Votorantim: Brasil muito melhor no papel |
Natalia Viri - O debate sobre qual a principal razão da recessão brasileira, se a crise internacional ou decisões na condução macroeconômica, é acalorado e tomado por paixões políticas. Basta lembrar das propagandas eleitorais da última eleição presidencial.
Para fugir da subjetividade, o banco Votorantim se debruçou nas estatísticas e fez um estudo no qual cria um “Brasil sintético”, formado por uma composição ponderada de nações com características semelhantes à economia brasileira, de forma a constituir uma amostra ideal do que seria o país, isolado de decisões políticas.
A conclusão do banco é que a crise internacional teve pouco efeito sobre o crescimento. De 2011 a 2015, o “Brasil sintético” teve desempenho muito superior ao Brasil de fato, conforme mostra o gráfico acima, numa trajetória que se tornou ainda mais díspar a partir de 2013.
Para confirmar os resultados, a equipe fez um teste adicional: criou os mesmos indicadores sintéticos para outros 22 países e verificou que, novamente, o Brasil teve um dos piores desempenhos em relação a seu índice ideal.
Escrevem os economistas Roberto Padovani, Carlos Lopes e Livia Fernandez: “Ao isolar fatores externos dos motivos domésticos, é possível focar o debate em quais foram os erros de política econômica que acarretaram neste quadro. O diagnóstico correto do problema, como mostrou a história recente, é essencial para a criação de políticas econômicas adequadas.”
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