22 de nov. de 2010

DÚVIDO QUE VOCÊ CONSIGA LER ISSO SEM UM DICIONÁRIO NA MÃO

Amanhã é o dia internacional do livro, então me adiantando para ajudar a lembrar quem não sabia e poder, por exemplo, falar em sala de aula para seus alunos, a partir de hoje estarei colocando muito do costume e cultura tarauacaense, abrangendo palavras e expressões rotineiras ou não. Isso, além do tom de curiosidade servirá também para pessoas que porventura venham a morar aqui em Tarauacá, já irem se adaptando a certas coisas.
Começarei com um pequeno texto para mostra um pouco do vocabulário local, colocando  aos poucos, em ordem alfabética um dicionário, para irem guardando.
Abaixo a Letra “A”.
OBS: Palavras como o verbo "mogar" e expressões como "tá porre" em vez de porre só parqa citar alguns exemplos, serão explicados conforme o dicionário de tarauacaês for se desenrolando.
Meu muito obrigado, e aceito sugestões.

Antes de um Fluviana um compadre adulou o outro para que matassem um barrão.  Aperreou tanto até que o outro aceitou.
Antes de pegarem o bicho, esse se desvencilhou, arrebentou a cerca de grossos mourões e desceu o barranco até a BR. 
A calma que estavam, um fumando uma porronca e o outro comendo uma baié, de repente se transformou em inferno, quando viram uma moto indo na direção dele. Não deu outra acertou em cheio o incauto. 
Com pena do porco agonizando e do pixé que começava a se formar, um deles puxou a peixeira e abarcou no moribundo, até que esse deu seu derradeiro grito. Foi sangue xiringando há uma distância medonha.  
Um caboclo que vinha passando cortou uma gíria com ele mesmo, e depois virando para um dos compadres, pediu que dessem o resto para ele. Tentou arrastá-lo, mas o quarto nem mogou de tão pesado. 
Na mesma hora uma viatura da polícia ia passando, parou e chamou o SAMU, enquanto a ambulância não chegava constataram que o motociclista não estava com seus documentos em dias e escutaram uma zoada. Era uma "rilux" que vinha correndo demais e não deu tempo de parar pipinando o resto do porco que ainda se conseguia enxergar. Os compadres desejaram naquele momento estar tarrafeando em um casquinho ou em um batelão em vez de estarem ali no meio daquela confusão. 
O PM constatou que o motorista estava porre e não titubiou sacou o bafômetro junto com seu bloco de multa, só que descobriu que trocou a caneta pelo grafite, e assim não pode aplicar a multa.
A essa altura os compadres começaram a discutir. Um colocou o dedo na venta do outro, um insultando o outro, mas quando um chamou a mãe do outro de quenga, não demorou a um deles espoletar, e a peia comeu.  
Enquanto um guarda separava a briga, o outro rebolava o rebotalho do porco no mato para liberar a BR. 
A notícia espalhou rápido, chegando ao ouvido da esposa do mais velho. Essa foi avexada mesmo caxingando por uma enorme dor nos quarto, ao encontro do acontecido, chegando lá constatou que perdeu tempo, pois estava com uma sapiranga danada e não consegui enxergar nada. Desconfiada saiu de fininho com seu sorriso amarelo. 


2 comentários:

  1. Parabéns, muito bom o texto, me trouxe ótimas recordações dos dialetos usados em Tarauaca, que com o tempo a gente vai perdendo. Eu depois de 8 anos longe desta terrinha, com o texto, relembrei muita coisa

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  2. Jair, eu particularmente acho isso o maior barato, realmente parece um dialeto como dissestes.
    Parece que estamos em outro país , rsrsrs
    abç

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