15 de out. de 2015

DEPUTADOS CRITICAM ISENÇÃO A EMPRESA DE FORA ENQUANTO EMPRESÁRIOS ACREANOS 'QUEBRAM'


Líder do governo defende instalação de madeireira no Acre

Deputado da oposição criticam isenção a empresa estrangeira e petista defende instalação de madeireira no Acre


GINA MENEZES - Deputados estaduais da situação e oposição travaram acirrado debate a respeito do incentivo que a empresa Agrocortex Madeiras do Acre Agroflorestal Ltda, receberá para executar plano milionário de exploração de madeira no Acre e Amazonas.


Os deputados Ghelen Diniz (PP), Jairo Carvalho (PSD) e Eber Machado (PSDC) criticaram duramente a parceria do governo do Acre com a empresa Agrocortex, do grupo português Domínio Capital e que conta com dinheiro de financiadores europeus.

Ghelen Diniz afirmou que não é contra a exploração dos recursos madeireiros e, sim, contra a entrega de madeiras in natura, sem qualquer tipo de valor agregado.

“Temos sim que explorar os recursos florestais, mas não apenas entregar. Sou a favor de que a madeira que saia daqui já saia com valor agregado, em forma de móveis e outras coisas. Só entregar a madeira não é vantagem alguma. Há 500 anos os portugueses vinheram ao nosso país e levaram o Pau Brasil, agora vem o governo do Acre e entrega a eles as nossas florestas”, finalizou em tom de ironia.

O deputado Jairo Carvalho (PSD) criticou a parceria do Estado do Acre e apoio dado pelo governo federal à empresa estrangeira. Ele lamentou que os pequenos empresários do Acre não contam com o mesmo incentivo fiscal.

“Os nossos pequenos madeireiros estão quebrando, pois não recebem ajuda, isto é lamentável”, salientou.

Pátio das serrarias da Agrocortex na margem esquerda do Rio Purus, em Manoel Urbano (AC)
Eber Machado também lamentou que empresas estrangeiras venham se instalar no Acre para usufruir das riquezas naturais e não agregam qualquer tipo de conquista ao Acre. ” Até os empregos que gerarem serão temporários”, frisou.

O líder do governo na Aleac, Daniel Zen (PT), defendeu a instalação da empresa e os métodos usados por ela para extração de madeira. Ele afirmou que, no Acre, só não consegue licença para manejo florestal quem não se adequa à legislação vigente.

“A licença para eles foi obtida junto ao Ibama, haja vista que é um projeto de grande envergadura. Quanto ao outros, só não conseguem licença quem não se adequa à legislação”, finalizou.

Reportagem da ContilNet publicada na terça-feira (13) deu conta que a empresa Agrocortex, isenta da cobrança do imposto por causa da Lei Kandir, que é uma lei federal, irá faturar R$ 135 milhões por ano com exploração de madeira no Acre e Amazonas.


Governador Tião Viana com Rui Ribeiro, da Agrocortex, na inauguração de serrarias (Foto: Sérgio Vale/Secom)

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