5 de set. de 2016

PF LANÇA OPERAÇÃO PARA INVESTIGAR SUSPEITA DE FRAUDE EM FUNDOS DE PENSÃO E ESTATAIS


Pedro Fonseca; Edição de Alexandre Caverni - A Polícia Federal deflagrou nesta segunda-feira operação para investigar suspeita de fraude nos fundos de pensão de estatais Previ (Banco do Brasil), Petros (Petrobras), Postalis (Correios) e Funcef (Caixa Econômica Federal), com o cumprimento de 127 mandados judiciais em diversos Estados, informou a PF.

A operação tem como objetivo apurar suspeita de crimes de gestão temerária e fraudulenta dentro de quatro dos maiores fundos de pensão do país, tendo como base dez casos revelados a partir do exame das causas de déficits bilionários apresentados pelos fundos, de acordo com a polícia.

"Entre os dez casos, oito são relacionados a investimentos realizadas de forma temerária ou fraudulenta pelos fundos de pensão, por meio dos FIPs (Fundos de Investimentos em Participações)", disse a PF em comunicado.

"Durante as investigações, alguns núcleos criminosos restaram configurados: o núcleo empresarial, o núcleo dirigente de fundos de pensão, o núcleo de empresas avaliadoras de ativos e o núcleo de gestores e administradores dos FIPs."

A ação conta com cerca de 560 policiais federais, além de integrantes do Ministério Público Federal, da Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) e da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), espalhados pelos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina e Amazonas, além do Distrito Federal.

A Justiça Federal do DF expediu sete mandados de prisão temporária, 34 mandados de condução coercitiva e 106 mandados de busca e apreensão, e também determinou o sequestro de bens e o bloqueio de ativos e de recursos em contas bancárias de 103 pessoas físicas e jurídicas no valor aproximado de 8 bilhões de reais.

A operação foi batizada de Greenfield, em referência ao jargão dos negócios para investimentos que envolvem projetos incipientes ou ainda no papel, de acordo com a PF.

Em junho deste ano, o Ministério Público Federal e a Polícia Federal já haviam deflagrado uma operação para investigar suspeita de desvio de recursos dos fundos de pensão Petros e Postalis na aquisição de debêntures do Grupo Galileo, com mandados de prisão para sete pessoas, incluindo o ex-diretor financeiro do Postalis Adilson Florêncio da Costa.

Procurados pela Reuters, os quatros fundos de pensão não responderam de imediato os pedidos de comentários.

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