Por Carlos Ferreira - Um incidente inusitado envolvendo uma aeronave do regime de Nicolás Maduro, na Venezuela, chamou a atenção das autoridades colombianas e da mídia local. Às 7 horas da manhã de sexta-feira (20), horário colombiano, um Cessna 550 Citation, registrado como YV-3226, aterrissou no Aeroporto Internacional Camilo Daza, em Cúcuta, na Colômbia.
Como informa o Aviacionline, o que torna esse episódio ainda mais intrigante é que, segundo relatos da imprensa, a operação ocorreu sem a devida autorização. Mais tarde, no entanto, o caso foi esclarecido pelas autoridades colombianas, apesar do engano dos venezuelanos no comando da aeronave.
A situação se complicou com a presença de cinco membros da Guarda Nacional Bolivariana a bordo, incluindo dois pilotos, uma comissária de voo, um major e um sargento. Dois deles estão supostamente armados com as armas de uso padrão, o que levou a um aumento da tensão no local.
O Cessna havia decolado do Aeroporto Internacional de Maiquetía, em Caracas, às 6h38 da manhã, uma hora antes no horário colombiano. De acordo com informações do FlightRadar24, a aeronave inicialmente seguiu para o sudoeste em direção a Santa Bárbara e depois se dirigiu para San Antonio del Táchira, mas acabou aterrissando em Cúcuta, do lado colombiano da fronteira.
Contudo, ao meio-dia da sexta-feira, a Aeronáutica Civil da Colômbia divulgou um comunicado informando que a aeronave não estava totalmente ilegal no território colombiano, conforme a Convenção de Chicago e as regulamentações aeronáuticas colombianas atuais.
A Aerocivil esclareceu que tais regulamentações reconhecem “o direito de realizar paradas técnicas em território colombiano, assim como o uso de aeródromos em situações de emergência”.
Sergio París, chefe da Aerocivil, acrescentou que a tripulação pretendia pousar no Aeroporto San Antonio del Táchira, que possui uma pista (17/35) com orientação semelhante à do Aeroporto de Cúcuta (16/34). O comunicado enfatizou que, em consideração ao direito internacional aplicável, a aeronave YV-3226 estava autorizada a decolar para continuar seu voo ao destino final.
Além disso, a Aerocivil destacou que toda a tripulação, passageiros e bagagens são parte de um incidente que foge ao controle deles, resultante de um suposto erro de navegação.
Embora confusões de pilotos entre pistas e aeroportos sejam comuns por várias razões, a singularidade deste evento, envolvendo dois países e a conexão com o regime Maduro, instiga desconfianças e levanta questões sobre a segurança da aviação na região.
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