O caso, que aconteceu em fevereiro deste ano, foi tratado pela direção do Hemoacre como uma ‘fatalidade’
A mãe chorou muito debruçada sobre o caixão Foto: ContilNet |
Uma menina de 5 anos, que foi contaminada com o vírus do HIV através de uma transfusão de sangue coletado de um doador no Centro de Hematologia e Hemoterapia do Acre (Hemoacre), morreu na tarde deste sábado (4), em Rio Branco. A criança iria completar seis anos de idade na próxima quarta-feira (8).
A mãe da criança, que lutava contra uma leucemia, não falou com a imprensa. Ela estava em estado de choque e chorava muito debruçada sobre o caixão.
O caso, que aconteceu em fevereiro deste ano, foi tratado pela direção do Hemoacre como uma ‘fatalidade’.
“O episódio é uma fatalidade que, a despeito de toda tecnologia no Acre, em qualquer estado do Brasil e outros países, qualidade e eficiência envolvidas nos procedimentos dos serviços de hematologia, enquadra-se na sua margem de risco, sendo uma realidade dos acidentes transfusionais. Isso cobra de todos muita responsabilidade na tratativa de fato tão sensível”, diz um trecho da nota divulgada pela Secretaria Estadual de Saúde.
O doador, segundo a Sesacre, era cadastrado no Hemoacre e doava sangue com frequência, “sempre passando pelo processo de triagem que é realizado com todos, por meio de exames e entrevistas, todas as vezes que fazem doação”.
O corpo da menina foi sepultado no início da tarde deste domingo (5), no cemitério Morada da Paz.
Veja a nota emitida pela Sesacre em fevereiro deste ano:
“Sobre o lamentável caso de contaminação de uma criança após transfusão de sangue, o Governo do Estado manifesta toda solidariedade e disposição de apoio humanitário à pequena paciente e sua família. O episódio é uma fatalidade que, a despeito de toda tecnologia no Acre, em qualquer estado do Brasil e outros países, qualidade e eficiência envolvidas nos procedimentos dos serviços de hematologia, enquadra-se na sua margem de risco, sendo uma realidade dos acidentes transfusionais. Isso cobra de todos muita responsabilidade na tratativa de fato tão sensível.
O Hemoacre é reconhecido pela sociedade acreana pelo trabalho sério e responsável. Sobre o caso da criança infectada, a Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre) esclarece que todos os procedimentos indispensáveis em uma doação de sangue foram seguidos. Na coleta sanguínea, o exame sorológico deu negativo para HIV. Ainda assim, o Hemoacre seguiu o protocolo e enviou uma amostra dessa coleta para a Fundação Hemocentro de Brasília fazer o NAT [Teste de Ácido Nucleico, em inglês] – procedimento feito em todas as bolsas de doações, e o resultado também foi negativo para HIV.
O doador em questão era cadastrado no Hemoacre e doava sangue com frequência, sempre passando pelo processo de triagem que é realizado com todos, por meio de exames e entrevistas, todas as vezes que fazem doação.
Um mês após essa doação, o doador procurou uma Unidade de Saúde para fazer um teste rápido de HIV, que deu positivo. Imediatamente informado, o Hemoacre realizou novos exames com o doador e com a criança que havia recebido o seu sangue. Os novos exames do doador realizados em Rio Branco, como também o NAT, em Brasília, deram positivos. Já nos exames da criança o resultado foi negativo.
O Hemoacre seguiu rigorosamente o protocolo do Ministério da Saúde e, depois de 30 dias, realizou novos exames com o sangue da criança receptora, esses deram positivo. Desde então, ela e a família recebem toda assistência psicossocial e de saúde. Médicos infectologista e oncologista acompanham o tratamento da menor para uma melhor estratégia de enfretamento ao HIV, junto com os procedimentos oncológicos.
Respeitosamente, o Estado reitera solidariedade e atenção à pequena paciente e sua família. Todos os esforços possíveis serão feitos pela recuperação da saúde, a valorização da vida e a esperança do melhor futuro dessa criança”.
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