Por Wanglézio Braga - O preço da carne no Vale do Juruá é determinado por uma cadeia produtiva que começa no campo, passa pelos frigoríficos e chega até os açougues. O professor doutor da Universidade Federal do Acre (UFAC), Luis Henrique Farinatti, explicou como essa dinâmica afeta o valor final do produto e as variações de preço na região durante entrevista ao programa Café com Alexandre Gomes, da Juruá Comunicação.
No início do processo, os pecuaristas criam o bezerro que permanece com a mãe por cerca de um ano. Em seguida, entra na fase de recria, que dura mais um ano, e posteriormente na fase de engorda, que leva entre seis meses e um ano. Ao final desse ciclo, o boi pode atingir entre 450 e 500 quilos, gerando uma carcaça média de 200 quilos após a retirada do couro, patas, cabeça e demais partes não comestíveis.
A comercialização da carne é feita com base na arroba, unidade que corresponde a 15 quilos de carne. Quando a carcaça entra na câmara fria, ocorre uma perda de aproximadamente 2% do peso devido ao enxugamento da água. Assim, um boi que inicialmente possui uma carcaça de 210 quilos pode sair do frigorífico com cerca de 205 quilos.
Os frigoríficos da região entregam a carne em peças inteiras para os açougues, que realizam o recorte e a separação dos cortes nobres e de segunda. Um dos exemplos citados pelo professor Farinatti é a picanha, corte nobre e valorizado. Segundo ele, um boi inteiro possui apenas cerca de dois quilos de picanha, uma vez que o corte representa aproximadamente 1% da banda de carne. Se um animal tem uma carcaça de 200 quilos, cada banda de 100 quilos terá, em média, um quilo de picanha. Com melhoramento genético e animais mais pesados, esse volume pode aumentar para até 1,5 quilo por banda.
A precificação da carne no Vale do Juruá sofre variações em comparação com a capital, Rio Branco. Atualmente, o preço do boi gordo na capital está em torno de R$ 16,50 o quilo, enquanto no Juruá o valor chega a R$ 17,50. Essa diferença impacta o preço final ao consumidor, que pode variar conforme a oferta e a demanda. Nesta semana, por exemplo, o mercado recebeu carne a R$ 19, evidenciando a oscilação natural de preços no setor.
Para garantir a qualidade da carne, o professor recomenda que os consumidores busquem produtos com procedência conhecida e adquiram em estabelecimentos idôneos. Dessa forma, é possível ter a certeza de que estão comprando carne de boa qualidade e dentro dos padrões adequados de pesagem e corte.
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