14 de mai. de 2014

TRAFICANTES COMA A CAMISA DA SELEÇÃO COMEMORAM TORNEIO DE FUTEBOL NO RIO DE JANEIRO. COM RAJADAS DE FUZIS PAR O ALTO. SEM MEDO DA POLÍCIA, DE NINGUÉM. ESTE É O PAÍS A MENOS DE UM MÊS DA COPA...





É de revirar o estômago, de fazer tremer.

Uma cena dantesca.

Se passasse em algum filme pareceria exagero, absurdo.

Mas é verdadeira.

No domingo, 4 de maio, um torneio de futebol amador.

Na favela da Vila Aliança, em Bangu, no Rio de Janeiro.

Disputa da semifinal por pênaltis.

O Vila Aliança Clube acaba de vencer.

Time que joga com o uniforme da Seleção Brasileira.

Está classificado para a decisão.

A festa pela classificação é diferente.

Cinco jogadores pegam seus fuzis e começam a disparar para o alto.

Sim.

São AR-15, AK-47 e FAL.

Todos de uso restrito militar.

Mas os jogadores disparam com a maior familiaridade.

E eles estão entre centenas de pessoas que assistiam ao jogo.

Moradores da comunidade nem se espantam.

Muitos correm, mas dão risadas.

Os jogadores seriam um grupo de traficantes.

O jornal Extra revela que o Aliança Clube tem um mecenas.

Ele é o traficante Rafael Alves, o Peixe.

Criminoso foragido.

A cena bizarra já ganha noticiários do mundo todo.

A menos de um mês da Copa do Mundo outra vez expõe o Brasil.

Mostra um país sem lei.

Onde bandidos disparam rajadas de fuzis para comemorar jogos amadores.



E a polícia não aparece.

12 Traficantes com a camisa da Seleção comemoram torneio de futebol no Rio de Janeiro. Com rajadas de fuzis para o alto. Sem medo da polícia, de ninguém. Este é o país a menos de um mês da Copa...

Ou seja, fazem o que querem.

A 1ª Copa de Futebol Vila Aliança era divulgada até no facebook.

A final foi adiada.

Os organizadores informavam ter acontecido um forte tiroteio na favela.

Não, não foi a comemoração da equipe bancada por Peixe.

Desta vez teria sido um confronto entre bandidos e policiais.

A situação está completamente fora de controle.

Enquanto isso, o governo brasileiro insiste.

Tenta convencer turistas que não tenham medo.

E venham para a Copa do Mundo.

Mas a violência urbana tem consequências.

A previsão inicial dava conta que 600 mil viriam para a Copa.

O número baixou para 300 mil.

E o governo já trabalha com o número de 150 mil.

Isso com o país comprometendo R$ 2 bilhões na segurança do torneio.

Unindo Exército, Marinha, Aeronáutica, forças especiais, polícias.

Mesmo assim, as desistências se acumulam.

Até por isso estão sobrando ingressos nas mãos de cambistas no país.

Que pai levaria sua família a um país com 50 mil assassinatos por ano?

Onde traficantes dão rajadas para o alto em um torneio amador de futebol?

Com fuzis de alto poder letal?

E sem o menor medo das autoridades?

Este é o Brasil da Copa do Mundo de 2014.

Onde Nizan Guanaes, o principal publicitário do país, se revolta.

Não quer ver nenhum brasileiro questionando o Mundial.

"Papai e mamãe não discutem a relação na festa de aniversário, diante dos convidados."

Escreveu na Folha de São Paulo.

"A Copa do Mundo do Brasil não vai ser organizada como a da Alemanha.

Mas ela vai ser mais divertida, mais passional."

Lógico que ele tem motivo para comemorar.

O Mundial rendeu demais para sua agência de publicidade.

O bordão que Nizan criou foi ótimo.

Combina não só com o Mundial.

É perfeito até com o torneio de futebol na favela Vila Aliança.

Principalmente nas comemorações com tiros de fuzis.

Com as rajadas de balas varando o céu.

Que venha logo a decisão do título.

A semifinal já foi ótima.

"Imagina a festa."



Nota do blog: Entenderam agora de onde vem as balas "perdidas".

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