Mestre em antropologia e com doutorado em saúde pública, o professor Estanislau Paulo Klein analisa os primeiros sete meses de saúde pública do governo de Tião Viana, do PT, através das relações intergovernamentais entre as três esferas de governo, com foco na função de coordenação da esfera estadual do SUS. Em entrevista exclusiva ao ac24horas, o professor revelou dados importantes de sua tese de doutorado encerrada em 2010, que fez uma investigação centrada na Secretaria Estadual de Saúde e que será mostrada através da série, “A implantação do SUS no Estado do Acre”.
klein_internoDe cara, Paulo Klein diz que o atual governador, que é médico, “faltou à aula que ensinou um gestor cuidar do povo”. O especialista condena o marketing exagerado do PT no Acre e diz que o atual governador “faz política de bombeiro, utilizando peças que enfeitam prateleiras e agindo de acordo com a moda”, afirmou Klein.
O trabalho elaborado pelo professor da Universidade Federal do Acre e que faz parte de sua tese de Saúde Pública, analisa a política de implantação do SUS desde a década de 80, mas Klein preferiu analisar fatos atuais. Ele comentou a recente pesquisa realizada no município de Acrelândia que atestou uma população que sofre de anêmia.
- Se alimentam muito mal. Isso é inadmissível por que é uma cidade agrícola. O que falta? uma política de saúde pública de interação com a população. Não há neste governo e nos governos da Frente Popular, programas permanentes, como o de educação alimentar – disse o professor.
Outro programa que Klein classifica como pontual é o que trouxe de Salvador, da Bahia, o Instituto dos Olhos Fabio Vieira. Para ele é importante cuidar dos olhos da população, porém, “mais importante é cuidar da criança para que no futuro não precise tratar de seus olhos por causa do corpo maltratado”, frisou.
- Falta essa estratégia, um governo se antecipando aos problemas. Esse é o problema dessa propaganda enganosa. Não se faz o básico, são palácios construídos em palafitas. A base precaríssima e em cima você coloca um luxuoso palacete. Não funciona, será sempre um sistema precário – analisou.
Klein disse ainda que falta ao governador Tião Viana esse olhar de saúde pública. Para ele, os governos petistas que passaram pela gestão não foram capazes de resolver os problemas crônicos da saúde pública do Acre. Ele citou o caso de malária, hepatite e da dengue.
- O governo desenvolve programas que não é de competência dele. Muitas vezes atrapalha mais do que ajuda. O caso da Dengue é um exemplo. Mais grave é a questão da malária, os gestores criaram em 2008 esse tal de Pró-Saúde que até hoje não disse a que veio. A sorte é que a população do Acre, principalmente a do interior é muito forte, é um povo que sobrevive de sua sabedoria – comentou.
Para o especialista em saúde pública, o Pró-Saúde é uma anomalia criada no apagar das luzes do governo de Binho Marques. “Uma espécie de miniatura de Sucam”, acrescentou. Klein cobra dos legisladores maior interesse na fiscalização de como estão sendo gastos os recursos públicos contratados por esse programa.
- Não se sabe ao certo o que é o Pró-Saúde, os funcionários não tem estabilidade e seus gestores até hoje não resolveram os problemas sociais provocados pela ausência de políticas públicas. Nessa função organizacional de coordenar o funcionamento do sistema, a esfera estadual é muito fraca, pouco eficiente e não aplica instrumentos básicos de administração, não consegue coordenar programas! – exclama o professor.
O ac24horas vai continuar apresentando as fases da tese sobre a implantação do SUS no Acre, ouvindo outros especialistas e o próprio Governo. Na próxima edição, o professor analisa a lentidão do SUS, a terceirização do Hospital do Juruá e as deficiências dos municípios do interior do Acre.
Jairo Carioca - da redação de ac24horas
klein_internoDe cara, Paulo Klein diz que o atual governador, que é médico, “faltou à aula que ensinou um gestor cuidar do povo”. O especialista condena o marketing exagerado do PT no Acre e diz que o atual governador “faz política de bombeiro, utilizando peças que enfeitam prateleiras e agindo de acordo com a moda”, afirmou Klein.
O trabalho elaborado pelo professor da Universidade Federal do Acre e que faz parte de sua tese de Saúde Pública, analisa a política de implantação do SUS desde a década de 80, mas Klein preferiu analisar fatos atuais. Ele comentou a recente pesquisa realizada no município de Acrelândia que atestou uma população que sofre de anêmia.
- Se alimentam muito mal. Isso é inadmissível por que é uma cidade agrícola. O que falta? uma política de saúde pública de interação com a população. Não há neste governo e nos governos da Frente Popular, programas permanentes, como o de educação alimentar – disse o professor.
Outro programa que Klein classifica como pontual é o que trouxe de Salvador, da Bahia, o Instituto dos Olhos Fabio Vieira. Para ele é importante cuidar dos olhos da população, porém, “mais importante é cuidar da criança para que no futuro não precise tratar de seus olhos por causa do corpo maltratado”, frisou.
- Falta essa estratégia, um governo se antecipando aos problemas. Esse é o problema dessa propaganda enganosa. Não se faz o básico, são palácios construídos em palafitas. A base precaríssima e em cima você coloca um luxuoso palacete. Não funciona, será sempre um sistema precário – analisou.
Klein disse ainda que falta ao governador Tião Viana esse olhar de saúde pública. Para ele, os governos petistas que passaram pela gestão não foram capazes de resolver os problemas crônicos da saúde pública do Acre. Ele citou o caso de malária, hepatite e da dengue.
- O governo desenvolve programas que não é de competência dele. Muitas vezes atrapalha mais do que ajuda. O caso da Dengue é um exemplo. Mais grave é a questão da malária, os gestores criaram em 2008 esse tal de Pró-Saúde que até hoje não disse a que veio. A sorte é que a população do Acre, principalmente a do interior é muito forte, é um povo que sobrevive de sua sabedoria – comentou.
Para o especialista em saúde pública, o Pró-Saúde é uma anomalia criada no apagar das luzes do governo de Binho Marques. “Uma espécie de miniatura de Sucam”, acrescentou. Klein cobra dos legisladores maior interesse na fiscalização de como estão sendo gastos os recursos públicos contratados por esse programa.
- Não se sabe ao certo o que é o Pró-Saúde, os funcionários não tem estabilidade e seus gestores até hoje não resolveram os problemas sociais provocados pela ausência de políticas públicas. Nessa função organizacional de coordenar o funcionamento do sistema, a esfera estadual é muito fraca, pouco eficiente e não aplica instrumentos básicos de administração, não consegue coordenar programas! – exclama o professor.
O ac24horas vai continuar apresentando as fases da tese sobre a implantação do SUS no Acre, ouvindo outros especialistas e o próprio Governo. Na próxima edição, o professor analisa a lentidão do SUS, a terceirização do Hospital do Juruá e as deficiências dos municípios do interior do Acre.
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