Supremo não tem pretensão de decidir mérito, diz relator do impeachment
Barroso afirma que não cabe à Corte papel de árbitro de ‘Fla-Flu’

Barroso afirmou aos deputados que a decisão do STF sobre o rito devolveu o assunto às mãos dos parlamentares. Ele ressaltou que cabe a eles decidir sobre o mérito do processo, ou seja, se a presidente Dilma Rousseff cometeu ou não crime de responsabilidade.
– O que os senhores decidirem vai prevalecer, na Câmara e no Senado. O Supremo não tem pretensão de fazer juízo de mérito nessa matéria – afirmou Barroso.
O ministro relator afirmou que um processo de impeachment não é um “golpe” e que é preciso observar os procedimentos previstos na Constituição e nas normas fixadas pelo STF ao julgar o tema.
– Impeachment não é golpe, é um mecanismo previsto na Constituição para afastar presidente da República, mas se impõe respeito à Constituição e às normas estabelecidas – disse o ministro.
Barroso afirmou ainda que há um “inevitável Fla-Flu” sobre o tema e ressaltou que cabe à Corte o papel de árbitro da disputa.
– A sociedade deve saber que nesse Fla-Flu o Supremo não tem lado, se o Flamengo fizer um gol legítimo ele será validado, se o Fluminense fizer um gol legítimo ele será validado – afirmou o ministro relator.
O presidente do STF, por sua vez, afirmou apenas que a expressão “golpe” não faz parte do mundo jurídico, constando apenas do debate no âmbito da política. Lewandowski ressaltou que a Corte, na decisão que proferiu sobre o impeachment, se limitou a reafirmar a jurisprudência do processo de 1992, que levou à saída do presidente Fernando Collor de Mello.
– Golpe é uma expressão que pertence ao mundo da política, nós aqui usamos apenas expressões do mundo jurídico – afirmou Lewandowski.
Participaram das reuniões o presidente da Comissão do Impeachment, Rogério Rosso (PSD-DF), o relator, Jovair Arantes (PTB-GO), e os demais integrantes da mesa do colegiado, Carlos Sampaio (PSDB-SP), Maurício Quintella Lessa (PR-AL) e Fernando Coelho Filho (PSB-PE). O relator ressaltou que a intenção é levar os trabalhos de forma a evitar que o tema retorne para discussão no STF.
– Estamos agindo com isenção e não vamos dar oportunidade de que isso aconteça cometendo qualquer erro premeditadamente – afirmou Jovair.
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