Comandante do 3º Distrito Naval, Vice-Almirante Noriaki Wada, visita instalações do Segundo Esquadrão do Quinto Grupo de Aviação (2º/5º GAV)
O Vice-Almirante Noriaki participou, ainda, de um voo a bordo de uma aeronave A-29 Super Tucano durante uma instrução da fase de formatura básica do Curso de Especialização Operacional na Aviação de Caça (CEO-CA), voando como líder com o Comandante do Esquadrão. Na ala, com seu instrutor, estava o CT Bessa, estagiário da Marinha do Brasil que realiza o curso este ano no 2º/5º Grupo de Aviação.
Após o pouso, o Comandante do 3º DN foi recebido pelo Comandante da Ala 10, Brigadeiro do Ar José Virgílio Guedes de Avellar, e pelo Comandante do 2º/5º GAV, Tenente-Coronel José de Almeida Pimentel Neto, além dos instrutores e estagiários da Unidade, aos quais dirigiu algumas sábias palavras e agradeceu pela deferência.
“Foi uma sensação indescritível voar a bordo dessa aeronave e poder viver algo próximo daquilo que meu pai fazia por amor. Isso me trouxe um pouco de tudo aquilo que meu pai nos contava quando eu e meus irmãos éramos crianças. São essas histórias que nos incentivaram a seguir os mesmos passos dele”, disse o Oficial-General.
Segundo o Brigadeiro do Ar Avellar, a presença do Vice-Almirante Noriaki nas comemorações do Dia da Aviação de Caça no Esquadrão Joker ganha um significado distinto à medida que se conhece suas origens. “Além de um grande amigo, recebemos um filho que traz sempre consigo a história do seu pai, repleta de valores de coragem, lealdade e dever para com sua pátria, características que estimulamos diariamente nos nossos pilotos de combate”, considerou o Brigadeiro.
Um jovem aviador da Marinha Japonesa
O pai do Vice-Almirante Noriaki Wada foi, durante a Segunda Guerra Mundial, aviador naval da Marinha do Japão e voluntariou-se para ser um “kamikaze”, ou seja, realizar uma missão suicida na qual mergulhava com sua aeronave em direção a um alvo. Contudo, a guerra findou antes que cumprisse sua última missão. Anos depois, imigrou para o Brasil, onde constituiu família.
Escreveu duas cartas para serem abertas após sua morte. Em uma delas, expressava o seu desejo de que seus restos mortais fossem jogados no oceano Pacífico, pois dizia que lá morreram os melhores amigos de sua juventude (confira aqui). Todavia, encontraram um cortador de unhas que continha em um compartimento alguns pedaços de unhas e na escova de cabelo alguns fios de cabelos dele. Os familiares colocaram as partes em um envelope e combinaram que o primeiro que fosse ao Pacífico levaria os restos para lá serem atirados, como era o desejo do amado pai.Clique aqui para baixar a imagem original
Por coincidência do destino, quando o então Capitão de Fragata Noriaki foi Comandante da Escola de Aprendizes de Marinheiros em Olinda (PE), ocorreu a visita de um grupo tarefa da esquadra japonesa, que estava passando pela costa brasileira e aportou em Recife. Ao contar a história de seu pai ao cônsul japonês e ao comandante do navio, prontificaram-se de imediato lançar ao mar aqueles pedaços de unha e fios de cabelo, e assim se cumpriria o desejo manifestado pelo seu pai.
Quase um ano depois, o Vice-Almirante recebeu as fotos da cerimônia realizada pela Marinha japonesa no Pacífico, com parada naval, formatura geral em uniforme de cerimonial, guarda de honra e salvas, tudo em respeito a um militar que lutou pelo seu país, e estava pronto às últimas consequências em defesa da sua pátria.
Edição: Agência Força Aérea - Revisão: Capitão Oliveira Lima
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