o sinal mais claro até agora de que soldados russos, e as chamada unidades de "autodefesa" formadas na maioria por voluntários desarmados que apoiam os russos, começaram a tomar o controle de instalações militares ucranianas na península do mar Negro.
Arte/ Estadão |
Os comandantes da base ainda permanecem em seu interior, onde está sendo realizado um comício com centenas de pessoas, moradores da Crimeia que invadiram a base, hastearam a bandeira da Rússia e cantam o hino deste país.
Segundo a imprensa, os manifestantes propuseram aos soldados ucranianos que se rendessem e se unissem a eles ou abandonassem a base, a cidade de Sebastopol e a Crimeia. O vice-almirante Aleksandr Vitko, comandante da Frota russa do Mar Negro, que se apresentou na base para negociar com seus comandantes, já deixou o lugar.
Tensão. Pouco após o incidente, o ministro interino da Defesa da Ucrânia, Ihor Tenyukh, disse em Kiev que as forças do país não vão se retirar da Crimeia apesar de o presidente russo, Vladimir Putin, ter assinado um tratado anexando a região à Rússia.
"Os oficiais tentam conter a multidão. Há gente mascarada e outros não, mas não há homens armados", disse Vladislav Selezniov, porta-voz do Ministério da Defesa ucraniano na Crimeia. O funcionário acrescentou que os invasores derrubaram uma cerca para entrar na área do quartel-general.
Selezniov disse que durante a noite não foram registrados incidentes em outras unidades militares ucranianas na Crimeia. "Em todas as partes tentam convencer nossos militares a integrarem a Frota Russa do Mar Negro ou que se mudem para a parte continental da Ucrânia", acrescentou.
A Ucrânia denunciou ontem que um suboficial de suas forças armadas morreu baleado por supostos soldados russos em uma base em Simferopol, um incidente no qual também ficou ferido um capitão ucraniano. Um dos suspeitos pela morte do militar ucraniano foi preso.
Segundo as autoridades da Crimeia, um membro das milícias russas de autodefesa morreu e outros dois foram feridos por disparos de francoatiradores perto da mesma base militar ucraniana. / AP, EFE e REUTERS
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