Por Carlos Martins - A Força Aérea Colombiana revelou detalhes da operação ordenada pelo presidente Gustavo Petro, na qual foram necessários três voos em aviões militares para trazer à Colômbia 306 colombianos deportados dos Estados Unidos.
Para isso, foi preciso empregar aeronaves Boeing 737-700, otimizando sua capacidade disponível para a missão. A operação aérea, realizada a pedido do Ministério das Relações Exteriores e da Migração Colômbia, permitiu a repatriação de 306 pessoas, entre as quais, segundo a Migração, 42 crianças, dois idosos e 118 mulheres, algumas delas grávidas
Os voos operados pela FAC representaram um custo para o Estado: a operação, realizada entre 28 e 29 de janeiro com aeronaves Boeing 737-700, teve um custo total de $2.2 bilhões de pesos colombianos (R$ 3 milhões), o que equivale a 733 milhões de pesos (R$ 1 milhão) por voo e $2.4 milhões de pesos (R$ 3.300) por passageiro, como informa o portal parceiro WebInfoMil.
O custo de transportar cada colombiano com recursos estatais supera amplamente as tarifas comerciais de companhias aéreas como Avianca ou American Airlines, onde uma passagem só de ida na rota Houston – Bogotá (trajeto usual para processos de deportação) custa entre $250 e $400 dólares, algo entre R$ 1.400 e R$ 2.300.
Embora a FAC garanta condições humanitárias e atendimento médico durante o trajeto, a operação destaca o impacto financeiro da política do governo Petro nesse aspecto, em meio ao embate com Donald Trump, que pode gerar custos ainda maiores.
Justamente ontem, o presidente Gustavo Petro afirmou em uma entrevista ao canal Univisión que não aceitará voos de deportados dos Estados Unidos se eles chegarem algemados. Suas declarações podem abrir um novo capítulo nas tensões diplomáticas com Donald Trump. A secretária de imprensa da Casa Branca afirmou que encaminhará o relatório.
“O que estamos dizendo é que a Colômbia não vai receber nenhum colombiano ou colombiana algemado porque o migrante não é um criminoso”, declarou o presidente Petro na entrevista concedida ao jornalista Félix de Bedout, que será publicada na íntegra na noite desta sexta-feira.
A recusa em aceitar dois voos de colombianos, precisamente, gerou a crise diplomática com os Estados Unidos no último fim de semana. Em retaliação, Trump suspendeu os serviços de visto da embaixada na Colômbia e ameaçou impor tarifas de até 25% sobre as importações colombianas.
O presidente também denunciou que nos voos desta semana – nos quais chegaram mais de 200 colombianos – havia pessoas algemadas sem que ele tivesse conhecimento.
Para este 3 de fevereiro, estava programada a chegada de outro voo dos Estados Unidos e do Panamá com cidadãos colombianos deportados. O governo, no entanto, solicitou a reprogramação do pouso para garantir melhores condições aos migrantes.
“A posição do presidente é que aqui não entram colombianos ou colombianas algemados, a menos que sejam criminosos condenados. Entre todos os que chegaram nesses quatro voos, não há nenhum criminoso condenado. Sendo assim, não devem chegar algemados”, acrescentou.
A política antimigratória dos Estados Unidos continua ativa. Donald Trump ordenou a realização de batidas policiais nas ruas e prometeu expulsar todos os migrantes indocumentados.
“Na Colômbia, aceitaram quase imediatamente nossas condições. (…) Reclamavam porque os deportados estavam com correntes. Ele (Gustavo Petro) dizia que essa não era a forma de tratá-los: (…) são assassinos, chefes do narcotráfico e membros de gangues”, disse Trump sobre os migrantes colombianos.
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