Calcário poderia ser muito mais barato para o Agricultor acreano, caso jazida no Vale do Juruá fosse explorada
Distância em linha reta de Pucalpa para Mâncio Lima é de apenas 191 Km
Por Reginaldo Palazzo – Entrevistamos o Sr. Luís Farinatti professor da UFAC de Cruzeiro do Sul, especialista em forragicultura (pastagens), e zootecnia que nos proporcionou esclarecedoras e curiosas informações.
Veio fazer pós-doutorado na EMBRAPA/RB e agora já com 10 anos de experiência nessa área veio justamente passar um pouco do seu conhecimento para jovens e adultos que tiveram o prazer de assistir sua palestra.
Sua fama chegou antes, quando alguns alunos do IFAC já o elogiaram para mim.
Chamo a atenção pela forma com que ele conduz a palestra. A experiência rica em detalhes nos faz ter uma visão muito mais ampla do agronegócio. Gostaria de agradecer também toda equipe organizadora desse grande evento raro em nosso município, e em especial ao Zé Filho porque para nós acadêmicos do agronegócio não temos TCC, essas palestras são contadas como horas complementares e isso faz muita diferença para o nosso currículo. Que mais eventos como esse esteja vindo para nossa cidade. Já estamos esperando ansiosamente pela V edição da Tarauacá Rural Show”.
Farinatti nos informa que apesar do solo tarauacaense ser melhor que alguns vizinhos, como por exemplo, necessitar de menos calcário o relevo é um ponto que já atribui alguma dificuldade ao agricultor.
Meio ambiente
Uma alternativa viável e ecológica que o Professor apresentou para os participantes da palestra foi a opção do eucalipto, pois diminui o desmatamento além de gerar madeira para estacas (escoras) e faz também um sombreamento integrando a pecuária a floresta diminuindo o impacto ambiental.
Como já detinha o conhecimento que em seu estado natal Rio Grande do Sul essa experiência foi exitosa o professor Farinatti insistiu na introdução do eucalipto apesar de todo pessimismo que o caso envolvia.
Calcário x Economia
Segundo o professor, o calcário usado para permitir o uso dos nutrientes do solo pela planta vem de Nobres/MT a mais ou menos 2.500 km de distância com o frete aumentando o valor do produto em 1.000%, de R$ 80,00 a tonelada chega para ao Acre a R$ 800,00, ou seja, precisa gastar dez vezes mais para usar uma.
Os entraves ambientais prejudicam o Acre porque existe uma jazida de calcário a 100 km depois de Cruzeiro do Sul no rumo do Peru, que não deixam explorar. O Professor Farinatti enfatiza que a exploração da jazida não se trata de supressão da floresta e sim uma substituição por um ambiente produtivo. As áreas que não são produtivos para lavoura continuariam intactas como as alagadas, APPs etc.
Sem contar que a estrada para o Peru por aqui é muito mais viável por já estarmos digamos “no alto”, portanto evitaria a cordilheira como no caso da que vai pelo oeste do estado do Acre colocaria nossos produtos com preços muito mais competitivos para o mercado asiático, China, Malásia, Cingapura, Vietnã, Coreia do Sul, Japão, Indonésia e até Timor Leste, este ainda fala a mesma língua que nós, pois estaríamos de frente para o Pacífico com bons portos no Peru.
Vale lembrar aqui que a ponte de Rodrigues Alves vai sair o que é mais um elo da corrente a favor do desenvolvimento.
Nesse caso seria bom para o Peru também porque obviamente a estrada é uma via de mão dupla e isso se traduz em geração de emprego.
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Ferrovia
Quanto à ferrovia o Professor tem ressalva devido à instabilidade de terreno e por isso requer um aterro mais sólido, pois o lastro da ferrovia em si é maior por causa da dissipação do impacto do trem.
Farinatti nos conta que de acordo com a observação de outro professor da Universidade do Acre Edson Araújo Tarauacá está em cima de uma fenda geológica, ela é profunda, mas existe.
Uma construção de 3 níveis ou mais precisa ser bem estudada e com técnicas e materiais de construções diferenciados.
Aqui vale ressaltar uma curiosidade para nossos leitores, a ponte da união em Cruzeiro do Sul foi feita com tecnologia antiterremoto.
Parabenizou a comissão organizadora da IV Tarauacá Rural Show, porque além de estar bem organizada, “Proporcionou um aumento do profissionalismo em todos os sentidos, isso é ótimo, pois abre novos horizontes para todos que estão relacionados ao agro”. “Agora que eles já obtiveram “a planta” é só incentivar para terminar a edificação”. Finalizou.
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