Raquel Brugnera - E o Bolsonaro, por que não faz nada contra o STF?
Bem, antes de mais nada é preciso lembrar que vivemos num sistema democrático e esse sistema é pautado sob os 3 poderes, Executivo (Governo), Legislativo (parlamentares) e o Judiciário (membros da Justiça).
Um presidente não tem poder para destituir um Congresso ou um Supremo Tribunal, se fizesse isso seria um golpe em que um único homem quer mandar em tudo sozinho, já não viveríamos mais numa democracia e sim, numa ditadura. Maduro fez isso na Venezuela, mandou todo mundo embora e está tocando o barco sozinho.
Então não tem nada que se possa fazer contra os desmandos do STF?
Tem! E está sendo feito, por isso o apoio popular de cada um de nós é tão importante.
Vou fazer um resumo, ok? Se tiverem dúvidas perguntem nos comentários que nos aprofundamos por lá:
Até 2015 os ministros se aposentavam com 70 anos, mas Pedro Simon do PMDB propôs a PEC DA BENGALA, que foi votada pelo próprio STF, dando a si mesmo o direito de aumentar a idade de 70 para 75 anos.
Em 2020, Celso de Mello se aposenta por chegar ao limite de idade e em 2021, Marco Aurélio de Mello.
Porém, a deputada Bia Kicis (PRP) propôs a revogação da PEC DA BENGALA, retirando Lewandowski e Rosa Weber do cargo.
Ou seja, Bolsonaro poderá indicar 2 nomes em 2020 e 2021, com a possibilidade de indicar mais 2 nomes, caso derrubem a PEC (grandes chances disso acontecer).
Quanto ao Gilmar Mendes, ele também pode sair de lá porque está bastante comprometido em ligações com presos, eleições de parentes, negócios escusos, sonegação, entre outras denúncias gravíssimas que cabe um capítulo a parte para não deixar esse texto gigante, qualquer hora vamos falar sobre ele...
O jurista Modesto Carvalhosa protocolou dia 14 de março um pedido de impeachment do Gilmar Mendes, são mais de 150 páginas que serão analisadas pelo Senado. Na minha opinião tem chances de passar.
Conclusão:
Se não derrubar a PEC da Bengala, já é garantia que Bolsonaro indicará 2 ministros nesse mandato.
Se derrubar a PEC ele indicará 4.
Se cair o Gilmar Mendes, indicará 5.
Entendam agora a pressão para desestabilizar o governo Bolsonaro antes que tudo isso aconteça?
Temos uma corte formada assim:
1 indicado por José Sarney, 1 por Collor, 1 por FHC, 3 por Lula, 4 por Dilma e 1 por Temer. Bolsonaro terá a possibilidade de colocar 5 de uma vez só.
Acham mesmo que a esquerda gostaria de ver essa representatividade de direita no Supremo?
O governo atual é tao polêmico e está sendo tão atacado porque é o mais poderoso de todos os tempos, porque ele terá influência no Supremo, nas Forças Armadas, no exterior e, de quebra, tem amplo apoio popular.
Alguma dúvida?
Raquel Brugnera - Pós Graduando em Comunicação Eleitoral, Estratégia e Marketing Político - Universidade Estácio de Sá - RJ.
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