7 de set. de 2023

O príncipe, diante de sua guarda, disse então:

"Amigos, as Cortes portuguesas querem escravizar-nos e perseguem-nos. De hoje em diante nossas relações estão quebradas. Nenhum laço nos une mais!." E, arrancando do chapéu o laço azul e branco, decretado pelas Cortes, como símbolo da nação portuguesa, atirou-o ao chão, dizendo: "Laço fora, soldados! Viva a independência e a liberdade do Brasil!".

Dom Pedro! desembainhou a espada, no que foi acompanhado pelos militares; enquanto que os paisanos tiraram os chapéus. E grita: "Pelo meu sangue, pela minha honra, juro fazer a liberdade do Brasil".

"Juramos", responderam todos! Dom Pedro embainhou a espada, no que foi imitado pela guarda, e pôs-se à frente da comitiva, e voltou-se, ficando em pé nos estribos: "Brasileiros, a nossa divisa de hoje em diante será Independência ou Morte e as nossas cores verde e amarelo, em substituição às das Cortes".

E como finaliza Padre Belchior sua descrição: "O Príncipe firmou-se nos arreios, esporeou a sua besta e galopou seguido do seu séquito, em direção a S. Paulo, onde foi hospedado pelo brigadeiro Jordão, capitão Antônio da Silva Prado e outros, que fizeram milagres para contentar o príncipe. 

Mal apeara da besta, Dom Pedro ordenou ao seu ajudante-de-ordens que fosse às pressas ao ourives Lessa e mandasse fazer um dístico em ouro com as palavras "Independência ou Morte", para ser colocado nos braços. E com ele apareceu no espetáculo onde foi chamado "Rei do Brasil" pelo alferes Aquino e pelo padre lldefonso Xavier. No teatro, por toda parte só se viam laços de cores verde e amarelo, tanto nas paredes como no palco, nos braços dos homens, nos cabelos e enfeites das mulheres" .

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