3 de dez. de 2025

O Serviço Geológico Colombiano informou que o alerta laranja é mantido no Vulcão Puracé

O vulcão Puracé mantém o alerta alaranjado devido à emissão persistente de cinzas e gases, acompanhada por atividade sísmica que já afeta vilarejos próximos com a queda de material e mudanças na cor do Rio San Francisco

Vulcão Puracé permanece em alerta laranja


Rádio Nacional da Colômbia/Camila Rivera - O vulcão Puracé permanece em alerta laranja devido à persistente atividade sísmica e às emissões de cinzas que impactaram comunidades próximas no departamento de Cauca, informou o Serviço Geológico Colombiano (SGC) na segunda-feira.

Desde o fim de semana, a agência ligada ao Ministério de Minas e Energia registrou sinais sísmicos relacionados ao movimento de fluidos dentro do vulcão, especificamente do tipo Tremor e Longo Período, localizado sob a cratera Puracé. Esses sinais estão associados à emissão contínua de gases vulcânicos e pequenas quantidades de cinzas.

As colunas de gases e cinzas atingiram alturas superiores a 500 metros acima do cume do vulcão, embora condições climáticas adversas tenham tornado impossível calcular sua altura total. Nas últimas 24 horas, a aeronáutica civil recebeu sete alertas, destacando o emitido em 1º de dezembro às 23h27 por uma coluna que se dispersou para o sudeste.

Os efeitos da atividade vulcânica já estão sendo sentidos nas cidades próximas. No domingo, às 14h, a vila de San Juan de Puracé relatou queda de cinzas.

Além disso, moradores da vila de Pululó relataram às 10h30 do mesmo dia uma mudança na coloração do Rio São Francisco para um tom marrom, fenômeno que o SGC atribui ao arrasto de cinzas acumuladas na parte superior do vulcão devido às chuvas recentes.

O Serviço Geológico esclareceu que, embora o vulcão permaneça em alerta laranja, é normal que ocorram flutuações temporárias nos níveis de atividade. Uma diminuição momentânea não significa necessariamente que o vulcão voltou à estabilidade. Para reduzir o nível de alerta para amarelo, é necessário um longo período de avaliação para confirmar tendências estáveis em todos os parâmetros monitorados.

As autoridades recomendam que a população não se aproxime da cratera ou de seus arredores, que esteja atenta aos boletins oficiais do SGC e que siga as instruções das autoridades locais e departamentais e da Unidade Nacional de Gestão de Riscos de Desastres (UNGRD).

Ataque contra o candidato presidencial de direita do Peru, Rafael Belaunde Llosa: sujeitos atiram em seu carro


Irmãos Batista contratam Citi para vender fatia da mineradora LHG e atrair sócio estrangeiro

Holding já recebeu propostas e quer fechar a venda em 2026; LHG planeja investir R$ 4 bi para elevar a produção a 25 milhões de toneladas

Terminal de minério de ferro no porto de Dalian, China 21/09/2018 REUTERS/Muyu Xu

            

                        Por Bloomberg

A J&F, a holding dos irmãos Batista, contratou o Citigroup para conduzir a venda de uma participação minoritária na LHG Mining, sua empresa de mineração. A transação, de acordo com fontes ouvidas pela Bloomberg, deverá ser para buscar um sócio estratégico, ou seja, com conhecimento no setor.

A J&F já recebeu diversas ofertas não vinculantes de investidores, incluindo grandes mineradoras, fundos de private equity, tradings e siderúrgicas. A expectativa é concluir a transação no primeiro trimestre de 2026.

Uma das condições do processo é que a fatia seja vendida a investidores estrangeiros, não a players locais do setor. O tamanho exato da participação a ser negociada vai depender das propostas e da avaliação da companhia, disse a fonte.

A LHG, focada em minério de ferro e manganês, tem duas minas no Mato Grosso do Sul adquiridas da Vale em 2022, além de um porto próprio. O negócio integra o conglomerado dos irmãos Wesley e Joesley Batista, controladores da JBS.

A empresa planeja investir cerca de R$ 4 bilhões (US$ 750 milhões) para elevar a produção a 25 milhões de toneladas, com novas plantas de processamento previstas para entrar em operação até 2030 – um nível próximo ao do projeto Minas-Rio, da Anglo American, no Brasil. 

Após operar por dois anos nessa capacidade ampliada, a LHG pretende iniciar uma segunda fase de expansão que pode dobrar a produção. Essa etapa demandaria aproximadamente US$ 2,5 bilhões, segundo uma das pessoas.

Desde sua criação, a LHG já multiplicou por seis o volume produzido, alcançando 12 milhões de toneladas anuais, segundo documentos da empresa. A operação escoa a produção por um sistema integrado que inclui porto, terminal marítimo e transbordo no Uruguai.

Procurados, Citi, LHG e J&F não comentaram.

Viralizam vídeos da qualidade duvidosa das construções na China. São os famosos tofu dreg


"Tofu dreg" refere-se a projetos subpadrão causados por corrupção e pressa, como relatado em fontes como discursos de Zhu Rongji e análises de colapsos em desastres, destacando falhas estruturais comuns em prédios chineses.




2 de dez. de 2025

Prefeito Rodrigo Damasceno recebe presidente do DERACRE em visita às obras da Terceira Entrada de Tarauacá


Por José Gomes - SECOM - O prefeito Rodrigo Damasceno recebeu nesta terça-feira (02) a presidente do Departamento de Estradas de Rodagem do Acre (DERACRE), Sula Ximenes, que veio acompanhar de perto o avançado estágio das obras da Terceira Entrada da cidade – uma das principais intervenções estruturantes já em fase final de execução no município.

Durante a visita técnica, a presidente percorreu os trechos em obra ao lado do prefeito e de técnicos da prefeitura e do DERACRE. O foco foi avaliar o andamento da pavimentação asfáltica, que já está em execução em diversos pontos, além da conclusão das calçadas, drenagem, iluminação e sinalização. A obra ultrapassa 80% de execução física e segue em ritmo acelerado.

“A pavimentação já está sendo aplicada e a gente vê o quanto essa entrada vai mudar a cara de Tarauacá. É uma obra de qualidade, que trará mais segurança no trânsito, melhor acesso ao IFAC e mais desenvolvimento para toda a região”, destacou Sula Ximenes.

O prefeito Rodrigo Damasceno reforçou a importância da parceria com o Governo do Estado: “Essa terceira entrada já está virando realidade graças ao trabalho conjunto com o governador Gladson Cameli e o DERACRE. É mais uma via moderna, com asfalto, calçadas acessíveis e iluminação, que vai facilitar a vida de quem mora aqui e de quem chega à nossa cidade", destacou o prefeito.

A visita da presidente do DERACRE reafirma o compromisso das duas gestões em concluir a obra com qualidade e dentro do prazo, entregando à população uma infraestrutura planejada, segura e preparada para o futuro da cidade.

Sem festival oficial da Prefeitura de Tarauacá, parceria entre SEAGRI e cooperativa garante feira do abacaxi



Por Wanglézio Braga - A falta do tradicional Festival do Abacaxi, organizado anualmente pela Prefeitura de Tarauacá, poderia ter deixado 2025 marcado como um ano vazio para os produtores da fruta símbolo do município. Mas a união de forças entre a Secretaria Estadual de Agricultura (SEAGRI), o gabinete do deputado licenciado Luiz Tchê e a Cooperativa dos Produtores Familiares e Extrativistas de Tarauacá (CooptAcre) garantiu que o trabalho de quem vive da cadeia produtiva fosse valorizado. Assim nasceu a 1ª Feira do Abacaxi da Agricultura Familiar, realizada entre 27 e 30 de novembro, que conseguiu movimentar o campo e a cidade.


A missão da feira foi evitar que a produção inteira ficasse retida nas propriedades. E deu certo: segundo Bayma, da CooptAcre, quase seis mil abacaxis foram vendidos durante os quatro dias de evento. O público também pôde conhecer o potencial da região na produção de frutos gigantes, marca registrada de Tarauacá, com a escolha dos três maiores abacaxis deste ano.

O produtor Nico do Abacaxi levou o primeiro lugar com um fruto de 11,2 kg e recebeu R$ 10 mil de prêmio. Logo atrás veio o produtor Nivaldo Carlos, com um abacaxi de 8,3 kg que garantiu R$ 7 mil ao segundo colocado. Fechando o pódio, Chico Veio apresentou um fruto de 7,1 kg e recebeu R$ 3 mil. No total, R$ 20 mil foram distribuídos aos campeões, fortalecendo o incentivo à produção local.


A feira ainda abriu espaço para a venda de outros produtos da agricultura familiar, como banana, melancia, tapioca, beiju e derivados, garantindo renda direta para dezenas de famílias. A iniciativa reforça a importância da organização comunitária e da parceria entre Estado, cooperativa e produtores, garantindo que a cultura do abacaxi — tão forte na identidade de Tarauacá — continue viva mesmo sem o festival oficial.

Tarauacá: MPAC ajuíza ação civil pública para instalação de IML


O Ministério Público do Estado do Acre (MPAC), por meio da Promotoria de Justiça Cível de Tarauacá, ajuizou ação civil pública requerendo a instalação de um Instituto Médico Legal (IML) no município. O pedido foi apresentado após constatação de que a ausência de estrutura pericial adequada na região tem gerado impactos significativos aos serviços públicos e à população da regional de Tarauacá.

Atualmente, exames de necrópsia deste município só podem ser realizados em Cruzeiro do Sul, o que obriga o deslocamento de corpos por longas distâncias e prolonga o tempo de espera das famílias para a realização do sepultamento. Além disso, os exames de corpo de delito são feitos por médicos plantonistas do hospital, o que interfere no atendimento regular de pacientes e provoca situações de risco, como a circulação de pessoas custodiadas em áreas destinadas ao público e aos profissionais de saúde.

O MPAC destacou ainda que vítimas de violência, especialmente mulheres, crianças e adolescentes, são submetidas a exames periciais em ambiente hospitalar, sem estrutura adequada e sem a especialização exigida para esse tipo de atendimento. Segundo a ação, a instalação do IML é necessária para assegurar condições técnicas adequadas, garantir atendimento humanizado e preservar direitos fundamentais da população.

Na ação civil pública, o Ministério Público informou que já havia expedido recomendação ao Estado do Acre em 2023 para implantação do instituto, sem que houvesse adoção de providências. Diante disso, foi solicitado, em tutela de urgência, que o Estado apresente plano de ação para instalação do IML e adote medidas provisórias para estruturar o atendimento pericial no município.

O Poder Judiciário determinou que o Estado do Acre se manifeste sobre o pedido de tutela de urgência no prazo de dez dias.

Assaí corta investimentos de 2026 e lança ‘marca própria’ para driblar consumo mais fraco

Rede de atacarejo vai vender produtos Assaí 20% mais baratos do que marcas líderes a partir do 1º trimestre

CEO diz que, para 2025, a rede de atacarejo pretende abrir cerca de 10 lojas REUTERS/Paulo Whitaker

Por Raquel Brandão - O juro alto não aparece no balanço apenas na linha de despesa financeira. No Assaí, ele virou critério para redefinir o tamanho do investimento e a velocidade de crescimento da rede. A companhia decidiu reduzir o nível de investimentos de R$ 1,2 bilhão neste ano para R$ 700 milhões em 2026, enquanto tenta criar mais fontes de receita, como a criação de uma marca própria e de serviços financeiros.

O Assaí paga R$ 7 milhões de juros por dia, mas gera R$ 14 milhões de caixa diariamente, o que compensa o custo financeiro. É essa geração de caixa que tem permitido à empresa reduzir a alavancagem mesmo com a Selic em patamar elevado. Depois de atingir algo em torno de 4,3 vezes dívida líquida em relação ao Ebitda em 2022, a rede projeta encerrar 2025 perto de 2,6 vezes.

O recuo nos investimentos vem depois de um ciclo de forte expansão, impulsionado sobretudo pela compra dos hipermercados Extra, em 2021. A operação levou o Assaí a outro patamar em faturamento e exposição à alta renda, que hoje já responde por 44% dos consumidores (47% dos clientes são da classe C e 9%, da classe D). A companhia saltou de R$ 30 bilhões em vendas em 2019 para cerca de R$ 84 bilhões no último doze meses.

Com esse perfil de clientela, o Assaí tem ampliado as ferramentas digitais e parcerias de entrega. A parceria com o iFood vem ganhando relevância em parte das lojas, especialmente nas regiões de maior renda, e a companhia estuda entrar em um marketplace.

Enquanto o juro pressiona, o plano de expansão fica mais limitado, com apenas 10 lojas novas previstas para 2026. No médio prazo, o plano é ir além do modelo atacarejo tradicional. “O mundo não vai acabar em atacarejo. No futuro, com menos alavancagem e juro mais baixo, faz sentido explorar outros formatos, como super e proximidade”, admite Belmiro Gomes, CEO do Assaí.


Consumo em queda

Ainda assim, o consumo tem se mostrado cada vez mais pressionado, segundo o CEO, com endividamento elevado das famílias e uma diferença crescente de comportamento entre a alta renda e o resto da população.

“Para o volume de alimentos cair 8% em quilos, como vimos no pequeno varejo, significa que o consumidor já não está só trocando de marca. Ele está tirando produto do carrinho”, diz o CEO. Na prática, o trade down já não tem sido suficiente. Em muitos lares, a cesta encolheu.

Belmiro Gomes, CEO do Assaí: “Volume em queda mostra pressão de renda nas classes mais baixas”

Diante de um cenário em que crescer vendas fica mais difícil, o Assaí passa a concentrar esforços em iniciativas que aumentem o tíquete médio e a fatia de consumo dos 40 milhões de clientes que passam mensalmente pelas lojas, sem estourar a projeções de investimento. São ao menos três frentes principais: farmácias dentro das unidades, marca própria e serviços financeiros.

A primeira ainda depende de Brasília. Em conjunto com a associação do setor supermercadista (Abras), a rede defende a liberação da venda de medicamentos em supermercados, seguindo o modelo adotado por redes como Walmart, Kroger e Costco no exterior. O projeto já passou pelo Senado e tramita em regime de urgência na Câmara.

A aposta do Assaí é que, ao aproveitar a infraestrutura existente, a operação farmacêutica possa nascer com uma estrutura de custos bem mais leve que a dos concorrentes especializados. “Boa parte dos custos de uma farmácia — aluguel, segurança, limpeza, energia, IPTU — nós já temos dentro da loja. Isso nos permite entrar nesse mercado com uma estrutura de despesa bem menor”, afirma o executivo.

A ideia é capturar a compra planejada de pacientes de doenças crônicas (diabetes, hipertensão), combinando preço competitivo com a conveniência de concentrar a cesta de alimentos, higiene e saúde no mesmo endereço.

Em paralelo, a companhia quer ampliar a oferta de suplementos, vitaminas e proteínas, embalado pela mudança de hábitos e, em parte, pela onda dos medicamentos à base de GLP-1, como o Ozempic. “O movimento das canetas emagrecedoras começou na alta renda, mas já está impactando cerveja e carboidrato. O remédio é quase milagroso e vai mexer no índice de alimentos. Já está mudando o padrão de consumo de bebidas alcoólicas”, diz Gomes.

 

 A segunda frente é a marca própria. A companhia pretende lançar, a partir do primeiro trimestre de 2026, as primeiras linhas de produtos com a marca Assaí. Hoje, a rede já vende produtos sob a marca Chef, voltada para food service — são embalagens grandes de ingredientes usados nos restaurantes, padarias e lanchonetes.

É uma resposta direta à busca dos clientes por alternativas mais baratas, sem abrir mão de margem. No mundo, a marca própria já representa 23% do varejo alimentar. No Brasil, ainda está em 2% ou 3%.

O plano do Assaí é usar a força da marca e a alta concentração geográfica da operação para encurtar esse gap. “Mais de 50% da nossa operação está em São Paulo e Rio, com logística mais concentrada e a mesma lógica tributária, o que nos permite escalar marca própria com custo menor”, explica o CEO.

O objetivo é ter produtos de marca própria cerca de 20% mais baratos que as marcas líderes, mas só entrar em categorias em que a indústria tem margem alta o suficiente para abrir espaço.


Maquininha e serviços financeiros

Além dos produtos de marca própria, o Assaí está em fase final de “divórcio” da FIC, antiga joint venture com Itaú, antiga Via e GPA, que hoje impede a companhia de oferecer soluções próprias a seus clientes. “Temos quase 1 milhão de micro e pequenos empreendedores que compram no Assaí e são pouco atendidos pelo sistema bancário”, diz o executivo.

O piloto da maquininha própria já está rodando em algumas praças. A autorização para esse produto foi obtida antes mesmo da saída definitiva da sociedade. A ideia, segundo o CEO, não é disputar apenas taxa de desconto com adquirentes tradicionais, mas usar o equipamento como porta de entrada para um relacionamento mais profundo com o cliente PJ.

A partir dos dados sobre transações, o Assaí quer entender melhor o negócio desses comerciantes e oferecer condições comerciais diferenciadas em produtos de grandes fornecedores – como refrigerantes e itens de mercearia – para quem tiver a maquininha, além de integrar, no futuro, cartões de crédito e débito da própria rede.

Essa estratégia só deve ganhar tração plena depois que o Assaí formalizar a saída da FIC e puder estruturar novas parcerias – possivelmente com mais de um player, dividindo foco entre pessoa física e jurídica. Até lá, o piloto de maquininhas e os testes de serviços financeiros funcionam como laboratório para o modelo que a rede pretende escalar a partir de 2026.

EUA planejam manter forças militares no Caribe até 2028, segundo documentos

USS Iwo Jima (LHD-7)


Documentos internos dos EUA indicam que o governo americano pretende manter uma presença militar reforçada no Caribe até novembro de 2028, estendendo consideravelmente o tempo da mobilização.

De acordo com a reportagem publicada pelo portal The Intercept, a decisão ocorre em meio ao contingente crescente estacionado na região — o maior desde a invasão do Panamá, em 1989. O reforço engloba tropas terrestres, fuzileiros navais, navios de guerra e meios logísticos, com a justificativa oficial de combater o narcotráfico e fortalecer a segurança regional.

Fontes consultadas afirmam que os planos do governo americano incluem suporte logístico contínuo para os militares na área — desde abastecimento até manutenção de unidades — o que reforça a hipótese de que a presença será duradoura, não apenas pontual.

A expansão da presença militar coincide com intensificação da retórica contra o governo venezuelano de Nicolás Maduro, bem como com operações navais e aéreas atribuídas às forças dos EUA no mar do Caribe e no Pacífico oriental.

A estratégia sugere que Washington pretende manter uma “capacidade de prontidão” na região — uma abordagem de dissuasão e pressão contínua.

1 de dez. de 2025

Ícone da Madeira-Mamoré rouba a cena na Agrotec e inspira debate sobre logística na Amazônia

Exposta na Agrotec 2025, a Locomotiva 18 reacendeu o debate sobre a retomada da ferrovia como alternativa logística e símbolo do fortalecimento da infraestrutura na Amazônia.


Por Wanglézio Braga - A Locomotiva 18 voltou a brilhar nesta edição da Agrotec 2025, encantando visitantes ao exibir suas estruturas imponentes sobre os trilhos históricos do Complexo da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, em Porto Velho. Símbolo vivo de uma era marcada por desafios e ousadia na Amazônia, a máquina restaurada trouxe à feira não apenas nostalgia, mas também um recado contemporâneo: “usem-me”. Em meio a debates sobre logística e competitividade, sua presença inspirou reflexões sobre alternativas para o escoamento da produção agropecuária na região.

Embora ainda seja apenas uma metáfora, a “solicitação” da locomotiva ecoou entre os visitantes. A ferrovia, que outrora impulsionou ciclos econômicos, poderia um dia voltar a operar como solução estratégica para reduzir custos de transporte e fortalecer cadeias produtivas amazônicas. Na Agrotec, a Locomotiva 18 cumpriu seu papel: reavivar a imaginação e reacender o debate sobre infraestrutura na Amazônia.

 

De acordo com a concessionária responsável pela administração do Complexo da Madeira-Mamoré, a restauração da Locomotiva 18 é apenas o começo. A próxima máquina que receberá cuidados especiais será a histórica Marechal Rondon, reforçando o compromisso com a preservação da memória ferroviária e ampliando o potencial turístico e cultural da região. Com isso, a esperança de ver novamente esses gigantes de aço em movimento ganha ainda mais força.

“Calma gafanhoto”, isso é só o começo!

As garras do dragão vão até as costas sul-americanas




Por Reginaldo Palazzo – Como dizer sobre o bordão? Poucos entenderão?

Milhares de embarcações de pesca estão fazendo um estrago econômico nas costas de diversos países no sudeste asiático como podem ver as denúncias diárias no X, rede social das mais libertadoras.

Não satisfeitos em acabar com a economia dos outros países pertos ou mais longes no “Mar do Sul da China”, invadindo as ZEE(s) deles, eles ameaçam as costas de todo país que terceiriza sua defesa.

Não vamos nem levar em conta o fator ambiental porque eles estão do lado certo da momentânea cor.

Mas que estão dizimando leitos marítimos estão!

Finge que não vê somente os 'neo-amiguinhos'.

O vídeo acima, é sua “frota pesqueira" nas costas o Peru, bem aqui pertinho.

É bem verdade que não é somente barcos pesqueiros da China, mas o é em sua grande maioria.


Agora, eu quero ver fazer isso nas costas da China.

Há relatos de coerção a embarcações em suas próprias ZEE. 


Produção nacional de defesa poderia gerar 226 mil empregos e quase R$ 10 bilhões em tributos, aponta CNI


Brasília — Um novo estudo divulgado pela CNI nesta quinta-feira (27) revela que, caso o Brasil passasse a produzir internamente cerca de 30% dos produtos de defesa hoje importados, o país poderia gerar até 226 mil empregos diretos e indiretos e arrecadar aproximadamente R$ 9,9 bilhões em tributos e contribuições sociais.

O levantamento, apresentado no âmbito da 26ª reunião do Conselho de Desenvolvimento da Indústria de Defesa (Condefesa), estima que o impacto total sobre o valor da produção no setor chegaria a cerca de R$ 60,9 bilhões, caso parte significativa da demanda hoje suprida por importações fosse atendida internamente.


Empregos de alta qualificação e inovação tecnológica

Segundo a simulação do Observatório Nacional da Indústria, entre os novos postos de trabalho criados haveria grande parte voltada à mão de obra especializada: engenheiros, técnicos e profissionais de pesquisa e desenvolvimento (P&D).

Esse reforço à base industrial de defesa não apenas diminuiria a dependência externa de equipamentos militares e de segurança, mas poderia também fomentar a inovação e gerar efeitos positivos em setores de tecnologia dual — com aplicações civis e militares — como telecomunicações, aeroespacial e eletrônica.


Estratégia para soberania e competitividade

Para os defensores da proposta, estimular a produção doméstica por meio de compras públicas e incentivos à indústria nacional representa uma estratégia capaz de impulsionar o desenvolvimento tecnológico, fortalecer a soberania nacional e dinamizar a economia — com geração de empregos qualificados e inovação estruturante em diversos setores.


Desafio da demanda e da estrutura produtiva

Atualmente, o Brasil importa uma média anual de cerca de R$ 70,8 bilhões em produtos de defesa e segurança — desde itens básicos como coletes balísticos e trajes antibombas até componentes avançados para mísseis e aeronaves. Por outro lado, o país já possui uma base industrial capaz de produzir armamentos, radares, aeronaves e sistemas militares; o que falta, segundo a CNI, é articular um ambiente institucional e de compras públicas que priorize o conteúdo nacional.

O estudo da CNI reacende o debate sobre a reconstrução e modernização da indústria de defesa brasileira — não apenas como ferramenta de segurança nacional, mas também como motor de desenvolvimento econômico, tecnológico e de geração de empregos qualificados. A adoção de políticas públicas que favoreçam a nacionalização de parte significativa da demanda poderia representar um salto importante para a autonomia produtiva e competitividade do Brasil no médio e longo prazo.

Governo topou ser o fiador do empréstimo de R$ 20 bilhões aos Correios, diz Folha

Empréstimo bancário com garantia da União acende alerta sobre trajetória da dívida pública e limita espaço para cortes na Selic

Foto: Divulgação


O governo prepara um decreto para que o Tesouro Nacional seja o fiador de um empréstimo bancário de R$ 20 bilhões para os Correios. A informação é da Folha de S.Paulo, a partir de fontes próximas ao Poder Executivo. 

A contratação do empréstimo foi aprovada pelo conselho de administração da estatal neste sábado. Falta o aval da União. Mas, de acordo com o jornal, ele já existe.  

O financiamento será concedido por um consórcio formado por Banco do Brasil, Citibank, BTG Pactual, ABC Brasil e Safra, com o Tesouro Nacional como fiador — ou seja, se houver calote, é o governo que assume a conta.

Como os Correios acumulam prejuízos desde 2022 e registram um saldo negativo de R$ 6,1 bilhões neste ano até setembro, havia resistência de técnicos do Tesouro em conceder o aval. 

Em última instância, a medida mina ainda mais a credibilidade fiscal do governo, o que pressiona os juros dos títulos públicos para cima e torna ainda mais cara a rolagem da dívida pública. Com a questão fiscal mal resolvida, por fim, sobra pouco espaço para quedas efetivas na Selic, que está no maior patamar em 19 anos (15% ao ano).  

A expectativa do governo, de acordo com a Folha, é publicar as normas nos próximos dias e concluir a operação, cuja taxa de juros ficou em 136% do CDI

O “conto” da “maconha medicinal”! Não existe maconha ou cannabis( que é o nome cientifico da maconha) medicinal. Não existe nem na literatura médica. Esse nome é só uma estratégia de marketing para legalizar a maconha !

 

29 de nov. de 2025

Arco Norte dobra movimento em quatro anos e consolida papel estratégico

Imagem: reprodução


Dados do Boletim Logístico da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) revelam que o volume de adubos e fertilizantes que desembarcaram pelos portos do Arco Norte entre janeiro e outubro de 2025 alcançou 7,01 milhões de toneladas — um crescimento de 98% em relação às 3,54 milhões de toneladas registradas no mesmo período de 2021.

O avanço expressivo reflete não apenas a crescente relevância da rota Norte para o agronegócio, mas também um movimento estratégico de uso intensificado do frete de retorno, na medida em que navios que exportam grãos, sobretudo milho e soja, retornam carregados de insumos para as lavouras.

Apesar dessa expansão, o porto de Porto de Paranaguá, no Paraná, continuou como a principal porta de entrada de fertilizantes no país: entre janeiro e outubro de 2025, de um total nacional de 38,35 milhões de toneladas importadas, Paranaguá recebeu 9,45 milhões — cerca de 24,6% do volume.

Ainda assim, a participação relativa do Arco Norte cresceu de forma significativa: há quatro anos, a região ocupava a terceira posição entre os principais corredores de insumos; hoje subiu para a segunda. Esse reposicionamento logístico reforça a importância crescente da região Norte e Nordeste, cada vez mais próxima às áreas agrícolas em expansão.


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O fluxo de exportações de grãos reforça a lógica por trás da reconfiguração logística. No período de janeiro a outubro de 2025, os portos do Norte embarcaram 37,38 milhões de toneladas de soja — o que representa 37,2% das 100,6 milhões de toneladas exportadas pelo Brasil no período. Entre os terminais, o Porto de Itaqui (MA) liderou com 14,7 milhões, seguido por Porto de Barcarena (PA), com 9,17 milhões.

No Sul e Sudeste, os portos de Porto de Santos, Paranaguá e Porto do Rio Grande movimentaram 32,31 milhões, 12,88 milhões e 7,48 milhões de toneladas, respectivamente. Quanto ao milho, o Arco Norte concentrou 41,3% dos embarques nacionais, com Barcarena sendo o porto mais ativo (4,68 milhões de toneladas), seguido por Itaqui (2,26 milhões). O Brasil como um todo também exportou pelo Sul: Santos concentrou 33,3% dos embarques, e Paranaguá respondeu por 11,6%.

Essa sobreposição entre rotas de escoamento de grãos e entradas de fertilizantes amplia a eficiência logística e contribui para reduzir custos nas cadeias produtivas. A proximidade entre origem agrícola e corredores de importação torna o Arco Norte uma alternativa cada vez mais competitiva frente aos portos do Sul do país.

No entanto, nem só de crescimento vive o mercado: o Boletim Logístico aponta que os preços de frete para transporte de produtos agrícolas recuaram em outubro, comparados a setembro, refletindo a menor demanda típica do fim da safra 2024/25. Mas quando se compara com o mesmo período de 2024, as tarifas de frete continuam mais elevadas — consequência da demanda firme por milho, estímulo à exportação e ao consumo interno, especialmente para ração animal e produção de biocombustíveis.


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Esse duplo movimento — expansão de fertilizantes via Arco Norte e persistência de custos de transporte elevados — evidencia a necessidade de o setor acompanhar de perto a logística de insumos e insumos. A consolidação da rota Norte como corredor de fertilizantes pode reduzir o custo logístico e aumentar a eficiência das lavouras, mas depende de fluxo contínuo de navios de carga, estrutura portuária e integração com as regiões agrícolas.

Para o agronegócio brasileiro, os dados mais recentes da Conab indicam que o mapa logístico está se redesenhando: o Arco Norte avança como pilar estratégico para importação de fertilizantes e exportação de grãos, reduzindo a dependência histórica do Sul. Esse movimento pode trazer ganhos de competitividade, mas coloca sobre o setor o desafio de garantir infraestrutura, rotas estáveis e políticas de apoio à logística para preservar a eficiência alcançada.

"Não são necessários mais cemitérios além dos que já existem." O pedido dos muçulmanos por mais cemitérios é negado. A cremação é a tradição no Japão. "A abordagem correta é repatriar os restos mortais para seus países de origem e enterrá-los lá - "


Mizuho Umemura, membro da Câmara dos Conselheiros do Japão.

28 de nov. de 2025

Café indígena premiado mostra força da agricultura familiar durante feira em Porto Velho


Por Wanglézio Braga - O café indígena Aruá, produzido na Terra Indígena do Rio Branco, em Alto Paraíso do Oeste, interior de Rondônia, é uma das atrações que chamam a atenção dos visitantes na Agrotec 2025. Com um robusta amazônico natural e torra média, o grupo trouxe para a feira não apenas o produto final, mas também a história de uma produção familiar que se consolidou entre as melhores da região. São sete pessoas envolvidas diretamente no trabalho, unindo duas gerações em um processo artesanal que preserva tradição e garante qualidade.

Apesar de ser a primeira participação em um evento tecnológico em Porto Velho, a família já é conhecida no circuito de concursos de café do estado. Eles colecionam premiações: segundo lugar em 2018, terceiro lugar em 2020, segundo em 2021, além de quarto e quinto lugar em 2022. Em 2023, alcançaram o tão desejado primeiro lugar no concurso ConCafé, consolidando o robusta indígena como referência na Amazônia. Os produtores também receberam reconhecimento do SICOOB na categoria sustentabilidade.


Além das conquistas individuais, o trabalho ganhou visibilidade com o apoio de parceiros. A famosa Três Corações promoveu o concurso Tribos, onde o marido de Maria Aparecida ficou em primeiro lugar em 2022, reforçando ainda mais o potencial da agricultura indígena na produção de cafés especiais. Segundo ela, esses prêmios são fruto de dedicação, união familiar e muito cuidado com cada etapa do cultivo e pós-colheita.

Para a Agrotec, a expectativa é positiva. Maria Aparecida conta que a família está animada para apresentar o produto e trocar experiências com outros cafeicultores, técnicos e consumidores. “A gente está acreditando muito nesses dias aqui, vai ser bom demais”, destacou a produtora. 

FAB realiza primeiro lançamento real do míssil Meteor com o caça F-39E Gripen no Brasil

F-39E Gripen da Força Aérea Brasileira lança o primeiro Meteor


A Força Aérea Brasileira (FAB) anunciou ontem o sucesso do disparo real do míssil europeu Meteoro BVR a partir de um caça F-39E Gripen. O lançamento ocorreu durante a campanha de tiro real chamada Operação BVR‑X, realizada a partir da Base Aérea de Natal (BANT). O drone alvo foi atingido com sucesso.

Segundo a FAB, quatro caças Gripen participaram da operação, que também contou com apoio de caças A-1 AMX e helicópteros, além da utilização de drones de alta performance como alvos simulados


Importância estratégica e capacidades

Meteor Beyond-Visual Range Air-to-Air Missile

 

 O Meteor é um míssil ar-ar além do alcance visual (BVR) desenvolvido pela empresa MBDA, com capacidade para engajar alvos a grandes distâncias, incluindo caças, veículos aéreos não tripulados e mísseis de cruzeiro. Sua integração ao Gripen representa um salto técnico significativo na capacidade aérea da FAB.

Com esse disparo real, a FAB valida a capacidade operacional do Gripen com armamento moderno e reforça os esforços para alcançar a plena capacidade operacional (FOC) da aeronave até 2026.

O míssil ar-ar MBDA Meteor é um dos mísseis BVR mais avançados do mundo. Entre suas características técnicas destacam-se:

Propulsão por motor ramjet (jato de fluxo contínuo) que fornece empuxo contínuo até a interceptação do alvo — permitindo que o Meteor mantenha alta velocidade ao longo de toda a trajetória.

Velocidade superior a Mach 4, com zona de “no escape” (ou seja, zona em que o alvo não consegue escapar da interceptação) superior a 60 km — considerada a maior entre mísseis ar-ar atualmente em serviço.

Alcance operacional oficial é de mais de 100 km, com estimativas que alcançam 200 km dependendo do perfil de lançamento e da condição de interceptação.

Guiagem por radar ativo (“seeker” ativo) com sistema de datalink bidirecional: o caça lançador pode fornecer atualizações de rota em voo e até redirecionar o míssil conforme a situação tática.

Ogiva de fragmentação de alto explosivo, com espoleta de proximidade e impacto, projetada para garantir destruição efetiva mesmo contra alvos manobráveis e em ambiente de guerra eletrônica.


Repercussão e próximos passos

O sucesso da Operação BVR-X com o míssil Meteor consolida o Gripen como a principal plataforma de defesa aérea da FAB, com capacidade ampliada de dissuasão e superioridade tática. A iniciativa também demonstra o compromisso do Brasil em modernizar sua aviação militar com tecnologia de ponta.

Os resultados da campanha reforçam a prontidão da força e que novos exercícios com armamentos ar-ar estão programados para os próximos meses — parte da rotina de certificação e treinamento do Gripen.

Spray de pimenta: liberado por lei no Estado do Rio, uso do produto traz riscos, avaliam especialistas

Rio é o único estado do país onde o produto pode ser vendido em farmácias e usado para autodefesa

Defesa polêmica. Mulher com spray de pimenta: autora da proposta defende o uso, mas especialistas afirmam que produto não deve ser usado contra bandidos armados — Foto: Reprodução


RJ - Por Anna Bustamante e Bruna Martins - 
Agora o spray de extratos vegetais — pimenta ou gengibre — pode ser usado como instrumento não letal de legítima defesa por mulheres no Estado do Rio. A medida entrou em vigor ontem com a publicação da Lei 11.025 no Diário Oficial. A justificativa apresentada pelos deputados autores do projeto defende o dispositivo como ferramenta prática e proporcional de autoproteção em um cenário de violência crescente. Especialistas, porém, apontam riscos e afirmam que não é adequado seu uso contra criminosos portando armas de fogo ou facas. Um exemplo disso foi a morte, no início deste mês, da universitária Beatriz Munhos, em São Paulo, baleada após reagir a um assalto borrifando spray de pimenta no criminoso.

Com a lei, o Rio se tornou o primeiro estado brasileiro a autorizar o uso do spray por civis. O produto provoca incapacidade temporária. Ao entrar em contato com o rosto da pessoa, causa irritabilidade nos olhos e dificuldade de respiração. A sensação de ardência pode superar 30 minutos.

Em 1º de novembro, ao ser abordada por criminosos quando estava no carro com seu pai e seu namorado, Beatriz Munhos, de 20 anos, reagiu borrifando spray de pimenta num dos criminosos, que atirou na cabeça da jovem. Ela morreu no local. No último dia 18, o suspeito do homicídio foi preso no interior da Bahia, para onde havia fugido. Segundo a polícia, ele admitiu que disparou “no susto” após o uso do spray.

Tragédia em São Paulo. A reação da universitária Beatriz Munhos ao assalto usando um spray de pimenta: o bandido atirou na cabeça da jovem — Foto: Reprodução

A promotora Fabíola Sucasas, do núcleo de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher do Ministério Público de São Paulo, disse ao RJ2, da TV Globo, que a lei do Rio transfere às mulheres o que seria de responsabilidade do Estado. Ela alerta também que o uso do equipamento pode agravar situações de risco.

— O que percebemos na nossa rotina de atendimento é que geralmente os homens usam o argumento de que a mulher provocou e que ele agiu em legítima defesa. É possível até que essa legislação se reverta num argumento que venha culpabilizar aquela mulher ou afastar a responsabilidade do agressor. É evidente que o uso desse tipo de artefato as coloca em situação de maior risco — disse ela.

Michele da Rosa Monsore, presidente da Comissão de Enfrentamento Contra a Violência de Gênero na OAB-RJ em Bangu, na Zona Oeste do Rio, também afirma que a responsabilidade pela segurança não pode recair sobre a mulher. Ela ainda vê riscos no uso do produto, mas se for de maneira inadequada:

— Eu acredito que seja mais uma forma de proteção disponível. O problema que vejo é sobre o uso inadequado. Não saber manusear, por exemplo, no momento de estresse e a vítima acabar se machucando ou, até mesmo, irritar o agressor ao ponto de ele potencializar a violência. Se houver uma orientação para ensinar a usar, acho válido, mas o uso e o porte, sem orientação, são complicados.

Para Paulo Roberto Oliveira, especialista em Segurança Pública e coronel da reserva da PM do Distrito Federal, o uso do spray de pimenta por mulheres é uma medida que requer atenção.

— A medida em si não é ruim, mas será necessário um processo de ampla divulgação de como usar, quando usar, contra quem pode ser usado. Entendo que, em determinados casos, como em importunação sexual, o spray pode ser útil, mas usar contra uma pessoa portando arma de fogo ou faca já não é adequado. Os próprios protocolos policiais desencorajam — afirma ele. — Espero que realmente exista controle efetivo na comercialização. Há previsão de que adolescentes a partir dos 16 anos possam utilizá-lo também, então, imagino a possibilidade do uso dele no ambiente escolar.

Os autores do projeto afirmam que, apesar de políticas públicas e leis específicas, muitas mulheres “seguem desamparadas diante da escalada da violência”, e que o poder público não consegue estar presente em todos os locais onde o risco se manifesta. Para os deputados, o spray de extratos vegetais representa um meio proporcional, que não ameaça a vida do agressor, mas garante à mulher condições reais de preservar a sua.

O governador Cláudio Castro, que sancionou ontem a lei, disse que a medida aumenta a segurança das mulheres.

— Com essa lei, estamos ampliando as medidas do governo do estado que contribuem para aumentar a segurança e a proteção das mulheres em todo o território fluminense. Aproveito para aplaudir a iniciativa das deputadas e dos deputados, que tiveram sensibilidade e atenção com esse tema — declarou.


Critérios para compra

Assinam o projeto a deputada Sarah Poncio (PL), autora da proposta, e os deputados Rodrigo Amorim (União), Tia Ju (REP), Guilherme Delaroli (PL), Dionísio Lins (PP) e Marcelo Dino (União). A nova lei estabelece critérios para aquisição e porte do spray de extratos vegetais: a venda é restrita a maiores de 18 anos, mediante apresentação de documento com foto; não é necessária receita médica; o limite de compra é de até duas unidades por pessoa por mês.

Além disso, o produto deve ser vendido exclusivamente em estabelecimentos farmacêuticos. Jovens de 16 e 17 anos também poderão adquirir e portar o spray, desde que com autorização formal dos responsáveis. O governo também poderá fornecer gratuitamente o spray para mulheres vítimas de violência doméstica que tenham medida protetiva em vigor.


O spray destinado ao público deve vir em frascos de até 70 gramas — recipientes com mais de 50ml contendo spray vegetal, gás de pimenta ou gás OC são considerados de uso restrito de forças de segurança. O produto deve ter concentração máxima de 20%.

Em lojas on-line, há diferentes versões de spray de defesa — incluindo os de extratos de gengibre e outras substâncias irritantes — por preços que variam entre R$ 100 e R$ 150.

Para a deputada Sarah Poncio, o dispositivo oferece uma resposta imediata em situações de vulnerabilidade:


— O spray garante à mulher um meio real de defesa quando ela está sozinha e exposta ao risco. É uma medida que reduz vulnerabilidades e pode impedir agressões, importunação e violência.