
Circula na Internet que Djavan teve uma mulher chamada Maria, os dois teriam uma filha que se chamaria Margarida, mas sua mulher teve um problema na hora do parto e ele teria que optar por sua mulher ou por sua filha. Ele pediu ao médico que fizesse tudo que pudesse para salvar as duas, mas o destino foi duro e a mulher e a filha faleceram no parto.
Agora é possível "sentir" a letra da música. Conhecendo esta breve história passamos a ouvir a música sob novo contexto, entendendo como a dor pode ser transformada em poema e arte.
"Flor de Lis"
Valei-me, Deus! É o fim do nosso amor
Perdoa, por favor, eu sei que o erro aconteceu.
Mas não sei o que fez, tudo mudar de vez.
Onde foi que eu errei?
Eu só sei que amei, que amei, que amei, que amei.
Será talvez que a minha ilusão, foi dar meu coração,
com toda força, pra essa moça me fazer feliz,
e o destino não quis, me ver como raiz de uma flor de lis.
E foi assim que eu vi nosso amor na poeira, poeira.
Morto na beleza fria de Maria.
E o meu jardim da vida ressecou, morreu.
Do pé que brotou Maria, nem Margarida nasceu.
E o meu jardim da vida ressecou, morreu.
Do pé que brotou Maria, nem Margarida nasceu.
Djavan Caetano Viana (Maceió, 27 de janeiro de 1949) é um cantor, compositor e violonista brasileiro. Djavan combina tradicionais ritmos sul-americanos com música popular da América, Europa e África.
A verdadeira história da música
Um dos melhores compositores brasileiros revelados na década de 1970, o alagoano Djvan tem em “Flor de Lis” a canção que o projetou. Enquanto sua letra sobre um romance desfeito não se prende a nenhuma mensagem específica, a idéia da música, segundo Djvan, “foi construir uma melodia linear com a harmonia dançando, para lhe dar mais sabor”. Essa linearidade pode ser exemplificada pela freqüência da nota mi, repetida 24 vezes nos oito primeiros compassos “Valei-me Deus / é o fim do nosso amor / perdoa por favor / eu sei que o erro aconteceu / mas não sei o que fez...”), contendo ainda o mesmo trecho uma progressão harmônica com sete acordes diferentes, quase todos sobre esta mesma nota. A melodia prossegue nessa linha, realçando o jogo harmônico, cuja originalidade estabeleceu a certeza de que um novo talento surgia na MPB. Destaque no elepê de estréia do autor – A voz, o violão e música de Djavan – “Flor de Lis” não mostra ainda alguns dos elementos que marcariam o estilo de seu trabalho posterior.
Do livro “A Canção no Tempo – 85 anos de músicas brasileiras – Vol. 2: 1958-1985”
De Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello

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