Por Camila Moreira - O Brasil iniciou o quarto trimestre com contração da atividade econômica pior do que o esperado em outubro, acelerando o ritmo de perdas em relação ao mês anterior e ampliando cada vez mais o cenário de recessão e a dificuldade de recuperação agravado por intensa crise política.
O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), espécie de sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), recuou 0,63 por cento em outubro, marcando o oitavo mês seguido de perdas.
O resultado divulgado nesta sexta-feira foi pior do que a expectativa em pesquisa da Reuters de queda de 0,50 por cento.
Em setembro, o índice caiu 0,47 por cento em dado revisado pelo BC. Neste ano, a contração mais forte do IBC-BR aconteceu em março, de 1,46 por cento sobre o mês anterior.
A contínua fraqueza da economia reflete desempenhos pífios de vários setores da atividade, bem como inflação e juros altos, aumento do desemprego e contas públicas em desordem, o que vem minando a confiança de consumidores e empresários.
Em outubro, a produção industrial brasileira registrou perdas generalizadas e caiu 0,7 por cento sobre setembro, a quinta leitura mensal negativa.
Por outro lado, o varejo em outubro avançou 0,6 por cento, mas esse foi apenas o primeiro resultado positivo desde janeiro e foi considerado pontual, não uma mudança de tendência.
"O recuo... refletiu, essencialmente, o desempenho negativo da produção industrial no período. A nova retração do índice, juntamente com os indicadores coincidentes de atividade já divulgados, sugere mais um declínio do PIB neste trimestre", apontou o diretor de pesquisas e estudos econômicos do Bradesco, Octavio de Barros, em nota.
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