21 de set. de 2024

Vale diz que inspeção identificou ‘trincas superficiais’ em barragem de Ouro Preto

Segundo a mineradora, inspeção identificou ‘trincas superficiais’ na barragem Forquilha III

Imagem aérea da barragem Forquilha III, em Ouro Preto (MG). Foto: Divulgação/Vale


A Vale divulgou, na tarde deste sábado (14), um comunicado ao mercado informando que está conduzindo “verificações adicionais” na barragem Forquilha III, em Ouro Preto (MG). Segundo a mineradora, a verificação ocorre “após inspeção rotineira que identificou trincas superficiais”.

Segundo o documento, a Vale diz que “mantém os órgãos públicos competentes

informados e executa um plano de ação para investigação e correções, conforme necessário”, e ressaltou que “as condições de estabilidade da estrutura seguem inalteradas”.

A empresa não informou a data da inspeção que identificou as trincas superficiais.

Em abril, a Vale informou que uma inspeção realizada em março havia identificado um “acúmulo de material sedimentado” em um dos 131 dispositivos de drenagem no local.


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Sobre a barragem Forquilha III

A barragem Forquilha III fica na mina de Fábrica e, segundo a Vale, está “em processo de descaracterização”. Ela está em nível de emergência 3 desde 2019, é monitorada em caráter permanente e a chamada “Zona de Autossalvamento” no local, de acordo com o comunicado, está evacuada e “sem a presença de comunidades”.

Além disso, a barragem conta com uma Estrutura de Contenção a Jusante, uma barreira construída em 2021 com o objetivo de conter os rejeitos da mineração e reduzir possíveis danos ambientais e materiais, em caso de rompimento.

A Vale diz que “mantém seus compromissos de avançar na descaracterização da estrutura e de buscar a redução de seu nível de emergência”.


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À sombra das tragédias

O rompimento das barragens em Mariana (2015) e Brumadinho (2019) trouxe uma década de apreensão ao setor de mineração e à Vale, responsável pela barragem de Brumadinho e dona de 50% da Samarco — a mineradora encarregada da barragem em Mariana.

Além dos impactos humano e ambiental, o peso financeiro das tragédias segue nos cálculos de risco para quem investe na Vale.

No caso de Mariana, por exemplo, há processos gigantescos se desenrolando no Brasil, no Reino Unido e na Holanda. O da Inglaterra é uma ação coletiva de 600 mil pessoas que buscam uma indenização de quase R$ 250 bilhões – praticamente o valor de mercado da companhia, que está em R$ 260 bilhões.

A tragédia de Mariana foi provocada pelo rompimento de uma barragem que pertence à Samarco, uma sociedade entre a Vale a britânica BHP. Por isso, ambas as mineradoras chegaram ao acordo de que eventuais custos das indenizações serão divididos meio a meio.

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