1 de abr. de 2024

Indústria de café do Acre aposta em conquista de mercados

 

A Região Sudeste mantém a hegemonia na produção e industrialização de café no Brasil, mas, nos anos 2020, o Norte do país tem se estabelecido como uma nova fronteira para o beneficiamento do grão e movimentação do mercado interno.

Uma das evidências desse fenômeno está no Vale do Juruá, no interior do Acre, a mais de 700 quilômetros de Rio Branco, a capital do estado, onde fica a torrefadora Café Náuas. Sediada no município de Cruzeiro do Sul, a empresa familiar de 54 anos é, há nove, liderada por Patrícia Parente, de 29 anos, neta dos fundadores.

A jovem, que cresceu ao redor da cultura cafeeira, projeta voos altos para o grão que seu estado produz: o futuro do café do Acre, vislumbra ela, passa pela conquista de mercados do outro lado do mundo.

Formada em administração e pós-graduada em gestão financeira, ela recebeu dos pais a missão de assumir o negócio da família quando tinha 20 anos, o que a colocou nessa tarefa bem antes do que costuma ocorrer em processos sucessórios de outras empresas familiares.

“Nós, que somos uma indústria local, temos abraçado os produtores do Estado, não só comprando os cafés, mas também fazendo um desenvolvimento em conjunto”, conta ela, que, como uma curadora de arte, já formou um grupo de 55 famílias acreanas que fornecem para a torrefadora. Os cafés formam um “blend” único, que hoje está nas prateleiras dos supermercados locais e em cafeterias gourmet.

Segundo a jovem, o relacionamento da família Parente com os produtores vai além do vínculo comercial. Os cafeicultores acompanharam o crescimento e o amadurecimento de Patrícia ao longo dos anos em que ela acompanhou os pais nas visitas e seu desenvolvimento profissional desde que ela tomou a frente do negócio. Por mês, a Café Náuas torra, em média, 5.000 quilos do grão. Depois, esse volume abastece 12 cidades da região.

Patrícia já planeja a entrada de seu irmão, Pedro, de 12 anos, na administração da torrefadora. “Já quero dar início à jornada do meu irmão na empresa, ensinar e acompanhar o crescimento dele”, diz. “Vai ser uma grande felicidade.”

Da redação do Diário do Acre, com informações de Isadora Camargo e Nícolas Damazio, do Globo Rural.

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