12 de fev. de 2025

Carrefour francês propõe tirar Carrefour brasileiro da Bolsa

Empresa listada em Paris trabalha com consultores em um possível acordo para adquirir ações da empresa de atacado

Carrefour possui quase 70% do Atacadão, também conhecido como Carrefour Brasil Foto: AdobeStock


                 Por Reuters

O Carrefour Brasil anunciou nesta terça-feira (11) que o seu controlador, o grupo francês Carrefour, apresentou proposta para converter a companhia em subsidiária integral, com a consequente exclusão da empresa da lista de ações negociadas na bolsa brasileira B3.

A controladora quer transformar o Atacadão em uma subsidiária integral, tendo assim 100% do controle que hoje é de cerca de 70%, segundo dados da Bloomberg.

Esse processo será seguido pelo resgate das “ações resgatáveis”, acrescentou o Carrefour Brasil em fato relevante ao mercado.

As ações do grupo brasileiro dispararam na bolsa paulista nesta terça-feira após a Bloomberg noticiar os planos do controlador. Os papéis chegaram a ser negociados a R$7,65 após a confirmação da proposta, mas sua última cotação em tela, por volta de 16h15, era de R$7,54, alta de 16,9%.

Atualmente, o varejista francês detém 67,4% das ações do Carrefour Brasil. Outros 7,3% pertencem à Península e 25,3% estão em circulação no mercado.

Uma reportagem publicada também nesta terça-feira pelo blog Pipeline, do Valor Econômico, afirmava que a Península, family office da família Diniz, já está sondando bancos para vender a participação que detém no grupo brasileiro.

O Carrefour Brasil tinha um valor de mercado de R$13,6 bilhões até a véspera, quando a ação fechou negociada a R$6,45 — alta de quase 19% neste ano, mas distante do recorde intradia apurado em 2022, de R$23,02 reais, e do preço de seu IPO em meados de 2017, de R$15.


Relação de troca

Na proposta do acionista controlador, cada ação ordinária do Carrefour Brasil será substituída por 1 ação resgatável Classe A, B ou C de emissão da “MergerSub”. A escolha da classe ficará a critério de cada acionista, durante o período de opção após a aprovação da potencial transação.

A relação de troca prevê que cada 1 ação classe A será resgatada mediante pagamento em dinheiro ao titular de R$7,70. Cada ação classe B será resgatada mediante entrega de fração de ação ON do CSA negociada em Paris ou BDR2 do CSA negociado na B3 (cerca de 0,045), além do pagamento em dinheiro de R$3,85.

A ação classe C poderá será resgatada mediante a entrega de uma fração de ação do CSA ou do BDR (cerca de 0,090).

De acordo com o fato relevante enviado na tarde de terça (11), a proposta oferece um prêmio de 32,4% em relação ao preço médio ponderado por volume (VWAP, na sigla em inglês) das ações do Carrefour Brasil no mês anterior a 10 de fevereiro de 2025 e um prêmio de 27,3% sobre a relação de troca assumindo o VWAP para o mesmo período e a taxa oficial de câmbio em 10 de fevereiro de 2025.

O acionista controlador também defende que a potencial transação “fornece à administração da companhia maior capacidade para focar exclusivamente nas operações principais e contribuir ainda mais para a estratégia do grupo de continuar a oferecer retorno superior aos acionistas”.

A relação de troca de ações e os demais termos e condições da potencial transação, segundo o comunicado, estão sendo negociados com o acionista controlador por meio de um comitê independente nomeado pelo conselho do Carrefour Brasil em 17 de janeiro deste ano, que está em estágio avançado de negociações.

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