CONJUR - Até o momento, a Justiça Eleitoral já flagrou 105 doações eleitorais feitas por mortos e outras 15 mil por beneficiários do Bolsa Família a campanhas políticas. Segundo o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Gilmar Mendes, um dos recebedores do auxílio do governo federal teria repassado R$ 68 mil a uma campanha.
Os dados foram divulgados pelo ministro nesta segunda-feira (26/9), durante evento promovido pelo Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP) em São Paulo. Questionado sobre o suposto laranjal previsto por ele depois que as doações eleitorais por empresas foram proibidas, Gilmar Mendes ponderou que é preciso esperar o fim do pleito para saber. “Estamos identificando irregularidades que estão comprovando este juízo.”
Carlos Humberto/SCO/STF - Gilmar Mende destacou que as força nacional e armadas ajudarão na segurança das eleições deste ano |
Trabalho complexo
Ao fim do evento, durante coletiva de imprensa, Gilmar Mendes assumiu ser admirador do trabalho do juiz federal Sergio Moro e dos procuradores que atuam na operação “lava jato” e justificou os erros cometidos pela “força-tarefa” citando a complexidade do tema. “Temos que reconhecer que os atores da ‘lava jato’ realizam um trabalho extremamente complexo, e por isso incorrem em pequenas falhas, que devem ser criticadas.”
Sobre as críticas às investigações, Gilmar Mendes destacou que abusos não podem ser usados para reprimir outros abusos, mas afirmou que o Brasil será outro depois das investigações sobre os desvios encontrados em contratos da Petrobras.
Questionado sobre um suposto vazamento ao ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, da operação feita nesta segunda-feira (26/9), e que teve como principal detido o ex-ministro Antônio Palocci, Gilmar Mendes disse não acreditar que isso tenha ocorrido. Nesse domingo, o titular do Ministério da Justiça afirmou, durante comício em Ribeirão Preto (cidade administrada por Palocci em duas ocasiões), que outra operação da “lava jato” ocorreria esta semana.
“Não acredito que tenha havido vazamento. A estrutura judicial é muito profissional”, disse o Gilmar Mendes, se referindo à Polícia Federal e ao Ministério Público Federal. Ele argumentou ainda que, em diligências como essa, a PF não atua como órgão administrativo do Ministério da Justiça, mas sim como Polícia Judiciária.
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