Pois é… A presidente Dilma Rousseff decidiu esconder Carlos Lupi debaixo do tapete, fazendo mau uso da vassoura. O previsto é que o homem fique ao menos até a reforma ministerial de janeiro. Raramente Brasília assistiu a um espetáculo tão patético como a sucessão de mentiras em que o ministro foi flagrado. Agora, as coisas se complicam um tantinho mais — para Lupi, claro!, mas também para Dilma e, ora vejam, para Luiz Inácio Lula da Silva. A acusação não parte de um “inimigo do governo”. Ao contrário. Quem sustenta que a turma de Lupi cobra propina para reconhecer sindicato é um… sindicalista ligado ao PT! Acusação feita agora, só para tentar tomar o ministério do PDT? Pois é, não!
Isso que vocês vêem abaixo são fragmentos de um documento que o mecânico Irmar Silva Batista enviou à presidente Dilma Rousseff em fevereiro deste ano denunciado o achaque. Lula também foi advertido quando presidente.
Leiam trecho da reportagem de Hugo Marques na VEJA desta semana.
(…)
Descobre-se agora que o governo foi advertido sobre as traficâncias no ministério muito antes de eclodir o primeiro escândalo. Há nove meses, sindicalistas ligados ao PT alertaram o Palácio do Planalto sobre a existência de um esquema de extorsão envolvendo assessores da confiança do ministro [Carlos Lupi]. Um esquema que tinha como vítimas não apenas as ONGs, como revelado por VEJA há um mês, mas também os sindicatos. Essa nova face da máquina clandestina operada pela cúpula do PDT funcionava de uma forma bem simples: no Ministério do Trabalho, registro sindical era concedido mediante o pagamento de propina. O mecânico Irmar Silva Batista foi uma das vítimas dessa engrenagem. No papel, ele conseguiu criar o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Reparação de Veículos e Acessórios no Estado de São Paulo (Sirvesp). Irmar garante ter apresentado toda a documentação necessária para transformar o sindicato em realidade. Depois de registrar o CNPJ na Receita Federal, bateu à porta do ministério para concluir o processo.
Foi justamente aí que esbarrou em dificuldades. Ele descobriu que o processo de registro estava à margem da lei. Para ter prosseguimento, precisava ser acompanhado do pagamento de pedágio. Em 2008, Irmar foi tratar do assunto com o então secretário de Relações do Trabalho do ministério, Luiz Antonio de Medeiros, um dos fundadores da Força Sindical, entidade intimamente ligada ao PDT. Antes que a conversa ganhasse corpo, Medeiros o levou à sala do assessor Eudes Carneiro. O Medeiros disse o seguinte: ‘Irmar, o que o Eudes acertar está acertado’.”
Era o prenúncio do achaque. O mecânico conta que estranhou o comportamento de Eudes. “Ele pediu que a gente desligasse os celulares.” Era a iminência do achaque. Em seguida, ele pediu 1 milhão de reais para liberar o registro do sindicato.”
(…)
Leia a íntegra na reportagem da revista impressa. VEJA traz também uma entrevista com Irmar, de que reproduzo um trecho:
(…)
O senhor fala em esquema, o que sugere que seu caso não foi o único.
Vários sindicatos foram extorquidos, mas o pessoal tem medo de aparecer. Há outros sindicatos que também foram vítimas disso, que aceitaram pagar propina.
O senhor denunciou a mais alguém a corrupção no ministério?
Na época eu mandei carta para o presidente Lula. Mandei agora para a presidente Dilma, mandei para a Advocacia-Geral da União. Avisei o governo em fevereiro. Falei para todos que um dia a casa ia cair no ministério.
(…)
Por Reinaldo Azevedo
Isso que vocês vêem abaixo são fragmentos de um documento que o mecânico Irmar Silva Batista enviou à presidente Dilma Rousseff em fevereiro deste ano denunciado o achaque. Lula também foi advertido quando presidente.
Leiam trecho da reportagem de Hugo Marques na VEJA desta semana.
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Descobre-se agora que o governo foi advertido sobre as traficâncias no ministério muito antes de eclodir o primeiro escândalo. Há nove meses, sindicalistas ligados ao PT alertaram o Palácio do Planalto sobre a existência de um esquema de extorsão envolvendo assessores da confiança do ministro [Carlos Lupi]. Um esquema que tinha como vítimas não apenas as ONGs, como revelado por VEJA há um mês, mas também os sindicatos. Essa nova face da máquina clandestina operada pela cúpula do PDT funcionava de uma forma bem simples: no Ministério do Trabalho, registro sindical era concedido mediante o pagamento de propina. O mecânico Irmar Silva Batista foi uma das vítimas dessa engrenagem. No papel, ele conseguiu criar o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Reparação de Veículos e Acessórios no Estado de São Paulo (Sirvesp). Irmar garante ter apresentado toda a documentação necessária para transformar o sindicato em realidade. Depois de registrar o CNPJ na Receita Federal, bateu à porta do ministério para concluir o processo.
Foi justamente aí que esbarrou em dificuldades. Ele descobriu que o processo de registro estava à margem da lei. Para ter prosseguimento, precisava ser acompanhado do pagamento de pedágio. Em 2008, Irmar foi tratar do assunto com o então secretário de Relações do Trabalho do ministério, Luiz Antonio de Medeiros, um dos fundadores da Força Sindical, entidade intimamente ligada ao PDT. Antes que a conversa ganhasse corpo, Medeiros o levou à sala do assessor Eudes Carneiro. O Medeiros disse o seguinte: ‘Irmar, o que o Eudes acertar está acertado’.”
Era o prenúncio do achaque. O mecânico conta que estranhou o comportamento de Eudes. “Ele pediu que a gente desligasse os celulares.” Era a iminência do achaque. Em seguida, ele pediu 1 milhão de reais para liberar o registro do sindicato.”
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Leia a íntegra na reportagem da revista impressa. VEJA traz também uma entrevista com Irmar, de que reproduzo um trecho:
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O senhor fala em esquema, o que sugere que seu caso não foi o único.
Vários sindicatos foram extorquidos, mas o pessoal tem medo de aparecer. Há outros sindicatos que também foram vítimas disso, que aceitaram pagar propina.
O senhor denunciou a mais alguém a corrupção no ministério?
Na época eu mandei carta para o presidente Lula. Mandei agora para a presidente Dilma, mandei para a Advocacia-Geral da União. Avisei o governo em fevereiro. Falei para todos que um dia a casa ia cair no ministério.
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Por Reinaldo Azevedo
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