27 de jun. de 2014

POLÍCIA FEDERAL ABRE 23 INQUÉRITOS CONTRA EMPRESAS POR PROPINAS A EX-DIRETOR DA PETROBRÁS


Investigações, requisitadas pela Procuradoria da República, vão rastrear pagamentos a Paulo Roberto Costa

Fausto Macedo e Mateus Coutinho/ ESTADÃO - A Polícia Federal abriu pelo menos 23 novos inquéritos no âmbito da Operação Lava Jato – investigação sobre esquema de lavagem de dinheiro que pode ter alcançado R$ 10 bilhões.

Os novos inquéritos miram empresas que teriam pago propinas para o engenheiro Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás.

Costa foi preso no dia 20 de março, três dias depois da deflagração da Lava Jato. Em maio, o ministro Teori Zavaski, do Supremo Tribunal Federal (STF), mandou soltar o ex-diretor da estatal petrolífera.

                        Foto: Tasso Marcelo/Estadão

No início de junho, Costa voltou a ser preso por ordem da Justiça Federal em Curitiba. O decreto de prisão preventiva contra Paulo Roberto Costa foi restabelecido depois que a Suíça informou sobre o confisco de US$ 23 milhões do ex-diretor depositados em 5 contas naquele país europeu.
Ele é apontado como mentor de organização criminosa da qual, segundo a Polícia Federal, faz parte o doleiro Alberto Youssef, que também está preso.

A PF suspeita que Costa recebeu propinas durante sua gestão na Petrobrás. Depois que saiu da estatal ele montou a empresa de consultoria Costa Global supostamente para abrir as portas para “clientes” em contratos milionários da Petrobrás.

São 23 empresas relacionadas nessa nova etapa da Lava Jato. Os nomes de algumas companhias constam da denúncia criminal do Ministério Público Federal que imputa a Costa corrupção passiva, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. Outras empresas constam de uma planilha apreendida em poder do próprio Paulo Roberto Costa.

O Ministério Público Federal requisitou um inquérito para cada empresa que teria repassado valores para o engenheiro. A investigação vai identificar a origem das ligações de Costa com as empresas pagadoras e eventuais contratos por elas firmados com a Petrobrás e com outros órgãos públicos.
A defesa de Paulo Roberto Costa nega os crimes a ele atribuídos pela Procuradoria da República.

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