7 de nov. de 2018

O PT começa a sentir o sabor amargo de ser oposição antes mesmo de o governo acabar


Antigos aliados começam a sabotar Tião Viana na Aleac, num aceno de que desejam compor com Cameli 


Pra inglês ver
O tratamento civilizado entre os membros das equipes de transição montadas pelo governador eleito Gladson Cameli (Progressistas) e a do atual ocupante do cargo, Tião Viana (PT), está longe de retratar o clima entre oposição e situação.

Manobra
Pela segunda semana consecutiva, a bancada de oposição na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac) trata de esvaziar o plenário como estratégia para impedir a votação de projetos do atual governo e também a prestação de contas do Executivo relativas aos anos de 2013 e 2014.

A fatura é nossa
Entre os projetos, havia dois bem polêmicos até a semana passada, quando um deles sapecou o colo dos governistas como uma verdadeira batata quente – e o governo precisou recuar. Me refiro à proposta que concedia aos ex-governadores segurança por 36 meses, prorrogáveis por mais 36 – e tudo por nossa conta.

Chapéu alheio
Outro projeto encaminhado pelo Executivo ao parlamento estadual previa desconto de 90% nos juros sobre as dívidas de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços). É o governo do PT tratando de fazer, mais uma vez, caridade com o chapéu alheio.

Maquiavel é fichinha
Observe o leitor que se por um lado o atual governante petista tenta empurrar mais despesas ao sucessor, por outro tenta diminuir a receita do estado. A equação é simples: quanto menos recursos e mais gastos forem legados a Gladson Cameli, menos ele poderá fazer pelo Acre. Inviabilizar a gestão do adversário político parece a receita do petismo para que os companheiros possam, no futuro, retornar ao poder.

Acredite se quiser
A votação das pautas na Aleac depende de pelo menos 50% dos deputados estaduais. E por incrível que pareça, a bancada governista, que em 20 anos foi composta pela maioria, não consegue reunir nem 12 parlamentares.


De volta às origens
É que com a troca de comando no Executivo estadual, os antigos aliados do PT na Aleac já sinalizam com o desejo de compor com o futuro governo do progressista. Resta aos companheiros amargar a realidade de ser novamente oposição.

Álbum pessoal
A propósito, no dia 27 de setembro deste ano publicamos uma foto do governador petista na solenidade de posse de Luís Camolez como desembargador do Tribunal de Justiça do Acre. Sozinho em meio aos demais convidados, ignorados por todos eles, a imagem fala por si.


Gato escaldado
As equipes de transição de governo se reuniram oficialmente pela primeira vez, nesta terça-feira (6). Não obstante a cordialidade com que se tratam, o clima é de desconfiança.

Cristalino
Pelo menos foi isso que ficou claro, pelo menos pra mim, na fala do futuro chefe de gabinete do governo Cameli, o advogado José Ribamar Trindade. À imprensa, ele disse que seus pares têm os dados extraoficiais sobre a situação da administração pública estadual, mas que iria aguardar os números oficiais antes de se pronunciar a respeito deles. Precisa dizer mais alguma coisa?

Contraditórios
No lugar do Dr. Trindade, este colunista também agiria com cautela, haja vista tantas contradições de um governo que tem cadeira cativa entre os piores da história acreana.

Na prática, a teoria é diferente…
Ontem mesmo, outra dessas contradições ficou clara na fala da atual chefe da Casa Civil, Márcia Regina. Segundo ela, as constantes exonerações de cargos comissionados resultam da intenção de economizar os recursos públicos. Ok.

Nada exemplar
Ocorre, porém, que o governo vai gastar R$ 52 milhões com a implantação do sistema informatizado de abastecimento da frota oficial – e Tião Viana ainda teve o desplante de enviar à Aleac um projeto que o beneficiaria por até seis anos, às expensas do estado, com segurança pessoal.

Lá das bandas de Curitiba
Enquanto isso, a defesa do ladrão-mor do PT recorre mais uma vez ao Supremo Tribunal Federal (STF) na tentativa de livrar Lula da cadeia. E o eterno palanqueiro petista teria ficado chateado com a indicação do juiz federal Sérgio Moro para o Ministério da Justiça, de acordo com relato da senadora Gleisi Hoffmann. Quando vi a reportagem, não pude evitar a seguinte pergunta: “E qual a relevância dessa informação, pelo amor de Deus?”.

Ululante
Aliás, de tão óbvio, o tema nem notícia é. Notícia seria se dona Gleisi tivesse dito que Lula havia ficado feliz com Moro a compor o staff do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL). E quer saber o leitor de uma coisa? Uma vidente previu que Lula ficará muitos anos na prisão. Não que eu creia em vidência. Na verdade, depois de 45 anos de vida, comecei a acreditar na justiça deste país.

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