26 de abr. de 2024

Rússia veta votação da ONU sobre fim da corrida armamentista no espaço sideral


A Rússia vetou uma resolução do Conselho de Segurança da ONU que apela a todos os países para que evitem uma corrida armamentista no espaço exterior.

O projeto de resolução, apresentado pelos EUA e pelo Japão, procurava reafirmar um princípio já estabelecido no Tratado do Espaço Exterior de 1967.

Os EUA alertaram que se acredita que a Rússia esteja desenvolvendo uma arma nuclear anti-satélite baseada no espaço.

A Rússia disse estar “firmemente comprometida” com o tratado existente.

O projeto, apresentado na quarta-feira, apela a “todos os Estados, em particular aqueles com grandes capacidades espaciais, a contribuírem ativamente para o objetivo da utilização pacífica do espaço exterior e da prevenção de uma corrida armamentista no espaço exterior”.

Também apelou aos países para que defendam o Tratado do Espaço Exterior, ao abrigo do qual todas as partes concordaram “em não colocar em órbita ao redor da Terra quaisquer objetos que transportem armas nucleares ou quaisquer outros tipos de armas de destruição em massa”.

Dos 15 membros do conselho, 13 votaram a favor, enquanto a Rússia – um dos cinco membros permanentes com veto – votou contra e a China se absteve.

Linda Thomas-Greenfield, embaixadora dos EUA na ONU, classificou a medida como “desconcertante”.

“A Rússia vetou uma resolução simples que afirma uma obrigação juridicamente vinculativa”, disse ela. “O próprio Presidente Putin disse publicamente que a Rússia não tem intenção de instalar armas nucleares no espaço.

“Portanto, o veto de hoje levanta a questão: por quê? Por que, se você está seguindo as regras, não apoiaria uma resolução que as reafirme? O que você poderia estar escondendo?”

Em fevereiro, o porta-voz da Casa Branca, John Kirby, disse que a Rússia estava desenvolvendo uma nova arma anti-satélite “preocupante”, embora tenha acrescentado que a arma ainda não estava operacional.

A arma era baseada no espaço e dotada de uma ogiva nuclear para atingir satélites, informou a CBS News, parceira norte-americana da BBC.

O presidente russo, Vladimir Putin, disse em resposta que Moscou era “categoricamente contra” o uso de armas nucleares no espaço.

Mais d que qualquer um dos seus potenciais adversários globais, os EUA dependem das comunicações por satélite para tudo, desde operações militares e vigilância até utilizações civis, como sistemas GPS e transações financeiras.

Na quarta-feira, o conselheiro de segurança nacional dos EUA, Jake Sullivan, reiterou que os EUA avaliaram que “a Rússia está desenvolvendo um novo satélite que transporta um dispositivo nuclear”.

Detalhes da inteligência por trás da afirmação não foram divulgados.

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, disse: “A Rússia está firmemente comprometida com suas obrigações legais internacionais, incluindo o Tratado do Espaço Exterior de 1967”.

O enviado da Rússia à ONU, Vassily Nebenzia, descreveu a resolução EUA-Japonesa como uma “manobra cínica” com “motivos ocultos”.

O Conselho de Segurança da ONU é composto por cinco membros permanentes – EUA, Reino Unido, França, China e Rússia – cada um dos quais tem direito de veto e 10 assentos rotativos entre os outros estados membros da ONU.


FONTE: BBC

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