No próximo dia 10, o Instituto InfoRel de Relações Internacionais e Defesa promoverá a primeira de uma série de conferências para discutir temas ligados à Segurança e Defesa na América do Sul. Na oportunidade, especialistas brasileiros e estrangeiros irão discorrer sobre a presença ou não das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), no Brasil.
Há anos que a organização narcoterrorista atua por meio de seus “chanceleres” fora do território colombiano. O Brasil chegou a conceder o status de asilado político para um dos mais expressivos “diplomatas” das Farc, Oliverio Medina ou Cura Camilo.
O Brasil tem uma fronteira de 1.645 km com a Colômbia – aliás, o país tem fronteiras com os três principais produtores de drogas do mundo, incluídos aí o Peru e a Bolívia – e sempre procurou não se envolver no conflito interno na expectativa de ser chamado quando da retomada das negociações de paz.
As negociações de paz em curso em Havana têm a Noruega, Venezuela e Chile como garantes. O Brasil que chegou a participar de operações de resgate de reféns ficou de fora.
Consta que as Farc ainda não engoliram a “participação” do Brasil com o Super Tucano, do ataque militar em Angostura, Equador, em 2008, quando o então número dois da organização Raúl Reyes, foi morto.
O governo colombiano que também sempre desconfiou das simpatias do Brasil dos últimos dez anos pela guerrilha, preferiu ignorá-lo.
Em que pese o pessimismo em torno de um acordo verdadeiramente consistente, a verdade é que o Brasil continua padecendo os males provocados pelo narcotráfico, um dos principais negócios que financiam a guerrilha.
O comércio de drogas e armas atinge em cheio os corações das nossas grandes, médias e pequenas cidades, ceifando vidas ainda perenes.
É para discutir o alcance desses danos, inclusive ao processo de integração regional em curso, que iremos receber o general de brigada da reserva Valmir Azevedo, que comandou tropas na Amazônia, o advogado especialista em contraterrorismo e contrainsurgência e combate ao crime organizado transnacional, Marcus Reis, e o jornalista Andy Webb Vidal, britânico radicado em Bogotá, especialista em Farc e inteligência estratégica.
Como assinalado, este será o primeiro de uma série. A ideia é promover debates desapaixonados a respeito dos principais temas da nossa agenda de Política Externa e de Defesa, como forma de contribuir para um melhor entendimento por parte da sociedade como um todo.
FONTE: Inforel
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